Seguimos por um caminho de pedras iluminado por pequenas lanternas estrategicamente posicionadas, afastando-nos do burburinho da festa. O ar noturno estava perfumado com o aroma dos vinhedos, uma fragrância que eu havia aprendido a reconhecer e apreciar nos últimos meses. A lua, quase cheia, derramava uma luz prateada sobre as fileiras organizadas de videiras que se estendiam até onde a vista alcançava.
Christian caminhava em silêncio ao meu lado, sua mão ocasionalmente roçando a minha, mas sem entrelaçar nossos dedos como faria normalmente. Seu perfil estava tenso, a mandíbula rígida enquanto processava o que quer que estivesse passando por sua mente. Ele havia apenas herdado oficialmente o comando completo da empresa de sua família – deveria estar celebrando, não se isolando comigo nos vinhedos.
O mirante surgiu à nossa frente – uma estrutura elegante de madeira e pedra construída no ponto mais alto da propriedade. Durante o dia, oferecia uma vista panorâmica de toda a vinícola Bellucci. À noite, sob o luar, tinha uma qualidade quase mágica, etérea.
Subimos os poucos degraus em silêncio. Christian se apoiou na balaustrada, olhando para a extensão dos vinhedos abaixo, respirando profundamente antes de finalmente se virar para mim.
— Ele sabe.
Não era uma pergunta.
Engoli em seco, incapaz de desviar o olhar. Não havia acusação em sua voz, apenas uma certeza tranquila.
— Sim. — Confirmei, sentindo um estranho alívio. — Me senti tão mal quando ele pediu para eu chamá-lo de nonno... Não consegui sustentar a mentira. Confessei tudo.
Christian assentiu lentamente, seu rosto parcialmente sombreado pelo luar.
— E o que ele disse?
Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios ao lembrar da cena na adega.
— Ele riu na minha cara. Literalmente garalhou. — Balancei a cabeça, ainda incrédula com a memória. — Disse que tem 83 anos, não 8. E então admitiu que sempre soube de tudo, desde o início.
Para minha surpresa, Christian também começou a rir – uma risada genuína, livre, que raramente deixava escapar em público.
— Nós fomos completamente manipulados, não é? — Ele se afastou da balaustrada, passando a mão pelos cabelos em um gesto que havia se tornado familiar para mim. — Aquele velho raposa...
— Ele disse que nenhum contrato envolvendo o nome Bellucci seria assinado sem o conhecimento dele. — Juntei-me à sua risada, a tensão anterior dissipando-se. — Aparentemente, tem "contatos em lugares que nem você imagina".
— Isso não me surpreende nem um pouco. — Christian balançou a cabeça, ainda sorrindo. — Ele sempre soube de tudo que acontecia na empresa, mesmo quando supostamente estava afastado. Costumávamos brincar que ele tinha grampos nos telefones.
— Você não está bravo? — perguntei, aproximando-me um pouco.
— Com você? Por contar a verdade? — Ele me estudou por um momento. — Não. Na verdade, estou aliviado. Carregar esse segredo tem sido... desafiador.
— Ele também não estava bravo. — Acrescentei suavemente. — Disse que entendeu o propósito. Que você queria protegê-lo.
Christian assentiu, seu olhar suavizando.
Recuei um passo, então outro, querendo distância física para acompanhar o distanciamento emocional que seria necessário. Três meses era muito tempo para manter uma farsa desnecessária. Melhor terminar agora, limpo e rápido, como remover um curativo.
— Bem, podemos... resolver isso quando voltarmos ao Rio. — Virei-me, precisando escapar antes que as lágrimas que sentia formando-se nos meus olhos caíssem. — Tenho certeza de que seus advogados podem preparar os papéis para...
— Zoey. — A mão de Christian agarrou meu pulso, girando-me para encará-lo. Sua expressão era uma mistura de confusão e algo mais intenso, quase feroz. — O que você está fazendo?
— Seguindo em frente. Terminando o que já não serve mais ao seu propósito. — As palavras saíram mais amargas do que eu pretendia.
— Você acha que estou dispensando você? — A incredulidade em sua voz me fez pausar. — É isso que você entendeu?
Antes que pudesse responder, ele me puxou para mais perto, uma mão segurando firmemente minha cintura enquanto a outra subiu para segurar meu rosto. Seus olhos, intensos e vulneráveis de uma forma que raramente permitia que alguém visse, fixaram-se nos meus.
— Quando digo que o contrato não faz mais sentido, não é porque quero que você saia da minha vida. — Sua voz era baixa, quase um sussurro rouco. — É porque estipular um prazo para isso... para nós... tornou-se insuportável.
E então seus lábios estavam nos meus, em um beijo que continha toda a intensidade de nossa história compartilhada. Havia urgência, desespero e uma honestidade crua que transcendia os muitos beijos que havíamos trocado antes. A química entre nós sempre estivera lá - real e inegável mesmo nos primeiros dias do nosso acordo - mas este beijo carregava algo novo: o reconhecimento consciente do que havia crescido entre nós. Era Christian e eu, finalmente admitindo com ações o que nossos corpos já sabiam há meses, sob o luar, em um mirante cercado por vinhedos que haviam testemunhado décadas de história da família Bellucci.
Quando finalmente nos separamos, ambos ofegantes, suas mãos ainda seguravam meu rosto como se eu fosse algo precioso e frágil.
— Estou completamente perdido, Zoey. — A vulnerabilidade crua em sua voz me pegou desprevenida. — Não sei o que fazer, porque estou completamente apaixonado por você.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário
Já estou no capítulo 279 e o 280 não abre de jeito nenhum, já estou desanimada...
Como faço para comprar e ler o capítulo inteiro...
Não abre mais capítulos nem pagando deprimente...
Quem comprou,todos os capítulos custam 3 moedas ou vai aumentando o valor?...
Eu comprei mas agora dá erro pra acessar alguns capítulos. Desconta as moedas do saldo e mesmo assim não mostra. Não adiantou nada. Só gastei à toa....
Onde compro os capítulos bloqueados??...
Decepcionada, tem pagar pra continuar a ler....
Agora tem que pagar eita...
Sério que tem que pegar??...
Antes esse site era grátis agora tem q pagar,decepcionada...