POV AMÉLIA.
Depois que aquele louco saiu do meu consultório, eu tentei me acalmar. Não podia ficar nervosa, tinha que pensar nos meus bebês. Mas estava sendo difícil, depois do que aquele homem disse. Pensei um pouco e resolvi ligar para Jake, mas lembrei que ele estava numa viagem. Então, decidir não o incomodar.
— Não posso ligar para o Jake, mas posso ligar para meu advogado e saber se tenho algum risco com esse doido que me visitou. — Falei sozinha.
Peguei meu celular e liguei para o senhor Hernandes. Ele era advogado dos meus pais e agora cuidava dos meus interesses. Ele atendeu no terceiro toque.
— Menina Amélia. Como tem passado? — Perguntou o senhor Hernandes. Ele sempre me chamava de menina desde criança e não perdeu esse costume.
— Estou bem, senhor. E o senhor, como tem passado? — Perguntei a ele.
— Estou bem. Mas se está me ligando e me chamando de senhor, deve ter algum problema, pois não me chamou de tio. — Falou ele. Tio Hernandes me conhecia há anos e sabia quando eu tinha um prolema.
Suspirei e comecei a lhe contar tudo que havia acontecido, ele sabia da minha fertilização artificial, foi ele que cuidou da parte burocrática. Quando terminei de lhe contar, eu estava apreensiva com o que ele diria. Eu não posso perder meus bebês.
— Pode ficar tranquila, Amélia, esse homem não tem nenhum direito legal sobre seus filhos. Você utilizou sêmen de um banco de doadores voluntários apresentados pela clínica. Se a clínica cometeu um erro e o sêmen foi trocado, a responsabilidade será toda deles. E se esse for o caso, levaremos aos tribunais e garantirei que você não perca seus filhos. Agora entrarei em contato com a clínica para ter mais informações e os notificarei de que estarei entrando com um processo por divulgarem informações confidenciais. — Falou o senhor Hernandes, me tranquilizando. Mas pensar numa briga judicial não me agradou.
— Obrigada, tio Hernandes. Mas espero que aquele homem só seja um maluco e não precise terminar no tribunal. — Falei bastante tensa.
— Procure ficar calma, não é bom para meus netinhos você ficar nervosa. Eu não deixarei ninguém tirar eles de você. Acho melhor contratar alguns seguranças por precaução. Você disse que o homem que te procurou parecia poderoso, então proponho prevenirmos. — Ele falou e me deixou muito mais apreensiva.
— O senhor acha que ele pode fazer alguma coisa contra mim? — Perguntei nervosa.
— Acredito que não, afinal ele diz querer seu bebê, então não vai te machucar. Mas os seguranças vão impedi-lo de se aproximar de você. — Ele falou.
— Vou entrar em contato com uma agência de segurança e contratar alguns seguranças para mim. — Falei.
— Faça isso, qualquer coisa que precisar é só me ligar. — Falou tio Hernandes. Depois, se despediu e desligou o telefone.
— Quero sair daqui agora. Você não pode me levar contra minha vontade. — Falei com ele, irritada e impaciente. Mas aquele infeliz não me respondia nem se importava. Então só me restava tentar chamar atenção de alguém na rua. Me virei para a janela e comecei a bater e gritar por ajuda.
— Alguém me ajude. Socorro. Me ajudem, estou sendo sequestrada, chamem a polícia. Por favor. — Gritei com todas as minhas forças e bati no vidro.
— Pare de gritar, isso é inútil, os vidros são blindados e o carro tem isolamento acústico. A única coisa que você está conseguindo é me deixar irritado. Mas você não gostará de me ver irritado. — Ele falou pela primeira vez desde que entrou no carro. Eu me virei, e quando o olhei, notei que seus olhos pareciam estarem vermelhos, mas não dei muita atenção a isso.
— Escute bem, seu infeliz, se você não me deixar sair, vou acabar com sua vida. — Eu gritei. Seus olhos ficaram mais vermelhos e ele rosnou alto.
Seu rosnado animalesco me assustou, ele se movimentou rápido na minha direção e com uma de suas mãos me puxou pela nuca. Fiquei mais perto dele. Ele esticou a outra mão e pegou algo com o homem do banco da frente. Quando olhei, percebi ser um pedaço de pano. Tive um mau pressentimento.
— O que você vai fazer com isso? — Perguntei nervosa, mas lá, no fundo, sabia o que tinha naquele pano e me desesperei.
— Só vou tornar a viagem mais agradável para mim e meus ouvidos. — Ele falou com maldade na voz e colocou o pano sobre meu nariz. Prendi a respiração e lutei para resistir, mas tive que respirar e em alguns segundos a escuridão me tomou.
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