POV AMÉLIA.
Me espreguicei na cama, esticando-me toda. Quando toquei o lado da cama onde Magnos dormia, ele estava vazio. Meu marido já havia se levantado há muito tempo, a julgar pelo local, que estava gelado. Abri os olhos e olhei em volta, não encontrando ninguém. Senti-me abandonada e carente, acostumada a acordar com Magnos ao meu lado. Então, o dia em que ele não estava, eu ficava triste. Suspirei e me levantei.
— Você notou? — perguntou Ravina, invadindo minha mente.
— Notei o quê, criatura? Acordei agora, nem sei quem sou ainda — falei, rindo.
— Não percebeu que estamos enxergando no escuro? — perguntou Ravina. Arregalei os olhos e quase caí ao notar que as cortinas estavam fechadas, mas eu estava enxergando perfeitamente, como se fosse dia. Sentei-me de novo na cama.
— O que está acontecendo comigo? — perguntei nervosa.
— Acalme-se e respire. Acho que é algum dos nossos poderes. Eu me sinto mais forte, como se algo quisesse sair — disse Ravina. Ouvir aquilo me deixou preocupada. Como assim, poderes?
— O que você está falando, que poderes? — perguntei a Ravina.
— Podemos enxergar no escuro — disse Ravina.
— Você disse que está se sentindo mais forte e ainda mencionou algo querendo sair. Devo me preocupar com isso? — perguntei apreensiva.
— Eu não sei se devemos nos preocupar. Só tenho essa sensação, não sei o que é. Pode ser só coisa da minha cabeça — falou.
— O que sabe sobre essa nossa capacidade de enxergar no escuro? Sabe a quem essa habilidade pertence? — perguntei.
— Não faço a mínima ideia de nada que está acontecendo conosco — disse sincera.
— Como não sabe de nada? Você é meu ser sobrenatural e disse que essa capacidade é nosso poder. Ravina, me diga o que somos? — falei nervosa.
— Eu não sei, Amélia. Às vezes, as informações vêm à minha mente do nada. Não tenho controle sobre o que penso. Gostaria de poder te responder essa pergunta. Detesto te sentir assim nervosa, preocupada e confusa. Mas, infelizmente, não sei de nada — disse Ravina, triste por não poder me ajudar.
— Me desculpe, Ravina. Eu não deveria te pressionar dessa maneira. Sei que sempre é sincera comigo e me contaria tudo se soubesse. Me perdoe — pedi.
— É lógico que eu te perdoo, Amélia. Você é minha melhor amiga e somos uma só. Entendo sua atitude, sei que está nervosa e costuma falar sem pensar às vezes quando está neste estado — disse Ravina, me desculpando e demonstrando que me conhece muito bem.
— Vamos deixar esse assunto para depois. Agora, temos que nos arrumar e sair desse quarto para alimentar nossos filhos. Eles estão famintos assim como a mãe deles — falei, me levantando e indo para o banheiro.
— Certo. Mas vamos manter essa descoberta em segredo por enquanto, até descobrirmos mais sobre nós — falou apreensiva.
— Concordo — falei, e encerramos nossa conversa mental.
Trinta minutos depois, eu estava no corredor do meu quarto, indo em direção à escada. Desci todos aqueles degraus e cheguei ao primeiro andar. Fui direto para a sala de jantar. Quando cheguei, não encontrei ninguém, mas a mesa estava posta, me esperando. Então, me sentei para começar a comer. Uma funcionária entrou, vindo da cozinha. Ela abaixou a cabeça assim que me notou e fez uma reverência, me cumprimentando.
— Aquela vadia deveria protegê-los, não os maltratar. Uma Luna é como uma mãe para os lobos da alcateia, ela sempre os protege e quer o melhor para eles — falou Ravina, revoltada. Voltei minha atenção à Helena.
— Vejo seu medo só em ouvir o nome dela. E imagino que ela não era nada boa com vocês. Mas saiba que não sou como Cátia e não vou lhe fazer mal. Então, pode ficar tranquila que vou proteger você e os outros ômegas — falei. Helena me olhou surpresa e sorriu; ela deve ter sentido que eu falava a verdade.
— Obrigada, senhora — disse sorrindo. Ouvi passos, e Jake e Cecília entraram na sala de jantar. Helena se curvou para ele em sinal de respeito e se retirou do local.
— Finalmente acordou, irmãzinha. Pensei que estivesse hibernando — falou Jake, sorrindo.
— Bom dia para você também, irmão. Bom dia, Cecília — cumprimentei os dois.
— Bom dia, Lia. Dormiu bem? — perguntou Cecília.
— Sim, muito bem. Estou muito relaxada hoje — respondi feliz, lembrando-me da noite passada com Magnos, me fazendo gozar. Senti até meu sexo se contrair só em lembrar.
— Que bom que está relaxada. Pois temos um probleminha a caminho — falou Jake, agora sério.
— O que está acontecendo? — perguntei.
— Meus pais estão vindo para Salem. Chegarão em dois dias — respondeu. Como assim, meus tios estão vindo?
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