ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 146

Alex e Rebecca passaram uma noite em claro, travando uma batalha exaustiva com suas próprias emoções. Para Rebecca, os medos relacionados ao bebê a atormentam como sussurros que evocam um passado doloroso, e o pavor de repetir os mesmos erros a consome. Enquanto isso, Alex sofre por demorar tempo demais para se perdoar e por magoar repetidamente a mulher que carrega em seu coração, o que o fez perder de vez a chance de ser feliz ao lado dela. Na manhã seguinte, Alex toma um banho frio e se encontra com seus amigos para o café da manhã.

— Parece que alguém não teve uma noite de sono tranquila. Sua aparência está péssima. — Leandro comenta ao avistar Alex.

— Sem piadas, meu humor está péssimo. Onde está o Richard?

— Ele está no trabalho, não vai tomar café conosco. — Responde Saulo.

— Então, senhores, o que vocês têm a compartilhar sobre a Srta. Jenkins e o Sr. Plaenge?

— Até onde sei, não temos obrigação de te fornecer informações sobre eles. — Afirma Ryan.

— Você continua um idiota, Ryan. Qual é o seu problema? Deixa para lá, não tenho tempo para isso. Há quanto tempo eles estão juntos?

— Oficialmente, pouco mais de um mês. Se estavam saindo antes disso, não tenho essa informação, mas posso perguntar a Susan, se desejar. — Diz Leandro.

— Ela pode estar grávida? — Pergunta, indo direto ao ponto. — Vejam bem, ela estava enjoada ontem. Era uma possibilidade, não uma certeza. Então, ela está grávida? — Indaga, fixando seu olhar nos amigos.

— Duvido, Alex. Ela não esconderia isso de nós. — Responde Leandro, sua expressão evidenciando o desconforto.

— E até quando você ficará em Boston? — Pergunta Saulo, mudando de assunto. Alex observa atentamente cada um dos amigos, analisando suas expressões, e então deixa escapar um sorriso enigmático.

— Estou retornando para Zurique hoje. Foi bom vê-los. — Diz, levantando-se e saindo, deixando os homens perplexos.

— O que aconteceu? — Questiona Saulo, confuso.

— Alex sendo o Alex, quando ele não surta? — Pergunta Ryan com sarcasmo. — Para o Alex, tudo se transforma em uma novela, é um desafio lidar com ele às vezes.

No carro, Alex encosta a cabeça no volante. Naqueles breves minutos na presença dos amigos, as palavras de Peter sobre Rebecca ter um papel mais destacado na vida de seus amigos ecoam em sua mente. Ele chega à dolorosa conclusão de que a lealdade de seus amigos pertence à Rebecca. Cheio de raiva e desespero, pega seu celular e envia uma mensagem para Richard, enquanto o silêncio ao seu redor é quebrado apenas pelo som de sua respiração acelerada.

“Você é um babaca! Vocês sempre a escolhem, sempre. Nunca conseguem ser imparciais.”

No hospital, Richard lê a mensagem e fica perplexo com o teor das palavras. Antes que ele possa elaborar uma resposta, avista Rebecca se aproximando. A expressão dela é desoladora, e, sem pronunciar uma única palavra, ele a envolve em um abraço acolhedor, enquanto ela chora em seu peito.

— Richard, eu estou grávida. Estou me sentindo tão perdida, não sei se devo ficar feliz ou triste, é como se meu mundo estivesse desmoronando. O que eu farei? — Rebecca desabafa, suas palavras carregadas de incerteza e emoção, seus olhos se enchem de lágrimas.

— Becca, ficará tudo bem, você vai ver. Faremos todos os exames necessários, para verificar como você e o bebê estão. Depois disso, conversaremos sobre tudo, tudo bem? — Responde, segurando a mão de Rebecca com firmeza.

Richard a conduz para a realização dos exames. Enquanto a aguarda, ele liga para Ryan, cuja voz ecoa do outro lado da linha.

— Bom dia, Sr. Miller.

— Ryan, eu recebi uma mensagem estranha do Alex agora há pouco, me chamando de babaca. Tentei ligar para ele, mas a ligação não completa, acho que ele me bloqueou. Vocês falaram sobre a possibilidade dela estar grávida? — Richard questiona, sua voz carregada de preocupação.

— Não falamos sobre isso, ele apenas perguntou sobre ela e Natan, inclusive se era possível ela estar grávida. Tentarei ligar para ele para descobrir o que está acontecendo. — Responde, com um toque de perplexidade em sua voz.

— Ok, Ryan, me avisa depois. — Conclui Richard, desligando o telefone.

— Eu disse, Alex é do tipo que surta por qualquer coisa. — Diz Ryan, enquanto tenta ligar para Alex, mas a ligação não completa. — Que inferno está acontecendo? Não posso acreditar que ele esteja agindo como uma criança. — Resmunga, irritado.

— O que aconteceu? — Questiona Leandro, visivelmente confuso.

— Um bebezinho, Richard. Deus é bom, não é? Isso significa que ele já me perdoou pelo que fiz. — Diz, emocionada, a voz embargada pela gratidão.

— Você não precisava de perdão, mas se prefere assim, sim. Ele super te perdoou, porque agora são dois. — Responde Richard, com carinho, enquanto a alegria e o amor se misturam na sala.

Rebecca se afasta do abraço dele, seus olhos ampliados, como se implorassem silenciosamente que ele repetisse o que acabara de dizer. Richard sorri com carinho e deixa um beijo suave em sua testa.

— São gêmeos, Rebecca. O médico identificou dois batimentos distintos no ultrassom.

— Gê-Gê-meos? — Pergunta gaguejando, incrédula com o que está ouvindo.

— Sim, Becca, gêmeos. Você terá dois bebezinhos. — Responde, abraçando-a com uma alegria transbordante.

Cada palavra ressoa como uma sinfonia divina, trazendo consigo uma onda de esperança. Como se o destino estivesse recompensando Rebecca com um milagre inesperado e duplamente abençoado.

— Ai, meu Deus, dois bebezinhos. — Sussurra, acariciando sua barriga com ternura. — Richard, se eu surtar, você me interna, por favor. Não permita que eu machuque esses pequenos, são dois, Richard, dois bebezinhos. — Diz, emocionada. — Amo vocês, pequeninos, vou protegê-los com toda a minha força. — Murmura, entre as lágrimas, suas palavras carregadas de amor.

— Rebecca, você está com quatorze semanas de gestação. A partir de agora, precisará de um cuidado redobrado. Precisará descansar muito, pelo bem de todos vocês. — Richard a aconselha.

— Eu prometo, vou cuidar desses bebês, Richard. Eu te amo, obrigada por tudo. — Diz, abraçando-o com força, como se quisesse expressar toda a sua gratidão em um só gesto. — Nos vemos à noite. — Levanta-se e sai do consultório, irradiando alegria e esperança.

No carro, suas mãos repousam suavemente na barriga, enquanto ela luta contra seus medos e permite que a felicidade inunde seu peito. É como se, naquele momento, todos os pedaços de seu coração se unissem, proporcionando-lhe novos motivos para viver.

— Mal posso esperar para ver os olhos do papai de vocês brilhando com essa surpresa. — Sussurra, acariciando sua barriga. — Juntos, enfrentaremos todos os desafios e descobriremos todas as alegrias que a vida nos reserva, meus amores. — Conclui, ligando o carro e se preparando para encarar essa nova etapa.

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