Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 90

O salão principal parecia ainda mais lotado quando Anne e eu descemos. A música do quarteto de cordas havia dado lugar a uma playlist mais animada, e vários convidados se moviam pela pista de dança improvisada. Giuseppe estava cercado por um grupo de homens mais velhos, gesticulando animadamente enquanto contava o que parecia ser uma história hilária, a julgar pelas risadas entusiasmadas.

O brilho dos lustres refletia-se nas joias caríssimas das mulheres, criando pequenas constelações de luz que dançavam pelas paredes conforme elas se moviam. Vários rostos se viraram discretamente em nossa direção quando descemos as escadas - alguns curiosos, outros avaliativos. Ser a nova Sra. Bellucci significava estar constantemente sob escrutínio, algo que eu ainda não havia me acostumado completamente.

— Ali está Marco — disse Anne, acenando discretamente para um canto do salão onde Marco conversava com dois homens de terno. — Vou... verificar se ele precisa de assistência com algo.

— Tenho certeza de que ele está desesperado por sua ajuda — comentei sarcasticamente.

Anne apenas sorriu, ajeitando estrategicamente o decote.

— Não espere por mim — sussurrou ela com uma piscadela, antes de se afastar.

Observei minha irmã se afastar, serpenteando com elegância entre os convidados. Algo em sua confiança sempre me fascinou – a forma como ela navegava pelo mundo como se cada espaço lhe pertencesse.

A sensação de náusea havia diminuído, mas deixou em seu lugar um cansaço profundo que fazia meus membros parecerem feitos de chumbo. A ideia de sorrir e fazer conversa fiada por mais algumas horas parecia quase impossível. Levei a mão à têmpora, massageando-a levemente, tentando afastar uma leve dor de cabeça que começava a se formar.

— Está se sentindo melhor?

A voz de Christian próxima ao meu ouvido me sobressaltou. Virei-me para encontrá-lo observando-me com intensidade, a preocupação evidente em seus olhos.

— Sim, bem melhor — respondi, tentando soar convincente.

— Tem certeza? — Ele tocou meu rosto gentilmente, seus dedos roçando minha bochecha. — Você está pálida.

O gesto era tão ternamente protetor que senti um nó na garganta. Era difícil lembrar, em momentos como este, que nosso casamento havia começado como um acordo de negócios. E que provavelmente terminaria como tal.

— Estou bem, de verdade. — Sorri, cobrindo sua mão com a minha. — Apenas um mal-estar passageiro.

Christian assentiu, embora não parecesse totalmente convencido. Ele deixou sua mão deslizar para minha cintura, mantendo-me próxima como se temesse que eu pudesse desmoronar a qualquer momento.

— Por falar em mal-estar... — Um sorriso travesso brincou em seus lábios. — Ouvi algo sobre você ter decorado os sapatos de Elise de uma forma bastante... expressiva.

Senti o calor subir às minhas bochechas.

— As notícias voam rápido nesta casa.

— Um dos garçons a viu saindo do banheiro descalça e praguejando. — Christian parecia estar se esforçando para não rir. — O resto foi fácil deduzir, especialmente quando ela saiu tempestuosamente da festa sem se despedir de ninguém.

— Foi um acidente — expliquei, mortificada. — Ela estava... sendo Elise, e eu simplesmente...

— Teve a reação mais natural possível? — completou ele, agora sorrindo abertamente. — Acho que merece uma medalha por resistir tanto tempo sem incidentes.

— Foi vingança kármica por ela ter jogado vinho no meu vestido de noiva minutos antes da cerimônia — murmurei, aceitando a taça de água com gás que um garçom oferecia.

— Apenas fiz o que precisava ser feito — respondi, desviando o olhar, desconfortável com o elogio.

— E é exatamente isso que te torna extraordinária. — Ele se inclinou, beijando minha testa suavemente. — Agora, infelizmente, preciso finalizar algumas coisas com aqueles investidores. Você vai ficar bem sozinha por alguns minutos?

— Claro. — Forcei um sorriso tranquilizador. — Vou circular um pouco, ser uma boa anfitriã.

Christian hesitou, como se relutante em se afastar.

— Não se esforce demais. Se sentir qualquer coisa, me procure imediatamente.

— Sim, senhor — brinquei, fazendo uma pequena continência.

Ele sorriu, apertando minha mão uma última vez antes de se afastar em direção a um grupo de homens próximo ao bar improvisado.

Respirei fundo, sentindo-me estranhamente vulnerável sem Christian ao meu lado. O salão enorme parecia de repente opressivo, cheio de pessoas cuja riqueza e sofisticação faziam meu vestido caro parecer um disfarce inadequado.

Várias faces desconhecidas me examinavam de soslaio enquanto eu caminhava pelo salão, como observadores de um zoológico avaliando um novo espécime. Talvez estivessem se perguntando como uma garota comum como eu havia conseguido capturar o solteiro mais cobiçado do mundo do vinho. Ou talvez estivessem apenas curiosos sobre a mulher que havia feito o distante e reservado Christian Bellucci sorrir - algo que, pelo que entendi, era um evento raro antes do nosso casamento.

— Ah, a bela esposa, finalmente a sós.

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