Ariela abaixou a cabeça, uma tristeza incontrolável brotou sem cessar.
Ela esperou até Catarina enterrar as duas urnas funerárias juntas para conseguir conter as lágrimas enfim.
Catarina passou sendo amparada por alguém, e sem querer, avistou Ariela.
A janela do carro de Nestor foi batida até quase quebrar.
Catarina, como louca, batia no vidro dele, forçando Ariela a sair do carro.
"Assassina, assassina."
Catarina, com a aparência devastada, misturava-se aos jornalistas no funeral.
Alguém ergueu uma câmera.
Ariela abriu a porta do carro e, antes que pudesse explicar, Catarina agarrou seus cabelos e a arrastou para fora do veículo.
"Mãe—"
"Eu não sou sua mãe, não me chame assim. Você, sua bastarda, sempre soube que você era um azar, veio se vingar. Se eu soubesse, nunca teria sido tão branda em concordar que Leandro te deixasse ficar..."
Nestor, vendo que a situação estava feia, saiu do carro, mas antes que pudesse chegar até Ariela, sentiu que a pressão em seu couro cabeludo diminuía e foi puxada para um abraço familiar.
"Comporte-se... Se você tocar nela novamente, eu te levo imediatamente para a delegacia."
Vitorino, chegando antes de Nestor, tomou Ariela para si, com um olhar repleto de advertência.
"Meu marido morreu, meu filho também morreu, você acha que eu tenho medo de prisão? Ariela, sua pequena vadia, você não é minha filha, sua mãe era uma amante que todos detestavam, uma amante, entendeu?"
Catarina estava desgrenhada, parecendo enlouquecida.
"Sua mãe era a amante que Leandro manteve por fora, essa mulher quis usurpar a posição principal, mas Leandro não gostava dela. Ela te usou como ameaça, fui eu quem teve pena e te manteve como filha. Quem diria que eu estava criando uma ingrata."
Ariela sentiu um escuro à sua frente e desabou, flácida, nos braços de Vitorino.
"Chega, nada disso é culpa da Ariela."
"Vitorino, você e Ariela não terão um fim bom."
Catarina, ajoelhada no chão, parecia enlouquecida.
Vitorino virou-se, seu olhar era cortante, raspando Catarina com força.
"Os que realmente não têm um bom fim são seu marido e seu filho. Pense no que mais vocês fizeram."
Ao terminar, ele acrescentou: "Será que isso se chama justiça divina?"
Catarina caiu sentada, seu olhar vazio, seu coração apertado de dor.
Vitorino ignorou-os, levando Ariela para seu carro.
O assistente estava ao volante, e ele abraçou Ariela firmemente enquanto a janela do carro se fechava lentamente, e o rosto atraente de Vitorino desapareceu aos olhos do público.
"Justiça divina, Ariela é a justiça divina. Ela é um azar, causou a morte de sua mãe, levou meu marido e meu filho, um azar..."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...