POV MAGNOS.
Parei na estrada próxima à estufa e desci do carro com Rubens ao meu lado. Sua expressão era uma mistura de curiosidade e nervosismo. Caminhamos pelo caminho de pedra que levava à nossa estufa. O local era bem guardado e isolado do resto da alcateia.
— A estufa fica logo ali, no coração da floresta — informei, apontando para uma estrutura quase invisível ao longe.
Rubens olhou na direção que eu indicava, seus olhos se arregalando um pouco ao ver a magnitude do lugar. Ao nos aproximarmos, ele notou como a estufa parecia se misturar perfeitamente com a vegetação ao redor. Suas paredes de vidro refletiam o ambiente natural, tornando-a praticamente impossível de ser vista de longe ou de cima.
— Isso é... incrível, alfa Magnos! Nunca vi nada igual — comentou, olhando ao redor.
— Esta é a nossa estufa principal. Aqui, usamos tecnologia de ponta para garantir que nossas ervas cresçam nas melhores condições possíveis. — Expliquei, com um toque de orgulho na voz.
Os sensores de umidade e temperatura estavam estrategicamente posicionados ao longo das filas de plantas. As luzes artificiais imitavam perfeitamente o ciclo solar, permitindo que as ervas recebessem a quantidade exata de luz necessária para seu crescimento.
— Todas as nossas plantas são monitoradas 24 horas por dia. Temos um sistema de irrigação automatizado que utiliza a quantidade mínima necessária de água, evitando desperdício. — Mostrei a Rubens o painel de controle central, onde uma tela mostrava dados em tempo real sobre cada seção da estufa. Alguns ômegas trabalhavam na estufa naquele momento, eles se dedicavam muito à missão de manter todas as espécies presentes na estufa vivas e saudáveis.
— E como vocês conseguem cultivar essas ervas sem prejudicar a floresta ao redor? — perguntou Rubens, visivelmente impressionado.
— Desenvolvemos um método de cultivo que funciona em harmonia com o meio ambiente. Utilizamos compostagem natural e defensivos biológicos para manter as pragas afastadas. Além disso, todas as mudas são retiradas da floresta com extremo cuidado para não danificar as plantas-mãe. O resultado é uma produção sustentável que não interfere no ecossistema local. — Respondi. Rubens caminhava entre as fileiras de plantas, admirando a diversidade de ervas.
— Eu nunca pensei que fosse possível cultivar tantas espécies diferentes em um só lugar. É realmente impressionante, alfa Magnos. — Ele se abaixou para observar uma planta de perto, tocando levemente suas folhas.
— Sinto-me muito satisfeito do que construímos aqui. Cada erva que cultivamos representa uma vitória sobre a extinção. Conseguimos manter vivas espécies que, de outra forma, estariam perdidas para sempre. E tudo isso, sem prejudicar a floresta que nos cerca. É um equilíbrio delicado, mas essencial. — Passei a mão sobre uma das plantas, sentindo a textura de suas folhas.
— É impressionante como a estufa se camufla tão bem com o ambiente. Nunca imaginaria que algo tão avançado estivesse escondido aqui — comentou Rubens.
— Esse é exatamente o objetivo. Queremos preservar a integridade da floresta e, ao mesmo tempo, proteger nossos segredos. A estufa foi projetada para ser uma extensão da natureza, não uma intrusão — expliquei. Rubens assentiu, claramente impressionado.
— Magnos, sua visão e dedicação são inspiradoras. Espero que possamos trabalhar juntos para manter e expandir essa incrível obra. — Falou Rubens, entusiasmado. Ele está achando que compartilharei meus segredos com o Conselho? Doce ilusão.
— Não se engane, Rubens. Essa parceria é uma exceção. Só estou considerando isso porque vejo valor estratégico em ter você como aliado no Conselho. Meu objetivo não é compartilhar nossos conhecimentos ou aumentar nossos negócios com o Conselho. Somente os ajudo quando a situação pode prejudicar de alguma maneira minha alcateia. — Esclareci, olhando diretamente para ele. Rubens pareceu entender a mensagem subjacente. Ele sabia que essa era uma oportunidade única e que não deveria desperdiçá-la.
— Compreendo, Magnos. Agradeço pela confiança. Vou garantir que nossa parceria traga benefícios mútuos, respeitando sempre seus limites e prioridades — respondeu Rubens, agora com um tom mais sério.
Caminhamos de volta ao carro e, enquanto dirigíamos de volta à sede da alcateia, Rubens ficou em silêncio, contemplando tudo o que havia visto e ouvido. Eu sabia que ele agora tinha uma nova perspectiva sobre a nossa força e nossa determinação em proteger o que é nosso.
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