POV AMÉLIA.
Depois que Hélio saiu, eu fiquei pensativa. Eu estava desesperada com essas descobertas. Saber que tem uma doença que pode afetar meus bebês me deixou muito mais em desespero do que saber que esses lobisomens comem carne humana.
Eu senti medo por um momento. Mas, de acordo com aquele médico traidor, eu sou preciosa para todos aqui. Então, por hora, não tenho que me preocupar em virar comida. Magnos não deixará que me toquem. Mas que mundo complicado, vim parar.
Não queria ajudar essas bestas sanguinárias, mas infelizmente tem cinquenta por cento ou mais de chance de meus filhos serem como o pai e poderem se transformar em lobisomens.
Eu não estou dizendo que acredito que aquele infeliz é pai de meus filhos. Só estou supondo. Pelos meus filhos, ajudarei a descobrir uma cura.
De repente, ouvi um rosnado e me assustei, dei um pulo na cama. Virei a cabeça na direção na qual o rosnado veio e me deparei com aquele infeliz me olhando de perto com aquele olhar que fazia minha alma gelar.
Me encolhi o máximo e me afastei até onde pude para me manter longe do perigo. Magnos me fazia me sentir uma presa preste a ser devorada. Ele rompeu o silêncio com sua voz poderosa. Se fosse em outra ocasião, eu até apreciaria essa voz rouca, grave e sensual. Mas nesse momento só sinto medo quando ouço sua voz.
— Você está pronta? — Ele perguntou. Eu estava ainda atordoada com o susto, então respondi tímida. Mas logo me recuperei e meu cérebro começou a trabalhar para que eu conseguisse sobreviver nesse lugar. Me lembre de Hélio me alertando para não irritar e contrariar o poderoso Alfa Magnos. Evitarei irritá-lo, mas contrariá-lo não posso garantir. Por hora, devo ser obediente.
— Sim. — Respondi tímida e me fazendo de acanhada. Percebi que magnos estranhou minha atitude. Mas mantive minha encenação.
Me preparei para sair da cama, me virando e colocando as minhas pernas para fora da cama. Mas levei um grande susto com os braços de Magnos me envolvendo, prontos para me levantar e carregar. Sua proximidade me deixou apavorada.
— Você não precisa me carregar, eu posso ir sentada na cadeira de rodas. — Falei nervosa e querendo me livrar de seus braços. Eu não conseguia pensar com esse ser tão próximo. Eu podia sentir seu perfume gostoso de jasmim-da-noite(cestrum nocturnum). Gosto muito dessa flor e de seu perfume. O estranho é um lobisomem usar um perfume tão adocicado.
— Não tem cadeira de rodas. Você tem duas opções: ou vai em meus braços, ou vai mancando. O que você prefere? — Perguntou ele, me tirando do meu transe. Esse ser é tão rude e ogro.
— Eu não consigo caminhar. Por que… está me olhando assim? — Perguntei, gaguejando, nervosa com a maneira como ele me observava intensamente.
— Você usa lentes de contato ou seus olhos são dessa cor? — Perguntou, me causando surpresa. Respondi que meus olhos eram daquela cor e lhe expliquei porque eles tinham essa coloração. Aliás, foi a curiosidade em descobrir por que meus olhos tinham essa cor que me fez começar a gostar da genética e estudar para me formar em uma médica geneticista. Eu estava empolgada em falar sobre esse assunto. Mas Magnos fez minha empolgação acabar no momento que abriu a sua boca.
Magnos me levou até o sofá e me colocou sentada. Quando fez isso, nós ficamos muito próximos um do outro. Meu rosto, sem querer, ficou na curva de pescoço e senti seu cheiro divino mais uma vez. Aquele perfume me fazia sentir diferente e calma. Era estranho como meu ventre reagia a esse cheiro.
Eu podia jurar que senti Magnos se estremecer antes de se afastar rapidamente. Ele me olhou com raiva, como se eu tivesse cometido um crime. O que fiz de errado? Eu só encostei nele e o cheirei. Que mal há nisso? Que ser problemático.
Enquanto Magnos me olhava como se quisesse me esforçar viva, uma linda mulher apareceu praticamente correndo na sala. Me dando um susto com sua repentina chegada. Ela sorriu alegremente para mim e se aproximou rápido. Com certeza ela é uma, lobisomem também. Nenhum humano se move tão ligeiro.
— Amélia é tão bom te ver acordada. Seja bem-vinda à nossa casa. Cuidarei muito bem de você e dos meus sobrinhos. — Ela falou contente.
Hein? Eu a olhava como se ela fosse louca. Eu não reconheço esse ser infeliz como pai dos meus filhos. Agora aparece essa aí e diz ser tia deles.
— Desculpe, não me apresentei. Que falta educação. Sou Cecilia, irmã do Alfa Magnos e tia desses quatro filhotinhos lindos que estão crescendo na sua barriga. — Cecília falou gentil e feliz. Agora está explicado, ela é irmã desse louco.
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