POV MAGNOS.
— Alfa Magnos, mais uma vez me perdoe. Errei e não deveria ter falado o que falei com a sua esposa. Fui muito estúpido. — disse Rubens, pedindo perdão. Pude perceber como ele estava desesperado, com medo de sua atitude atrapalhar a nossa cooperação. Mas Rubens não perde por esperar, eu tirarei proveito dessa situação.
— Acho melhor, para sua integridade física, não tocar mais nesse assunto. Já estou fazendo um enorme esforço para acalmar meu lobo, para que ele não o despedace. Então, é melhor evitar esse assunto, para o seu bem. — falei irritado. Rubens ficou pálido quando ouviu que Cosmo o queria despedaçar.
— E quero mesmo. Esse mago folgado acha que pode dar em cima da minha esposa? — falou Cosmo em minha mente, ele estava muito raivoso.
— Mantenha a calma. Eu também estou com raiva, mas vamos usar o ocorrido a nosso favor — comentei com Cosmo.
— O que você está pensando em fazer? — perguntou Cosmo.
— Conseguir favores — falei.
— É uma boa ideia, mas não é fácil olhar para a cara desse mago folgado — comentou.
— Não tocarei mais nesse assunto — disse Rubens, nervoso, tirando minha atenção da conversa que eu estava tendo com Cosmo.
— Muito bem, diga o que quer comigo? — perguntei.
— Eu gostaria de fazer uma parceria com a sua alcateia para fornecer insumos para o Conselho — disse Rubens. Ouvirei sua proposta, pois precisava pensar se era vantajoso para a alcateia.
— Vamos ouvir sua proposta primeiro — falei.
— Alfa Magnos, enquanto eu passeava por sua alcateia, entrei numa loja de ervas para comprar algumas para meu uso pessoal e fiquei muito surpreso com a quantidade de ervas extintas que vocês têm aqui — disse Rubens.
— Continue — o encorajei.
— Perguntei para a proprietária onde ela estava conseguindo aquelas ervas que estavam quase e até algumas extintas lá fora? Ela informou que a alcateia cultivava aquelas ervas. Fiquei muito interessado, pois eu mesmo uso às vezes essas ervas. Magnos, sua alcateia, cultiva diversas ervas de uso medicinal e que as bruxas, druidas, fadas, curandeiros e outros seres usam para curar e para feitiço. E essas ervas só existem agora aqui na Floresta dos Uivantes Negros — comentou Rubens, empolgado.
— O que você quer me propor, Rubens? Seja objetivo — pedi.
— Quero fazer uma parceria, onde sua alcateia fornece ervas que não temos mais disponíveis lá fora, para o mercado do Conselho — falou Rubens, enfim, o que queria.
O Conselho mantém uma grande loja onde comercializa tudo que os seres sobrenaturais possam precisar. Assim, ninguém precisa ficar se arriscando, saindo à procura. O Conselho negocia com diversas espécies, justamente para facilitar a compra de quem precisa.
— Sim, agora, nesse instante. Amanhã, você irá voltar para o Conselho, então sua oportunidade de ver a produção de ervas é agora — mencionei.
Eu queria o Conselho longe das minhas terras. Nunca mais convido eles para visitarem minha alcateia. Conrado, não tenho nenhum problema em deixar que entre em meu território. Mas Rubens, após dar em cima da minha esposa, nunca mais o deixarei voltar em minha alcateia.
— Então vamos, estou ansioso para ver como você está conseguindo produzir tantas ervas que estão em escassez fora da sua alcateia. Magnos, sua alcateia é um grande tesouro. Agora entendo por que não, deixa qualquer um entrar aqui — mencionou Rubens, empolgado.
— Planejei cada detalhe dessa alcateia e projetei ela para ser um lugar perfeito e seguro para meus lobos uivantes viverem. Aqui, eles vivem em paz e sossego, sem precisar se preocupar com os inimigos e os perigos que existem fora da alcateia, não que isso nos incomode ou cause medo. Meus uivantes são forjados para não temer, mas serem temidos — comentei.
— Conheço muito bem a reputação da sua alcateia e de seus uivantes. E acredite, o mundo sobrenatural fica muito mais tranquilo com seus uivantes estando aqui dentro. Não me leve a mal, mas seus uivantes causam pesadelos em muitos seres sobrenaturais — comentou Rubens, sorrindo, incomodado.
— Sei a fama que temos e fico satisfeito com ela. Assim, mantemos os curiosos e oportunistas bem longe de nós. E eu não ouvi você reclamando da reputação da minha alcateia quando precisou de nós para resolver seus problemas. Sempre que o Conselho está sob pressão, ou sendo ameaçado, ou com problemas financeiros, é a minha alcateia que está lá para evitar que se enforquem — falei enquanto entrávamos no elevador.
— Não me entenda mal, Alfa Magnos. Não estou reclamando. Eu e todo o Conselho, assim como muitos seres salvos por vocês, somos eternamente gratos a você e sua alcateia. Mas é impossível não temer os Uivantes Negros e seu alfa implacável — comentou Rubens. Saímos do elevador, chegando no saguão da entrada do prédio sede.
— É bom que se lembre do que somos capazes, e reze para um dia não nos ter como inimigo, pois nós não seremos piedosos — falei, sorrindo cruelmente para Rubens enquanto eu entrava no meu carro. Rubens arregalou os olhos e ficou parado em frente à porta aberta do meu carro. Ele parecia indeciso se deveria entrar no carro, após ser ameaçado tão descaradamente.
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