ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 189

Rebecca, atordoada com a atitude repentina de Alex, se debate freneticamente na cama, em uma tentativa desesperada de se desprender das amarras. O desejo que antes a consumia é substituído por uma onda de raiva.

— Alex, não faça isso! — Grita, sua voz ecoando de indignação. — Chega dessa brincadeira idiota!

Entretanto, suas súplicas são recebidas apenas pelo silêncio ensurdecedor que preenche o apartamento. Rebecca, incrédula, se convence de que ele realmente partiu. Deixa de se debater e solta um suspiro, buscando acalmar-se. Ao analisar a situação, um ataque de risos a envolve, enquanto observa as amarras e percebe que a ligadura em seu braço direito está mais frouxa.

— Ah, Alex, você vai pagar por isso. — Sussurra, movendo a mão direita até conseguir se libertar.

Com agilidade, ela desvencilha a mão das amarras e replica o processo nas demais amarrações. Erguendo-se, percorre o apartamento em busca de Alex, decidida a confirmar se ele teve realmente a audácia de deixá-la amarrada à cama. Entre risadas que se misturam a uma mescla de emoções, ela retorna ao quarto.

Na manhã seguinte, ao chegar ao seu destino, Alex é alertado por uma notificação em seu celular. Antes mesmo de sair do carro, desliza o dedo sobre a tela para ler a mensagem.

“Amor, espero que não se sinta magoado, mas uma necessidade urgente me chama para longe por alguns dias. Estou partindo para Londres, pois meu pai não está bem.”

Ao absorver aquelas palavras, uma onda de alívio e contentamento envolve Alex, sabendo que terá um respiro da presença daquela mulher. Ele responde com prontidão.

“Quer que eu vá junto? Posso tomar medidas legais.” — Ele envia a mensagem, ansiando pela recusa dela, pois não deseja compartilhar a viagem.

O coração de Nicole se aquece com aquelas palavras, embora seu pai não esteja enfermo, ela está partindo em busca de ajuda para se libertar de Peter.

“Agradeço, meu amor, mas não precisa. Compreendo tua situação, meu pai ficará bem, sem dúvidas. Te amo e aviso quando estiver a caminho de volta.”

No apartamento, Rebecca conclui os preparativos para começar o dia, o espelho reflete suas lembranças da noite anterior e ela elabora estratégias ardilosas para retribuir a Alex. Seus pensamentos são abruptamente interrompidos pelo som insistente da campainha. Um sorriso travesso adorna seus lábios enquanto ela se aproxima da porta, abrindo-a.

— Pelo visto, eu não fui escoteiro. — Afirma, adentrando o apartamento e encarando o olhar furioso dela. — Bom dia, meu amor. — Diz, ouvindo a porta se fechar com estrondo.

— O que diabos você está fazendo aqui? — Questiona, tentando conter a fúria que fervilha dentro de si.

— Trouxe um café para você, querida. Da sua cafeteria favorita.

— Deixe na sala de jantar e suma da minha casa.

— Parece que suas habilidades com as mãos não foram tão eficazes, está muito estressada. — Provoca, com um sorriso sarcástico, recebendo um olhar furioso dela.

— Quer experimentar essas habilidades? Porque, neste momento, estou visualizando minhas mãos ao redor do seu pescoço, fazendo um serviço de massagem personalizado, apertando até você ficar sem ar. — Responde, visivelmente chateada.

— Não, obrigado. Não é dessa maneira que gosto de perder o ar. — Responde, dirigindo-se à sala, enquanto ela ferve de raiva.

Na sala de jantar, ele organiza a mesa com café e ela sorri ao entrar, percebendo que ele comprou até os bolos que tanto adora.

— Não pense que vai me conquistar assim, estou muito brava. — Resmunga e ele a puxa para seus braços, mantendo uma mão em sua cintura e a outra acariciando seu rosto.

— Você é simplesmente linda. — Sussurra, beijando-a suavemente. — Querida, apenas te dei a lição que merecia. Guarde bem na memória a noite passada para pensar duas vezes antes de me provocar. Mas hoje é um novo dia e se desejar, posso te proporcionar um mundo de prazer.

— Não quero, obrigada. — Responde, afastando-se e sentando-se.

— Que tal ficarmos em casa hoje? Prometo realizar todos os seus desejos para melhorar o seu humor. Tenho certeza de que minhas mãos são mais habilidosas do que as suas. — Provoca, com um sorriso malicioso nos lábios.

— E quanto à sua namo…

Rebecca, ao absorver todas essas notícias e reviver lembranças dolorosas do passado, fica à beira de uma crise. No entanto, o amor e apoio incondicional que ela recebe de Alex parecem suficientes para conter suas emoções. Ele a leva para Nova York, onde ela pode se reconectar com o amor de seus filhos e experimentar a sensação de uma família feliz e unida, oferecendo o conforto tão necessário naquele momento, em que a sensibilidade da vida se manifesta de forma intensa e profunda.

— Meu amor. — Sussurra Alex, acariciando ternamente os cabelos dela. — Amanhã, teremos que retornar às nossas realidades. Nicole estará de volta a Boston e devemos manter a distância.

— Alex, e se fugíssemos? Proponho esquecermos todos esses problemas e desaparecer pelo mundo afora. Eu não suporto mais isso. — Afirma, recebendo um leve beijo na cabeça.

— Não é a vida que queremos para nossos filhos. As coisas já estão se encaixando, meu amor. Em breve, será a vez de Nicole pagar. Eu te prometo que encontrarei provas contra ela. Nossos dias de tranquilidade virão e juntos superaremos tudo isso.

— E se não con…

— Não existe essa possibilidade. — Afirma, interrompendo-a com determinação. — De um jeito ou de outro, ela pagará por todo o mal que nos causou. — Conclui, envolvendo-a em um abraço firme, como se quisesse protegê-la de qualquer perigo.

No dia seguinte, ao retornarem a Boston, se separam com o coração pesado, enfrentando uma despedida indesejada, mas necessária. Alex dirige-se à prisão de Framingham e aguarda ansiosamente por Melissa. Quando ela adentra a sala de visitas, escoltada por um policial, seus olhares se encontram. Seu coração é envolto por uma escuridão e um sorriso maldoso desenha-se lentamente nos lábios de Alex.

— Foram anos até você, finalmente, desvendar a verdade que sempre esteve diante dos seus olhos. — Provoca, sentando-se com um sorriso satisfeito, ciente de que ele agora compartilha da angústia que por tanto tempo foi exclusivamente sua.

— Seu discurso é encantador, mas vocês nunca serão felizes, porque você nunca foi esperto, Alex. Eu destruí tua mulherzinha bem debaixo do teu nariz, e vocês viveram longos anos na infelicidade. Se depender de mim, ainda viverão. Eu estava disposta a resolver isso, mas agora, observando o teu sofrimento, minha motivação aumenta, principalmente por você tirar o homem que amo de mim.