GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 268

POV AMÉLIA.

Eu mal podia acreditar no que acabara de ouvir. As palavras de Magnos ecoavam na minha mente como um trovão distante, mas ensurdecedor. Héctor… responsável por tudo aquilo? Pela maldição? Pelas mortes? Meu coração acelerou, batendo forte e pesado no peito, e uma sensação amarga de revolta começou a crescer dentro de mim, tomando conta dos meus pensamentos.

— Héctor? — murmurei, sentindo minha voz tremer, quase engasgada pela emoção. — Ele fez isso? Ele foi responsável por essa maldição? Por todas aquelas vidas perdidas? — Falei.

Magnos apenas assentiu, seus olhos queimando com uma fúria intensa. Pude ver claramente o ódio que pulsava dentro dele, refletido em seu olhar sombrio. Ele estava em guerra por dentro, segurando todo aquele rancor com mãos firmes, tentando manter o controle. Mas eu sabia que era só uma questão de tempo até ele explodir.

— Sim — respondeu Magnos com a voz pesada, cada palavra carregada de ódio que eu nunca havia ouvido antes. — Ele foi o culpado. Planejou tudo para me atingir. — Sua voz ficou mais baixa e seus punhos se fecharam com tanta força que seus dedos ficaram brancos. — Matou todos aqueles inocentes… ele tirou a vida de tantos filhotes que nem tiveram a chance de viver.

Meu coração se apertou. Eu conseguia sentir sua dor. Sabia que havia algo mais sombrio enterrado naquela raiva profunda, algo que ele ainda não havia me contado. Ele precisava colocar para fora toda aquela dor e raiva que transbordava pelos seus olhos. E então, como uma avalanche de memórias que ele parecia lutar para controlar, Magnos continuou:

— Ele tirou minha companheira de mim… e nosso filho. — Sua voz soou partida, e por um segundo, vi uma dor crua emergir em seu olhar antes de ele apertar o maxilar, tentando manter a postura firme. — Cátia… e o nosso filhote. Eles morreram devido à maldição de Héctor. Eles estavam lá, cheios de vida, e em um instante… — Ele fez uma pausa, respirando fundo, como se as palavras o estivessem rasgando por dentro. — Eu os perdi. Perdi tudo. — Disse, eu sabia que Catia se suicidou devido à dor de perder um filho. Mas Magnos nunca me contou pessoalmente essa história.

Meu coração despedaçou-se ao ouvir ele contar, se abrindo comigo. Ele não apenas carregava a responsabilidade de sua alcateia, mas também o luto profundo de uma perda pessoal devastadora. Acompanhar sua dor era como sentir uma faca atravessar meu peito. Cátia, sua antiga companheira, e o filhote deles… mortos pela mesma maldição que havia levado tantos outros inocentes.

— Magnos… — murmurei, tentando encontrar palavras para confortá-lo, mas elas pareciam inúteis diante de tanta dor.

— Eu nunca vou esquecer o que senti naquele dia, Amélia — ele continuou, com a voz pesada de tristeza e raiva. — O desespero, a impotência… eu não pude fazer nada. Perdi Cátia e o nosso filhote… e desde então, a única coisa que tenho é essa fúria que queima dentro de mim. Esse desejo de vingança, de justiça. Héctor precisa pagar por isso. Por tudo que ele fez. — Disse com ódio.

Acreditei nele. Magnos nunca falhara em cumprir suas promessas, e sabia que ele faria o que fosse preciso para garantir que Héctor pagasse por cada uma das atrocidades que cometeu. Mas isso não aliviava a dor que eu sentia naquele momento. Meu peito estava apertado, como se o ar fosse pouco para preencher meus pulmões.

— E agora? — perguntei, minha voz saindo mais baixa do que eu esperava. — O que vamos fazer, Magnos? Qual será nosso próximo passo? — Perguntei. Magnos passou a mão pelos cabelos, respirando fundo, tentando controlar sua raiva. Ele estava lutando para manter a calma, mas eu via que a cada segundo ele estava à beira de perder o controle.

— Primeiro, precisamos nos proteger. Não sabemos o que Héctor está planejando, mas não podemos arriscar. Reforçarei a segurança da nossa casa, da alcateia. Ninguém entra ou sai sem que eu saiba. Aumentarei a vigilância, principalmente em volta de você e dos nossos filhotes. Eles são o nosso futuro, Amélia. Não podemos deixá-los vulneráveis. — Ele comentou e olhou para minha barriga com um misto de ternura e preocupação. Assenti, entendendo o quão importante nossos filhos eram. Mas, o medo e a raiva fervilhavam dentro de mim. Eu queria vingança. Eu queria justiça por todas as vidas tiradas de forma tão cruel.

— Vamos fazer Héctor pagar — disse Ravina, com uma convicção que me deu forças.

— Sim, ele pagará por todo pecado cometido, inclusive pelo grande erro de ter vindo atrás de nós. — Falei. Eu nunca tive tanta vontade de matar alguém.

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