"Volte a perguntar."
Ele caminhou até o banheiro, e não demorou para que o som da água fosse ouvido.
Ariela lutava para se sentar na cama, seu humor demorava a se acalmar.
Leandro havia sido salvo por Vitorino depois de três anos, não havia razão para ele mentir para ela.
Mas por que, com a família Sampaio já tão rica, seu pai ainda era tão ganancioso a ponto de quase destruir a casa?
A realidade atingiu Ariela como um golpe surdo na cabeça.
Será que seu retorno ao lado de Vitorino também poderia ser considerado uma forma de ganância?
Vitorino saiu do chuveiro, atendeu a uma ligação telefônica e foi embora.
A mente de Ariela foi inundada com o assunto da acusação contra Leandro por liquidar ações.
Ela sempre acreditou na inocência de seu pai, até hoje.
"Senhora, a senhora vai sair?"
Já era tarde quando Ariela, vestindo roupas leves sob um sobretudo, pediu ao motorista que a levasse ao hospital.
Juliana a viu saindo e perguntou se ela estava saindo.
"Sim, voltarei à noite."
Ela sabia que Juliana contaria a Vitorino.
Ela também sabia que Vitorino não iria mais vigiá-la ou controlá-la.
Ele tinha o destino da família Sampaio em suas mãos; ela não iria embora.
Ariela entrou no carro e Catarina ficou surpresa ao vê-la no hospital tão tarde.
"Ariela, eu não lhe disse que seu pai está bem?"
Catarina não havia recebido sua ligação e, olhando em volta, Vitorino também não estava lá.
Será que o casal ainda estava se desentendendo até agora?
"Meu pai acordou?"
Ao chegar ao hospital, Ariela se arrependeu.
Por que ela estava tão ansiosa em buscar explicações a um paciente?
"Ele acordou, eu acabei de alimentá-lo com uma tigela de mingau. Vá vê-lo."
Catarina estava feliz, sempre dizia que sua filha era competente diante de Leandro, e que as despesas médicas foram todas pagas por ela, sem gastar o dinheiro da família.
O sorriso no rosto de Catarina desapareceu rapidamente.
"Onde você ouviu isso? Não é verdade."
Ariela não era boba; só pelo breve momento de hesitação de Catarina, ela podia adivinhar a verdade das palavras de Vitorino.
Catarina falou evasivamente, e o coração de Ariela ficou frio.
"Paa…"
Um som veio de dentro, algo havia caído no chão, Catarina virou-se e entrou no quarto.
Ariela seguiu, uma xícara de porcelana havia caído ao lado da cama, espalhando café pelo chão.
Leandro fixou seus olhos, vermelhos e intensos, em Ariela.
"Leandro, o que foi? Se você precisar de algo, eu posso te ajudar."
Catarina tentou apertar o botão para chamar alguém para limpar, mas Leandro a repreendeu com um olhar, mantendo sua atenção em Ariela.
"O que você acabou de perguntar para sua mãe? Pergunte de novo."
Leandro estava doente, não morto, e a porta do quarto estava apenas encostada; ele ouviu claramente o que estavam dizendo lá fora.
"Ariela e eu estávamos apenas conversando à vondade, não dissemos nada demais, por que você está com raiva?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...