POV MAGNOS.
Eu disse as três palavras que, há muito tempo, não dizia para ninguém. As palavras que só Amélia merecia ouvir: eu te amo. Elas saíram da minha boca com um nervosismo palpável, como se eu fosse um adolescente confessando meu amor pela primeira vez. Amélia ficou parada, os olhos arregalados e surpresos, e eu podia ouvir o coração dela disparar. Ou seria o meu?
— São os dois corações. Que bom, Magnos, você finalmente resolveu declarar seu amor à Amélia! — Cosmo comentou com um toque de felicidade, enquanto eu começava a me sentir aflito com o silêncio dela.
— Acho que tem algo errado… Ela está imóvel e quieta. Será que não gostou do que ouviu? — Perguntei a Cosmo, sentindo o peso da incerteza me apertar o peito.
— Calma, ela só está surpresa. Fale com ela. — Sugeriu Cosmo, tentando me tranquilizar.
— Amor, você está bem? — Perguntei, sem esconder a ansiedade na minha voz. Amélia, de repente, abriu um grande sorriso, mas, ao mesmo tempo, lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Meu coração quase parou quando a vi chorar. Droga! Será que ela não gostou de saber que eu a amo? Ou estaria sentindo alguma dor?
— Amélia, o que aconteceu? Está se sentindo mal? — Perguntei, sentindo o pânico crescer em mim. Ela balançou a cabeça, negando, mas isso só aumentou meu desespero. Merda… então ela odiou minha declaração. O pensamento de que a loba que amo pudesse não querer meu amor era como uma faca cravada no meu peito.
— Estou bem, amor. — Ela finalmente conseguiu falar, embora sua voz estivesse embargada pelas lágrimas.
— Então por que está chorando? — Perguntei, temendo a resposta. A expectativa me torturava.
— É de felicidade… Você disse que me ama. Sabe quanto tempo esperei para ouvir essas palavras do lobo que eu amo? Eu também te amo, Magnos. — Suas palavras vieram como um alívio esmagador, enchendo meu peito com uma onda de alívio e alegria.
Não hesitei. Tomei seus lábios com os meus, num beijo intenso, carregado de paixão e amor. Não sei em que momento, exatamente, comecei a amá-la, essa baixinha teimosa e fascinante. Mas agora que sabia que a amo, jamais a deixaria se afastar de mim. Vou amá-la com todo meu ser, em cada segundo da minha vida. E vou mimá-la como uma verdadeira companheira deve ser mimada.
— Precisamos marcá-la assim que os filhotes nascerem. Não quero minha Ravina solta por aí, à mercê dos lobos solteiros que tentarem conquistá-la ao verem sua beleza. — Comentou Cosmo, já possessivo, o que fez um sorriso de satisfação crescer no meu rosto.
— Farei isso assim que nossos filhotes nascerem. Amélia será proclamada minha companheira e Luna dos Uivantes Negros. — Prometi com convicção, a certeza preenchendo cada parte de mim.
Paramos o beijo para recuperar o fôlego, e Amélia me olhou com um brilho intenso de amor e felicidade nos olhos. Será que eu merecia tudo isso? Todo esse amor que ela me dava? Talvez não… Mas eu o tomaria mesmo assim. Ela se aninhou em mim, aconchegando-se ao meu peito, e eu a envolvi com os braços. Puxei as cobertas sobre nós, cobrindo nossos corpos, e, em pouco tempo, ela adormeceu em meus braços. Eu a segui logo depois, caindo em um sono tranquilo e feliz por finalmente ter confessado meu amor.
O dia chegou, e eu acordei antes dela. Levantei-me devagar para não a acordar, fui ao banheiro, tomei um banho rápido e fiz minha higiene matinal. Depois, me vesti e, ao voltar para o quarto, a vi ainda dormindo serenamente.
— Que maravilha! Poderei comer sua comida de novo. Você cozinha tão bem! Amei quando comi sua comida pela primeira vez. Estava com tanta vontade de provar de novo! — Falou empolgada, os olhos brilhando.
— Por que não me pediu? — Perguntei, curioso.
— Você só pode estar brincando! Se eu tivesse pedido, você teria me xingado e dito que não é meu empregado. — Respondeu, com um toque de seriedade.
— É verdade… O velho, eu diria isso mesmo. — Comentei, rindo alto.
Ela me acompanhou nas risadas. Depois, ajudei-a a sair da cama, e Amélia foi tomar um banho rápido. Claro que fui com ela. Não a deixaria sozinha no banheiro, com o risco de cair. Logo, estávamos à mesa do nosso quarto, tomando café da manhã. Amélia gemia e suspirava a cada mordida, elogiando minha comida sem parar.
A cada som que ela fazia, eu precisava me controlar para não levá-la de volta à cama e saciar o desejo que crescia dentro de mim. Só me continha devido à consulta do pré-natal que teríamos em breve. Minha ansiedade para ver e ouvir nossos filhotes era maior que minha excitação.
Terminamos o café e saímos do quarto de mãos dadas. Não me importava com quem nos visse. Decidi que aproveitaria cada segundo ao lado da minha companheira, como se fosse o último. Chegamos do lado de fora da nossa casa e eu abri a porta para que minha linda grávida entrasse. Entrei no lugar do motorista e comecei a dirigir. Se dependesse da minha ansiedade, já estaríamos na porta do consultório de Hélio desde ontem. Mas, enquanto dirigia, estava contente por ver que tudo estava dando certo.
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