A porta da suíte se abriu com um leve clique e, imediatamente, o concierge entrou com as malas. O ambiente era amplo, moderno, e as janelas de vidro do chão ao teto ofereciam uma vista hipnotizante para o Golfo Pérsico, onde o sol da manhã cintilava sobre as águas calmas como uma miragem dourada.
“Malas entregues, senhor,” disse o concierge, com um leve sorriso profissional, já se dirigindo para a saída.
Thor tirou uma nota generosa da carteira e a entregou ao rapaz, que agradeceu discretamente com um leve aceno de cabeça antes de desaparecer pelo corredor silencioso.
Celina entrou logo atrás e parou no centro do quarto. Seus olhos foram imediatamente atraídos pela paisagem além do vidro — uma imensidão azul, serena e silenciosa que parecia não ter fim. Por um momento, ela se perdeu ali. Uma sensação estranha a invadiu, como se aquela vista simbolizasse o abismo que agora existia entre ela e tudo que acreditava sobre sua vida. E, ao mesmo tempo, uma pergunta martelava sua mente: como vai ser ficar aqui, sozinha, com ele?
Sentiu a presença de Thor se aproximando por trás. Ele parou perto o bastante para que ela sentisse seu calor, a respiração calma.
— Você tem alguns minutos para ficar pronta — disse ele com a voz firme, arrastando-a de volta ao presente.
Celina virou o rosto devagar, os olhos encontrando os dele. E por um instante o mundo pareceu suspenso. O olhar de Thor era penetrante, intenso. Havia algo ali que a desconcertava — uma mistura perigosa de desejo contido e ódio não resolvido. Um olhar que dizia tudo e ao mesmo tempo escondia demais.
Ela não desviou. Também tinha perguntas silenciosas nos olhos. Tensão elétrica, palpável, flutuava entre os dois. Nenhuma palavra foi dita, mas tudo estava sendo dito naquele silêncio denso.
O som do celular vibrando cortou o momento como uma navalha. Thor olhou para a tela e franziu o cenho. Isabela. A mandíbula se contraiu. Ele se afastou, visivelmente desconfortável, e rejeitou a ligação sem dizer uma única palavra. Apenas virou-se de costas, guardando o aparelho no bolso do paletó.
Celina apertou os lábios, sem perguntar nada. Caminhou até sua mala e abriu o zíper devagar. Suas mãos, quase num gesto automático, buscaram sua bolsinha de remédios no compartimento lateral. Pegou discretamente um comprimido para enjoo, abriu a garrafinha que sempre leva na mala e engoliu com um gole rápido de água, como quem quer engolir também as emoções que insistiam em subir pela garganta.
Depois, respirou fundo, escolheu uma roupa sóbria, elegante e apropriada para a reunião. Pegou tudo e foi para o banheiro. Assim que empurrou a porta, parou.
Diante dela, como uma provocação silenciosa, estava a enorme jacuzzi, embutida em um recuo de mármore claro. A luz do sol entrava pelo teto de vidro, banhando o espaço com um brilho quase etéreo. Celina deu um passo hesitante e se aproximou, passando os dedos suavemente pela borda. Seu toque era leve, mas sua mente estava longe.
Imagens vieram como flashes. Ela e Thor ali, os corpos entrelaçados na água quente, o vapor subindo, os olhos nos olhos, as palavras caladas sendo ditas apenas com a pele... Celina apertou os olhos e afastou-se de repente. Não. Não. Não.
Bloqueou os pensamentos como quem fecha uma porta com força. Aquilo era perigoso. Impossível. Insano. Estavam ali por obrigação, não por desejo. E mesmo que o desejo estivesse à espreita, pronto para se infiltrar, ela não permitiria.
Com passos decididos, ele entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si. Celina ouviu o som do chuveiro sendo ligado e, instantes depois, o vapor começou a escapar por debaixo da porta. Enquanto isso, ela organizava os papéis com calma, tentando manter o foco e evitar que a mente vagueasse para os pensamentos proibidos que havia lutado tanto para enterrar.
Quando Thor saiu do banheiro, estava impecável. Vestia um terno escuro perfeitamente ajustado, a camisa branca ressaltando o bronzeado da pele, o cabelo ainda úmido penteado para trás. O perfume masculino invadiu o ambiente com elegância, sofisticado e discreto.
Ele pegou a carteira, o celular, olhou para ela e disse:
— Vamos.
Celina apenas assentiu com um leve movimento de cabeça e o seguiu.
Saíram da suíte juntos, em silêncio. Mas por dentro, estavam em chamas. Desceram até o restaurante do hotel, onde uma área reservada os aguardava para a reunião. O luxo do Jumeirah Burj Al Arab os cercava em cada detalhe, mas era impossível ignorar o clima denso e elétrico entre eles — uma mistura de tensão contida, sentimentos cruzados e algo ainda não nomeado, prestes a explodir.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...