POV MAGNOS.
Raiva, ódio e culpa dominavam meus pensamentos após a revelação de Morgana. Sentia um desejo insano de matar o desgraçado que causou essa maldição aos lobos. A culpa começava a me consumir, sabendo que essa maldição era destinada a mim.
Ainda em pé, observava Morgana com raiva enquanto ela revelava tudo sobre a maldição. Meus pensamentos e sentimentos estavam um caos, e o descontrole ameaçava me dominar.
Foi quando senti seus braços ao redor da minha cintura, seu corpo tentando se aproximar, mas sua barriga de grávida a impedia de me abraçar completamente. Lentamente, a presença e o toque de Amélia me acalmavam. Fechei os olhos, respirando fundo, e os abri ao ouvir sua voz.
— Você está bem, amor? — perguntou Amélia. Olhei para Morgana, que sorria com deboche. O que essa bruxa velha quer, interrompendo nosso momento?
— Estou bem, querida — respondi, mas o sorriso daquela infeliz me incomodava.
— Já contei tudo que precisavam saber. Agora quero falar com minha afilhada a sós — disse Morgana.
— Já disse que Amélia não ficará sozinha com você. E você ainda não contou tudo — falei friamente.
— Você é um companheiro muito ciumento. Esse é o problema dessa palhaçada de companheirismo: vocês lobos ficam obcecados e possessivos com suas fêmeas. Isso é muito irritante. O que mais quer saber? — perguntou Morgana.
— Madrinha, nós não somos companheiros; Magnos têm uma companheira destinada. Sou apenas sua esposa — disse Amélia, e sua fala me incomodou. Morgana ficou com uma expressão de raiva.
— Cheguei a pensar que você fosse diferente do seu pai, mas é igual a ele. Maldito cão sarnento! Fez dela sua amante e, assim que sua companheira destinada aparecer, vai abandoná-la, assim como seu pai fez comigo — falou Morgana com ódio. Senti os braços de Amélia se afastarem, e não gostei.
— Calma, madrinha. Magnos e eu temos um acordo: se ele começar a me amar, vai me escolher como companheira — disse Amélia, me defendendo.
— É mesmo? Seu pai me fez a mesma promessa. Amélia, Magnos não consegue ver a verdade diante de seus olhos. Como pode confiar na palavra dele? — questionou Morgana, insinuando algo, e senti que ela estava encenando; essa bruxa sempre ocultava alguma coisa.
— Confio porque o amo muito. Sei que ele nunca me machucaria ou magoaria. Um dia, Magnos vai me amar — disse Amélia, declarando seu amor por mim. Meu coração deu um salto no peito.
— Entendo. Respeitarei suas escolhas, minha querida, mas se esse pinscher te magoar, vou levar você e meus netos, e ele nunca mais encontrará vocês — prometeu Morgana. Rosnei alto, irritado por ela me comparar com um cão pequeno e ameaçar tirar meus filhotes. A ideia de ficar sem eles me encheu de medo, mas o mantive dentro de mim, não queria que Morgana soubesse que me afetava com sua ameaça.
— Antes que tente, eu te mato, bruxa — ameacei.
— Chega, parem de brigar! Não veem que isso faz mal a mim e aos meus filhos? — disse Amélia, irritada.
Amélia estava assustada com o que Morgana contou. Devo confessar que também fiquei, mas não demonstrei. Mais um problema para lidar. Por que minha esposa não é uma simples humana ou loba? Por que Amélia sempre atrai confusão?
— Como eles souberam sobre Amélia? — perguntei.
— Boa pergunta, lobinho. Quando uma bruxa elementar desperta seus poderes, os sinos tocam pelo mundo sobrenatural, uma artimanha do Conselho. Qualquer ser mágico pode sentir seu poder. Foi assim quando a parte bruxa de Amélia despertou, eu a senti a quilômetros de distância — disse Morgana. Senti um frio na espinha.
— Um momento, madrinha, a senhora disse que meus filhos herdaram meus poderes e são poderosos. Isso quer dizer que quando nascerem, todo o mundo sobrenatural saberá? — perguntou Amélia, aflita.
— Isso é verdade? — perguntei, preocupado.
— Infelizmente, sim. Notei o poder dos quatro assim que invadi essa alcateia. Então, fiz um feitiço de proteção em volta de Amélia para que ninguém possa sentir o poder dos quadrigêmeos. É por isso que permanecerei nessa alcateia. Assim que os filhotes nascerem, colocarei um selo de proteção em cada um deles. Com o selo, ninguém sentirá o poder dos quatro — disse Morgana, se convidando para ficar.
— Está dizendo que ficará aqui? — perguntei, para ter certeza.
— Sim, lobinho. A partir de hoje, estou morando nesta casa — disse a folgada. Isso dará uma confusão quando meus pais souberem.
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