Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 129

— Medo de mim, eu acho — respondi hesitantemente. — Medo de finalmente ser feliz.

Ele me estudou por um momento, como se estivesse tentando entender completamente o que eu quis dizer. Seus dedos acariciaram os meus, um gesto que havia se tornado tão familiar nos últimos meses.

— Explica isso para mim — pediu suavemente.

Respirei fundo, tentando organizar pensamentos que eu mesma mal conseguia compreender completamente. Era difícil verbalizar sentimentos que havia carregado por tanto tempo sem realmente reconhecê-los.

— Acho que nenhum de nós dois realmente acredita que pode ser feliz no amor — disse finalmente. — Você por não conseguir se entregar sem reservas, por sempre esperar que a outra pessoa vá te decepcionar. E eu... eu nunca me achei merecedora de algo realmente bom.

Christian apertou minha mão, seus olhos escurecendo com compreensão e algo que parecia dor.

— Zoey...

— Não, deixa eu terminar — interrompi gentilmente. — Toda minha vida, eu me contentei com migalhas. Com Alex, eu aceitei todas as vezes que ele me deixou em segundo plano, todas as vezes que ele cancelou nossos planos para sair com os amigos, todas as vezes que me fez sentir que eu não era prioridade. Porque no fundo, eu achava que era isso que eu merecia.

Vi dor genuína passar pelos olhos dele ao ouvir sobre como Alex me havia tratado.

— Ele nunca te mereceu — disse Christian, sua voz carregada de uma raiva contida.

— Talvez não — concordei. — Mas na época, eu achava que era eu quem não merecia melhor. E em algum lugar no caminho, aprendi que meu valor estava em ser conveniente para os outros.

Christian tentou se sentar melhor na cama, e dessa vez não protestei quando ele ignorou a dor evidente no movimento. Ele precisava me olhar nos olhos para essa conversa.

— E aí apareceu você — continuei, uma pequena risada escapando entre as lágrimas que não paravam de cair. — Com toda sua intensidade, sua paixão, sua forma de me olhar como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. E eu não sabia como lidar com isso.

— Porque parecia bom demais para ser verdade — disse ele, entendendo imediatamente.

— Exatamente. E você... — olhei para ele, vendo não só o homem machucado na cama do hospital, mas o homem que havia se tornado meu mundo — você tem suas próprias cicatrizes. Francesca te ensinou a desconfiar de tudo que parecia genuíno.

Christian assentiu, sua mandíbula tensionando ao ouvir o nome de sua ex.

— Ela me fez acreditar que todo mundo tem um preço — admitiu. — Que não importa o quanto alguém diga que te ama, eventualmente vão te vender se a oferta for boa o suficiente.

— E seus pais te ensinaram que amor vem com condições — acrescentei, lembrando das histórias que ele havia me contado sobre sua infância solitária. — Que você tem que ser perfeito, bem-sucedido, sem necessidades emocionais para ser digno de atenção.

— Uma bela dupla, não somos? — disse ele com um sorriso amargo. — A mulher que acha que não merece ser amada e o homem que não consegue acreditar que o amor é real.

— Mas somos — disse, surpreendendo nós dois com a firmeza na minha voz. — Somos uma bela dupla. Porque reconhecemos essas feridas um no outro. Porque entendemos de onde vêm os medos.

— Eu também não — admiti. — Mas talvez seja isso. Talvez a felicidade não seja algo que a gente acredita primeiro, mas algo que a gente constrói. Tijolo por tijolo, escolha por escolha.

— Mesmo quando é difícil — concordou ele.

— Especialmente quando é difícil — corrigi. — E vai ser difícil, Christian. Vamos ter dias ruins, vamos brigar, vamos cometer erros. Mas temos que lembrar disso que acabamos de falar. Temos que lembrar que escolhemos um ao outro, mesmo que alguém esteja tentando nos sabotar e me incriminar.

Christian ficou quieto por um momento, e vi algo passar por seus olhos. Algo escuro, algo que me deixou imediatamente inquieta.

— Ou mesmo que alguém esteja tentando me matar — disse ele baixinho.

Senti como se tivesse levado um choque elétrico.

— O que?

Christian me olhou, claramente relutante em continuar, mas sabendo que não podia mais voltar atrás.

— Zoey... — ele respirou fundo, como se estivesse se preparando para destruir nossa bolha momentânea de paz. — Aquilo não foi um acidente.

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