POV MAGNOS.
Enquanto caminhava pela casa de Aurora, algo começou sutilmente a se revelar. A casa, sempre elegante e moderna, com seu design luxuoso e linhas arrojadas, parecia ter mais a oferecer do que eu havia percebido antes. Agora, sem a ilusão que ofuscava minha percepção, comecei a notar detalhes que haviam passado despercebidos.
As paredes de mármore claro, adornadas com peças de arte contemporânea, revelavam mais do que sua beleza. Havia uma leveza no ambiente, mas, ao mesmo tempo, uma sensação de profundidade oculta. Percebi que, ao passar a mão sobre uma parede lisa, um leve contorno se formava, quase imperceptível. Com um toque específico, o painel se moveu silenciosamente, revelando uma passagem estreita que descia para o subterrâneo.
— Essa Aurora é uma caixinha de surpresas. — Falou Cosmo.
— Eu me perguntava o que ela havia feito no porão dessa casa. — Comentei.
A escada que surgiu à minha frente era feita de um metal escovado e iluminada por uma linha contínua de LED embutida na parede, emitindo um brilho suave. Desci com cautela. Gostei do que Aurora fez com esse lugar. No fundo da escadaria, me deparei com uma porta sem maçaneta, perfeitamente integrada ao ambiente. Aproximei-me e, ao pressionar uma seção da parede ao lado, a porta deslizou para o lado, revelando um cômodo oculto.
— Estou me sentindo em um filme de caça ao tesouro. — Disse Cosmo, rindo. Farejei o ar e o cheiro de Aurora estava mais forte aqui.
— A diferença é que aqui não tem teias de aranhas, nem está caindo aos pedaços. — Comentei e sorri.
Este espaço era impressionante. Não era sombrio nem ameaçador, mas havia um ar de mistério refinado. O chão era de um granito polido, refletindo as luzes embutidas no teto, que davam ao ambiente um brilho suave. No centro da sala, uma mesa de vidro apoiada em uma base de aço cromado, cercada por poltronas de couro branco impecáveis. Prateleiras embutidas nas paredes exibiam livros antigos, mas bem preservados, ao lado de objetos que claramente tinham valor histórico e mágico.
No entanto, o que mais chamou minha atenção foi uma segunda porta ao fundo, parcialmente coberta por uma cortina de veludo azul profundo. Ao puxá-la de lado, descobri uma passagem ainda mais intrigante. Ela levava a uma sala secreta, onde Aurora estava amarrada e amordaçada, sentada em uma cadeira que parecia mais um trono moderno, feito de um material escuro e elegante. Essa bruxa gosta de um luxo. Aurora parecia frágil, mas seus olhos brilharam ao me ver. Aproximei-me rapidamente e comecei a desfazer as amarras que a prendiam.
— Que sorte a minha de que você me conhece tão bem. — Disse Aurora, rindo fracamente. Aquela bruxa deve ter dado algo para ela tomar, para que ficasse fraca e incapaz.
Aurora se apoiou em mim, ainda fraca, enquanto eu a guiava para fora da sala secreta. Cada detalhe daquele espaço oculto reforçava a ideia de que Aurora sempre esteve envolvida em mistérios que eu, até então, não havia compreendido completamente.
— Devemos ficar atentos a essa bruxa. — Falou Cosmo.
— Sim, ela esconde muitas coisas nessa casa, mas todas as bruxas são assim, misteriosas e sempre ocultando informações e segredos. — Respondi.
Ao sairmos, a porta se fechou silenciosamente atrás de nós, como se nunca tivesse existido. Gostei. Talvez peça uma dessas para ser instalada em minha casa, para quando os filhotes nascerem, não os quero bisbilhotando no porão. Aurora respirava fundo, tentando recuperar o fôlego enquanto se acomodava no sofá da sala. Precisávamos conversar, e rápido. Algo muito sério havia acontecido, e eu não podia perder tempo.
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