ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 144

Naquele momento, a única trilha sonora é a música ambiente, enquanto o clima na mesa se torna extremamente pesado, e o desconforto de Rebecca é visível, à medida que ela evita os olhares de Alex.

— Rebecca, como você pode ficar tanto tempo com alguém assim? — Sussurra Natan, embora suas palavras sejam claramente audíveis.

— Estou curioso, alguém assim? — Indaga Alex, fixando seu olhar nele.

— Alex, pare de provocar. — Adverte Bruna, em uma tentativa de amenizar a tensão.

— Permitam-me desfrutar desta rara oportunidade de uma análise comportamental gratuita. — Diz, levando o copo aos lábios, provocando risos entre seus amigos.

— Alex, suas réplicas afiadas e indiferença questionável voltaram. — Observa Richard, rindo.

— Que tal brindarmos a isso, então? — Indaga, erguendo o copo com um ar de desafio, e bebendo o uísque de um só gole.

— Vocês são pessoas incríveis, exceto você. — Natan aponta para Leandro. — Como conseguem tolerar a presença de alguém tão venenoso e desagradável como esse? E você, Rebecca, como conseguiu ser casada com alguém tão arrogante e repugnante como ele?

— Sr. Plaenge, fique tranquilo. A Srta. Jenkins raramente precisou lidar com esse meu lado, ela tinha o meu coração, portanto, podia fazer o que bem entendesse comigo. Ela até conseguiu tornar-me um homem mais aceitável aos olhos dos meus amigos. — Diz, com um sorriso. — É por isso que ele usou a palavra “voltaram”. Seja um pouco mais astuto, por favor. Pessoas de discernimento limitado me cansam. Deixe o passado no passado e aproveite o seu tempo com a senhorita. E, por favor, abstenha-se de me dirigir a palavra novamente. Não tenho interesse em interagir com você. Nessas horas, adoraria estar embriagado. Talvez assim você se tornasse mais suportável. — Conclui, tomando mais uma dose. Seus amigos riem das suas palavras, enquanto as mulheres permanecem em silêncio, observando o desconforto de Rebecca.

— Alex, não dá para te aguentar, juro. Eu me divirto quando você está por perto. — Acrescenta Leandro.

— Deve ser porque sou um verdadeiro palhaço, não é? Às vezes, parece que estou preso num circo. Meu Deus, quanta tolice. — Responde, rindo.

— Com licença. — Rebecca se levanta apressadamente, sua mão cobrindo a boca, e ela segue apressada em direção ao banheiro.

— Deixe-me verificar se ela está bem. — Susan se levanta com determinação e se encaminha rapidamente para o banheiro, Christine e Grace a seguindo com expressões de apreensão.

— Richard, vá lá e verifique se ela está bem. — Ordena Alex com um tom sério.

— Eu vou. — Natan se levanta imediatamente.

— Dê um tempo, ele é médico. Sente-se aí e pare de ser estúpido. — Adverte Alex com um tom firme.

— Vá se foder, Alex. — Responde Natan, sua voz carregada de irritação.

— Deixa que cuido disso, Natan. — Diz Richard, levantando-se e indo em direção ao banheiro. — Meninas, posso entrar? — Indaga na porta do banheiro.

— Por favor, Richard, ela não para de vomitar. — Susan responde com urgência em sua voz.

— Becca, você está bem? — Pergunta, parado diante da porta onde ela se encontra.

— Não, por favor, me deixem sozinha. Deve ter sido algo que comi. — Responde com voz trêmula, seu rosto pálido, revelando um desconforto.

— Rebecca, eu sei o que foi dito lá atrás, mas você tem se protegido desde que começou a sair com o Natan? Quando foi sua última menstruação?

