POV AMÉLIA.
Eu ainda estava assimilando a revelação enquanto voltava para casa. Uma loba, quando eu poderia imaginar que era uma loba?
— Eu também não esperava, mas foi melhor assim. Imagina se fôssemos vampira ou elfa? Teríamos grandes barreiras para derrubar. Os lobisomens parecem não gostar muito dessas espécies. — disse Ravina.
— Você está certa, como loba podemos conquistar o coração de Magnos. — comentei.
— E de Cosmo. Aquele lobão preto é lindo. Estou ansiosa para poder conversar com ele um dia. — disse Ravina, empolgada em conhecer Cosmo. Eu sorri da sua empolgação.
— Você está conversando com Ravina? — ouvi Magnos me perguntando.
— Como você sabe? — perguntei confusa.
— Você riu de repente, assim como rio quando Cosmo diz algo engraçado. — comentou.
— Eu estava conversando com ela, sim. Conversamos bastante. — Falei.
— Como Ravina está reagindo à novidade? — perguntou Magnos enquanto dirigia.
— Ela, assim como eu, está bastante agitada. Ainda estamos tentando entender tudo que está acontecendo. Não é fácil de repente saber que não é o que você sempre pensou que fosse. — comentei.
— Sei que não será fácil se adaptar a essa sua nova realidade, mas quero que saiba que sempre estarei contigo. — falou Magnos.
— Obrigada, amor. Sabe o que eu não entendo? — perguntei.
— O quê? — perguntou.
— Por que a doença da infertilidade não me afetou? — perguntei.
— Não sei, eu também pensei nisso. Esse é mais um dos vários mistérios que te rondam e que temos que desvendar. — disse Magnos.
Chegamos em casa e eu estava bastante cansada. Fomos direto para o quarto, e eu tomei um banho relaxante e depois fui para a cama. Me deitei confortavelmente. Logo Magnos saiu do banheiro e veio se deitar do meu lado. Ele levantou minha camisola, revelando minha barriga, e beijou meu ventre. Os filhotes se mexeram, contentes.
— Amor, agora que descobri ser uma loba, quer dizer que minha gestação é de seis meses? — perguntei.
— Acho que não, mas vamos perguntar para Hélio. Você é metade humana, então talvez sua gestação não seja de seis meses. Mas não pensaremos nisso agora. Vamos descansar em sossego, amanhã pensamos nos problemas, preocupações e mistérios. — falou Magnos e me beijou.
Ele me puxou para mais perto dele, me abraçou de conchinha e ficou acariciando minha barriga. O rosto de Magnos estava em meu pescoço. Lentamente fui adormecendo.
Nos dias que se seguiram, a busca por respostas se tornou nossa prioridade absoluta. Eu, Jake, Cecília e, às vezes, Magnos, quando não estava ocupado, passávamos horas na biblioteca da alcateia, mergulhados em livros antigos e pergaminhos que poderiam conter alguma pista sobre como desfazer o feitiço de Morgana.
Os anciões estavam sempre por perto, oferecendo conselhos e auxiliando na pesquisa. Uma manhã, estávamos todos reunidos em torno de uma mesa coberta de textos antigos. Eu estava mais determinada do que nunca, eu estava cheia de energia.
— Encontramos algo? — perguntei, folheando um livro grosso de capa de couro.
Todos assentiram, e Magnos ligou para os humanos que eram responsáveis por investigar para ele. Magnos tinha um escritório de investigadores que trabalhavam para ele. Essas pessoas iriam atrás de Morgana sem levantar suspeitas.
Os dias seguintes foram marcados por uma espera ansiosa. Os investigadores que Magnos havia enviado para Paris ainda não haviam retornado com notícias concretas. Enquanto isso, continuávamos nossa pesquisa incessante na biblioteca.
Madrinha Margô avisou que não poderia vir para Salem por esses dias, porque aconteceu um imprevisto, então ela viria daqui a alguns dias. Margô ficou de avisar quando pudesse vir. Foi um alívio, pois eu não poderia sair agora da alcateia, não com um assunto tão importante sendo investigado.
Uma noite, estava eu e Magnos na biblioteca de casa, havíamos trazido alguns livros para continuar a pesquisa em casa. Magnos achou mais confortável para mim e os bebês. Enquanto eu revisava um livro antigo, encontrei uma passagem que chamou minha atenção. Falava sobre um artefato poderoso, mencionado em várias lendas, que podia desfazer os feitiços mais fortes.
— Amor, veja isso — chamei, mostrando a passagem para ele. Ele leu com atenção, seus olhos se iluminando.
— Esse artefato pode ser a chave para libertar sua loba Ravina. — comentou.
— Precisamos encontrar mais informações sobre ele. Falaremos com os anciões e veremos o que eles sabem sobre isso. — falei, sentindo uma nova onda de esperança.
— Sim, vamos, mas não hoje. Já está tarde, querida. Você precisa descansar. Podemos tratar desse assunto amanhã. — falou Magnos, se aproximando de mim e me fazendo levantar da minha poltrona confortável.
— Mas eu ainda não estou cansada. — falei, tentando argumentar com meu marido. Magnos me pegou nos seus braços e começou a andar comigo.
— Os filhotes precisam descansar, já é tarde. Seja uma boa lobinha e obedeça seu marido. — falou Magnos, subindo as escadas. Suspirei, derrotada, precisava pensar nos meus filhos.
— Você está certo, mas amanhã pela manhã, procuramos os anciões. — comentei, e Magnos riu concordando.
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