O Rolls-Royce disponibilizado pelo próprio hotel parou em frente à entrada imponente do Jumeirah Burj Al Arab, um dos mais luxuosos hotéis do mundo, com sua arquitetura icônica em forma de vela reluzindo sob as luzes noturnas de Dubai.
Celina saiu do carro com postura impecável, profissional, mesmo com os nervos latejando sob a pele. Estava decidida a manter o máximo de profissionalismo possível — ainda que estivesse prestes a passar alguns dias sob o mesmo teto que Thor Miller.
Thor caminhava ao lado dela com a elegância e o silêncio que o tornavam ainda mais intimidador. Seu olhar permanecia fixo à frente, com uma expressão impenetrável, como se ignorasse por completo a presença da mulher que dividia com ele a viagem.
Ao adentrar o saguão, os dois foram recebidos por uma recepcionista com um sorriso contido e olhos atentos. Sem demora, ela encaminhou-se a um terminal para verificar os dados da reserva.
— Bom dia. Sejam bem-vindos ao Burj Al Arab. Poderiam me passar o nome da reserva, por gentileza??
Celina, mantendo o tom neutro e o rosto inexpressivo, respondeu antes que Thor pudesse falar:
— Sim. Celina Bernardes. A reserva foi feita por mim.
A recepcionista digitou e rapidamente encontrou o registro no sistema e assentiu sorrindo.
— Perfeito senhora Bernardes. A Suíte com vista para o Golfo Pérsico já está liberada para vocês. A equipe de concierge está à disposição para auxiliá-los com a bagagem.
Celina franziu o cenho com elegância contida. Arqueou ligeiramente uma sobrancelha, mantendo o profissionalismo, mas com evidente estranheza na voz:
— Desculpe-me, mas acredito que houve um equívoco. A reserva foi feita para duas suítes, não uma. Tenho o comprovante com todos os detalhes da hospedagem.
Antes que a situação se esclarecesse, Thor, com o olhar gélido, capaz de gelar a alma, que sempre transmitia rigor e autoridade, desviou o olhar e se aproximou. Com passos firmes, puxou Celina para um canto discreto do saguão. Seu tom era implacável, frio e cortante, como se estivesse diante de uma testemunha mentindo no tribunal:
— Senhorita Bernardes... — disse em tom baixo, ameaçador e contido. — Como pode ser que você não consiga fazer uma reserva simples? — Questionou ele, os lábios se comprimindo num gesto de reprovação. — Me diga que isso é uma piada de extremo mau gosto. O mínimo que espero de uma assistente é competência na logística de uma viagem. Isso é absolutamente amador. Essa atitude demonstra incompetência. Espero que seja a exceção, pois o mínimo que exijo é precisão.
Celina manteve a compostura, mesmo com o sangue fervendo, sentindo a raiva queimando por dentro.
— Com todo respeito, senhor Miller, revisei a reserva três vezes antes da confirmação. — disse, voltando-se à recepcionista, tirando o tablet da bolsa. — Aqui está o e-mail oficial enviado pelo próprio hotel. Duas suítes, com todos os dados confirmados. Gostaria que reavaliasse, por gentileza. — Disse ela, mantendo a voz controlada.
A recepcionista olhou o tablet que Celina estendeu com um gesto impecável. Ficou pálida.
— Um instante, por favor. Vou chamar o gerente.
Minutos depois, um homem alto e refinado surgiu, ajustando o paletó escuro, com postura formal.
— Bom dia, senhor Miller. Uma honra recebê-lo novamente. Sou o gerente Ibrahim. — Disse, estreitando a mão de Thor com respeito profissional. — Lamentamos profundamente pelo transtorno. Estamos enfrentando uma situação atípica de overbooking nas suítes individuais.
Thor deu um passo à frente. Seus olhos pareciam cravar estacas nos dela. Ele não poupou palavras e, em tom ríspido, disse:
— Isso não é uma sugestão, senhora Bernardes. É uma ordem. Você trabalha para mim. Vai seguir comigo para a suíte e, depois, vamos até essa reunião. Não há margem para discussões.
Ela permaneceu imóvel por um segundo, encarando-o com uma força que só quem já foi destruída por dentro consegue encontrar.
— Que fique claro, senhor Miller: estou aqui pela empresa, não por conveniência. Se não fosse pelos projetos que estamos conduzindo, jamais aceitaria essa imposição.
Com raiva contida, Celina pegou o cartão de acesso da suíte que a recepcionista havia estendido timidamente e seguiu na frente, os saltos soando alto no mármore do saguão.
Thor a observou por um instante, antes de voltar o olhar ao gerente.
— Espero que isso não se repita. A imagem da rede está em jogo. — disse Thor secamente, enquanto a recepcionista pedia desculpas freneticamente ao gerente.
E seguiu atrás dela, rumo ao elevador panorâmico que os levaria à suíte mais cara do hotel — onde o verdadeiro embate entre o passado e o presente ainda estava apenas começando.
Enquanto o elevador subia, o coração de Celina pulsava forte e a mente fervilhava em contraditórias emoções: raiva, medo, desespero e uma tênue esperança de que algo pudesse mudar. Mas acima de tudo, uma pergunta ecoava incessantemente: Como seria dividir o mesmo espaço com um homem tão frio, tão implacável?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...