Um silêncio pesado paira no ar enquanto Rebecca pondera. Desde o evento traumático, ela abandonou a pílula anticoncepcional, pois as palavras dolorosas proferidas anteriormente sobre não poder ter filhos a atingiram profundamente, e ela aceitou isso como uma sentença. A pergunta dele só a faz vomitar mais, o nervosismo a consumindo, e todos ficam em silêncio, aguardando ansiosamente que ela se recupere.

— Você acha possível, Richard? — Christine pergunta, sua voz carregada de ansiedade.

— Sim, acho que é possível. Era uma possibilidade, não uma certeza. — Responde Richard com ponderação.

Rebecca sai do banheiro sendo recebida pelos olhares apreensivos de seus amigos. Ela se encaminha até a pia em silêncio, começando a lavar o rosto, tentando afastar as palavras de Richard que ecoam persistentes em sua mente.

— Preciso ir embora, Su, você pode pegar minha bolsa na mesa? Por favor.

— Que alívio saber que ela está se recuperando. Ainda assim, tenho que concordar com o Sr. Agradável, não foi uma decisão sábia deixá-la partir sozinha. — Diz com uma expressão séria, erguendo-se. — Até mais, senhores. Foi um privilégio compartilhar a companhia de vocês. — Conclui e se encaminha em direção à saída.

— Senhores, estamos diante de um possível problema. Existe a possibilidade de que o desconforto dela esteja relacionado a algo que não esperávamos, uma gravidez. — Richard revela, envolvendo a todos na incerteza.

— Caramba! Ryan, me diga, quando ele vai embora? — Saulo indaga com a ansiedade transparecendo em sua voz.

— Meu irmão não vai conseguir lidar com a ideia de que ela tenha abortado a filha dele e agora esteja esperando um filho de outra pessoa. — Luiza comenta, preocupada. — Ele vai ficar furioso e a matará.

— Outra vidinha, que maravilha. Rebecca merece isso. Sinto muito por meu irmão, mas ela finalmente se sentirá completa novamente. Nosso filho terá um priminho ou priminha, quase da mesma idade. — Camila diz, lágrimas de emoção escorrendo pelo rosto.

Na mesa, a comoção e a emoção se intensificam à medida que os amigos continuam conversando. Natan tenta, incessantemente, ligar para Rebecca, cujo silêncio só aumenta a preocupação. O tempo parece se arrastar até que, finalmente, a mensagem dela chega, aliviando a tensão que o sufocava.

“Natan, peço desculpas por sair assim, mas preciso de um tempo sozinha. Por favor, respeite meu espaço.”

Natan solta um suspiro de alívio ao ler a mensagem, e seu olhar fica fixo no celular, esperando ansiosamente por qualquer sinal adicional de Rebecca. Cada minuto de espera parece uma eternidade, e a ausência de mensagens só aumenta sua frustração. Com um sentimento de desamparo, ele decide voltar para casa, com o coração ansioso.

No apartamento de Rebecca, a tensão é evidente. Ela anda de um lado para o outro, seus olhos grudados no relógio que parece estar se movendo a passos de tartaruga devido à demora de sua encomenda. Finalmente, o som da campainha a faz suspirar aliviada, e ela abre a porta com pressa. No entanto, sua expressão de alívio inicial é rapidamente substituída por uma mistura de nervosismo e surpresa.

— Srta. Jenkins, você está bem? — Pergunta Alex, sua voz carregada de preocupação.

— Não. — Responde, recuperando a própria voz. — Quero dizer, sim. O que faz aqui? — Indaga, incapaz de ocultar o nervosismo que a domina.

— Você não parece bem. Prepararei um chá para você. — Alex responde, fechando a porta.

Rebecca fica estática, seu olhar fixo na porta. Naquele momento, a última coisa que deseja é a presença de alguém, muito menos a de Alex. O medo a envolve e seu corpo se transforma em pedra, resistindo a todas as tentativas de movimento. O silêncio na sala é ensurdecedor, enquanto ela luta para encontrar as palavras que expressem a turbulência de seus sentimentos. A atmosfera é carregada de tensão e incerteza.

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