Capítulo 237 - VOCÊ SALVOU O MEU FILHO
O domingo seguia calmo e luminoso, mas dentro da cobertura de Thor, a atmosfera estava carregada de um passado que insistia em ressurgir. Thor, de pé na sala de estar, ajeitava as abotoaduras da camisa enquanto esperava Celina terminar de se arrumar. O som distante da cidade parecia abafado pelas paredes elegantes daquele lugar, criando um clima de aparente tranquilidade que estava prestes a ser rompido.
As portas do elevador se abriram com um sinal sonoro discreto, e dele saíram Raul e Angélica. O olhar de Angélica carregava um misto de ansiedade e tristeza, enquanto Raul, como sempre, mantinha a postura firme e o semblante rígido.
— Eu não aguento mais o desprezo do meu próprio filho em me tratar como uma estranha — Angélica desabafou com a voz embargada, os olhos marejados.
— Viemos nos acertar, Thor — Raul disse, com o tom ogro e direto que lhe era habitual. — Já passou tempo demais.
Thor ergueu o olhar e cruzou os braços, deixando claro que não seria uma conversa fácil.
— Não há nada para acertar. Vocês não fazem mais parte da minha vida. Nunca mais vão interferir nela — disse, a voz firme como aço.
Angélica aproximou-se, visivelmente emocionada.
— Eu me arrependo de tudo, meu filho. De tudo. Eu achava que estava fazendo o certo naquela época. Pensei que era o melhor para você, para o neto que estava por vir. Eu achei que você casando com a Isabela era a escolha certa... Ela estava desequilibrada. A vida do meu neto estava em risco. Mas eu estava errada. Tudo o que fiz, foi por amor a você e ao meu neto.
O olhar de Thor se estreitou.
— Que amor é esse, mãe? Que amor é esse que me afastou da única mulher que eu amo? Que amor é esse que destruiu minha vida? — Ele avançou um passo. — O que vocês fizeram não foi amor. Foi controle, manipulação, egoísmo.
— Thor, mais respeito com sua mãe — Raul cortou, tentando impor sua voz grave.
— E o senhor não fica atrás, pai. Eu não esqueci sua visita na empresa, aquele dia que tentou me obrigar a agir como "um Miller", como o senhor dizia.
— Thor, cresça. Deixe de ser rancoroso — Raul rebateu, esfregando as mãos pesadas no rosto. — Viemos aqui para acertar as coisas. Você não vê o sofrimento da sua mãe? Viemos te pedir perdão, filho. Sabemos onde erramos e queremos acertar as coisas. Você não vê isso?
Thor permaneceu em silêncio por um instante, a mandíbula travada. Então, ele soltou as palavras com um peso que esmagava o ar ao redor.
— Não é a mim que vocês precisam pedir perdão.
O silêncio se instaurou de forma esmagadora. Foi nesse instante que Celina entrou na sala, completamente distraída, ajustando o brinco delicado enquanto caminhava. Vestia um lindo vestido que abraçava suas novas curvas e realçava sua barriga.
Ao perceber a presença de Angélica e Raul, ela congelou.
Thor se aproximou dela, tomou-lhe a mão com carinho e depositou um selinho em seus lábios.
— Você está deslumbrante, amor — murmurou ele, envolvendo-a nos braços.
Ele se virou para os pais e, com a voz carregada de emoção, disse:
— É a minha mulher e os meus filhos que merecem o pedido de perdão de vocês. Porque foram eles que mais sofreram nessa história toda. Eles que quase morreram. Minha mulher e meus filhos são a razão da minha vida, e vocês quase os arrancaram de mim.
Angélica já chorava sem vergonha de esconder.
— Meu Deus… você está grávida — sussurrou ela, o olhar fixo na barriga de Celina.
— Obrigada por me perdoar. Você é uma mulher incrível, Celina. Você salvou o meu filho. E me salvou também.
Celina sorriu, acariciando as costas de Angélica.
— A senhora sempre será bem-vinda. Desde que venha com amor e sinceridade.
Thor olhou para o pai com um semblante mais leve.
— E o senhor, pai, espero que esteja pronto para ser o avô mais babão dessa família.
Raul esboçou um sorriso, algo raro vindo dele.
— Eu topo esse desafio.
A tensão foi se desfazendo, substituída por um calor reconfortante. O passado ainda pesava, mas, eles deram o primeiro passo para curar antigas feridas e construir novos laços.
E no fundo, todos sabiam: aquela família, marcada por erros, segredos e arrependimentos, havia acabado de ganhar uma nova chance.
Celina falou animada para Angélica e Raul:
— Thor vai me levar para sair hoje — ela disse, sorrindo largamente. — Uma programação em família, porque sinceramente, eu não aguento mais ficar trancada aqui dentro. E quer saber? Eu ainda nem sei para onde ele vai me levar! Mas já estou comunicando que vocês vão com a gente. Né, amor? — Ela olhou para Thor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...