Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 152

Abri os olhos lentamente, me ajustando à luz suave e acolhedora do quarto de hospital. Meu corpo ainda se sentia pesado e exausto, mas a dor intensa havia passado. Anne estava sentada na cadeira ao meu lado, segurando um tablet que exibia o rosto visivelmente preocupado e tenso de Christian.

— Estou embarcando para o Rio neste exato momento — disse ele, sua voz carregada de urgência mesmo através da tela pequena. — O jato já está na pista, vou estar aí em algumas horas.

— Amor, não precisa — respondi, minha voz ainda um pouco rouca, mas conseguindo soar reconfortante. — Eu e o bebê estamos bem agora. Foi só um susto terrível, mas passou.

Instintivamente, coloquei uma mão protetora sobre minha barriga, sentindo um alívio imenso ao saber que meu bebê estava seguro.

Antes que Christian pudesse responder, a porta se abriu suavemente e uma médica de meia-idade entrou, vestindo um jaleco branco impecável. Ela parou por um momento ao ver o tablet nas mãos de Anne, claramente não esperando por aquela situação.

— Vocês podem finalizar a ligação — disse gentilmente, com um sorriso profissional. — Volto em um minuto para conversarmos sobre os resultados dos exames.

— De jeito nenhum vou sair daqui — Christian protestou determinadamente da tela. — Sou o marido dela. Preciso ouvir tudo que você tem a dizer.

A médica riu sutilmente, claramente achando a situação inusitada mas compreensível.

— Isso é bem pouco convencional, mas tudo bem — concordou, se aproximando da minha cama com uma expressão calorosa. — Sou a Dra. Moura, obstetra de plantão. E imagino que você seja o pai preocupado?

— Christian Bellucci — ele se apresentou da tela. — E sim, estou extremamente preocupado.

A Dra. Moura ajustou cuidadosamente o tablet para que Christian pudesse ver tanto a mim quanto a ela, criando uma configuração que permitisse uma consulta virtual.

— Vou explicar exatamente o que aconteceu — começou com calma, pegando meu prontuário. — O sangramento foi causado por uma fragilidade nos vasos sanguíneos da sua placenta, que está posicionada um pouco mais baixa do que consideramos ideal para esta fase da gravidez. Não é uma placenta prévia grave, nem há qualquer sinal de descolamento prematuro. Mas quando você passa por algo extremamente estressante, seu corpo libera uma grande quantidade de hormônios do estresse que aumentam significativamente a pressão arterial e a pressão no útero — e isso pode causar exatamente esse tipo de sangramento.

Franzi o cenho, tentando processar toda a informação médica que ela estava compartilhando.

— Não entendo muito bem o que isso significa para mim e para o bebê — admiti honestamente.

— De forma mais simples e direta — a Dra. Moura explicou pacientemente, sentando-se na beira da minha cama —, para manter o bebê saudável e completamente seguro, você precisa evitar rigorosamente qualquer tipo de estresse emocional intenso. Seu corpo está sendo muito claro e direto sobre essa necessidade.

— Ela está voltando para casa agora mesmo — Christian disse determinadamente da tela, sua voz não admitindo discussão. — Sem mais envolvimento em absolutamente nada relacionado aos negócios da Bellucci.

— Não foi o trabalho que me estressou — protestei imediatamente, sentindo necessidade de esclarecer. — Foi Elise, como sempre acontece quando ela aparece na minha vida. E se você cogitar tirar a chefia da equipe de RP de mim, aí sim eu vou me estressar de verdade. E você não vai gostar nada de me ver estressada de novo.

A Dra. Moura olhou curiosamente entre mim e a tela, claramente tentando entender a complexa dinâmica familiar e profissional.

Quando finalmente ficamos sozinhos, mesmo que através da tela fria do tablet, senti as lágrimas começarem a formar e escorrer pelos meus olhos.

— Foi assustador demais, Christian — admiti, minha voz tremula e carregada de emoção. — Quando vi todo aquele sangue nas minhas mãos... por um momento aterrorizante pensei que ia perder nosso bebê. Que tinha perdido a coisa mais preciosa da minha vida. Não consigo mais imaginar minha existência sem esse serzinho crescendo aqui dentro de mim.

Christian se inclinou visivelmente mais perto da câmera, seus olhos azuis intensos e cheios de amor mesmo através da tela pixelizada.

— Zoey, escute bem e grave cada palavra que vou te dizer — sua voz estava baixa mas absolutamente firme e determinada. — Nada, absolutamente nada neste mundo inteiro é mais importante para mim do que você e nosso filho. Vou proteger vocês dois com minha própria vida se isso for necessário, sem hesitar nem por um segundo. E quanto à Elise...

Ele fez uma pausa significativa, seus olhos endurecendo de uma forma que raramente via.

— Ela acabou de cometer o erro mais grave e estúpido da vida dela. Ninguém, ninguém mesmo, ameaça minha família e sai impune. Isso eu garanto.

— Christian... — comecei, preocupada com a intensidade em sua voz.

— Não, Zoey — ele me interrompeu gentilmente, mas com firmeza absoluta. — Você se concentre apenas e exclusivamente em ficar bem e manter nosso bebê seguro e saudável. O resto... o resto é inteiramente comigo agora.

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