Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 108

Quando retornei à festa, o salão estava no auge da celebração. A orquestra tocava uma valsa suave, e vários casais deslizavam elegantemente pelo centro do salão. Meus olhos encontraram Christian imediatamente, como se existisse um radar invisível conectando-nos. Ele conversava com um grupo de homens mais velhos, mas seu olhar continuava a vagar pelo salão – procurando por mim, percebi com uma onda de calor no peito.

Quando finalmente me avistou, seu rosto se transformou. O sorriso iluminou suas feições, e sem sequer se despedir propriamente do grupo, ele atravessou o salão em minha direção.

— Achei que tinha sido sequestrada pelo meu avô. — Sua mão encontrou naturalmente a minha, nossos dedos se entrelaçando como se tivessem sido projetados para se encaixar. — Ele te mostrou o vinho de 1947?

— Sim. — Sorri, ainda processando a revelação surpreendente de Giuseppe. — E conversamos um pouco.

Algo em minha expressão deve ter alertado Christian, porque sua testa franziu levemente.

— Tudo bem?

— Melhor que bem. — E pela primeira vez, percebi que era verdade. O peso da farsa, que havia carregado por tanto tempo, parecia significativamente mais leve. — Apenas... uma conversa esclarecedora.

Christian me estudou por um momento, claramente curioso, mas respeitando minha aparente relutância em elaborar.

— Dança comigo? — perguntou, inclinando a cabeça em direção ao centro do salão.

— Não tenho certeza se meus passos de valsa estão à altura desta multidão. — Hesitei, olhando para os casais que pareciam flutuar ao redor da pista com a facilidade de anos de prática em eventos formais.

— Nem os meus. — Christian sorriu, puxando-me gentilmente. — Mas quando dançamos juntos, de alguma forma funciona.

Permitindo-me ser guiada para a pista de dança, senti seu braço envolver minha cintura, sua outra mão segurando a minha com firmeza e delicadeza simultâneas. O familiar cheiro de seu perfume envolveu-me, e por um momento, fechei os olhos, memorizando a sensação.

— Você está diferente esta noite. — A voz de Christian era quase um sussurro contra meu ouvido enquanto começávamos a nos mover ao ritmo da música. — Não sei explicar, mas parece... banhada em uma aura ainda mais vibrante.

Abri os olhos, encontrando seu olhar intenso a centímetros do meu.

— Estou feliz de estar aqui. — Respondi simplesmente. — Por Giuseppe. Por este momento.

Seu olhar era questionador.

— Mesmo? Cercada de toda a minha família excêntrica e "amigos" que nem sempre são tão amigos? — Ele inclinou a cabeça sutilmente na direção de um grupo onde Marco conversava com os pais de Christian, seu tom levemente irônico.

Segui seu olhar, notando Lorenzo e Isabella Bellucci observando-nos com expressões indecifráveis. Mais além, reconheci várias figuras da indústria vinícola, incluindo Eduardo e alguns outros representantes da Vale do Sol. A festa de Giuseppe, claramente, era tanto social quanto estratégica.

— Quando estou com você — confessei, retornando meu olhar ao seu — mal consigo notar quem está ao nosso redor.

As palavras escaparam antes que pudesse filtrar a verdade nelas, e vi os olhos de Christian se alargarem ligeiramente com surpresa, seguida por algo mais profundo, mais intenso.

— Zoey...

Ele girou-nos mais uma vez, nossos corpos se movendo em perfeita harmonia apesar de nossa suposta inexperiência. Era sempre assim conosco – em público, na intimidade, na dança ou nos negócios; de alguma forma, nos encaixávamos perfeitamente, como peças de um quebra-cabeça que nem sabíamos que estávamos montando.

— Às vezes penso... — Christian começou, mas hesitou, como se escolhesse cuidadosamente suas palavras.

— A propósito — ele continuou, aproximando-se um pouco mais — minha ajuda foi útil? Você conseguiu o emprego na Prisma?

Franzi o cenho, genuinamente confusa.

— Não entendi aquilo como uma ajuda, para ser honesta. — Mantive minha voz baixa, consciente dos outros convidados próximos. — Na verdade, tive a impressão oposta.

Eduardo riu, como se eu tivesse contado uma piada particularmente divertida.

— Sempre tão modesta. — Ele balançou a cabeça, divertido. — Bem, por tudo o que você tem feito, saiba que pode contar comigo para qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.

Meu desconforto se transformou em confusão completa.

— O que eu tenho feito? — perguntei diretamente. — Do que exatamente você está falando, Eduardo?

Seus olhos brilharam com algo que não consegui identificar completamente, e ele se inclinou ainda mais perto, sua voz quase um sussurro.

— Não se preocupe. Somos discretos. — Ele piscou, e então acrescentou: — A propósito, mandei uma seleção especial de vinhos para seu apartamento no Rio. Um pequeno agradecimento. Espero que aprecie.

Antes que pudesse questioná-lo novamente, Eduardo se afastou com um aceno casual, misturando-se facilmente aos outros convidados e deixando-me completamente perplexa.

O que ele quis dizer com "tudo o que você tem feito"? Que agradecimento?

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