"Ariela." - Ele chamou seu nome com a voz tremendo, mas Ariela tinha um olhar turvo naquele momento, já havia perdido a razão.
Ela só sabia que não podia deixar que ninguém a tocasse, nem que isso custasse sua vida.
"Sr. Machado, me deixe ir, por favor. Não fizemos nada à Sra. Machado."
O pedido de misericórdia do homem foi interrompido por um som de ossos quebrando.
O sapato de couro de Vitorino esmagou a mão do homem, acompanhado pelos gritos agonizantes dele, embora todos já estivessem severamente espancados pelos seguranças.
"Levem todos eles, não quero que eles ainda estejam vivos amanhã."
Ele mal podia se forçar a ser duro com sua própria mulher, e essas pessoas ousaram tocá-la.
"Sim, Sr. Machado."
Os seguranças levaram o grupo, drogado e espancado até ficarem irreconhecíveis, para fora.
O porão ainda estava impregnado com um odor fétido de mofo e um nauseante cheiro de sangue.
Vitorino olhou para Ariela.
Seu olhar, sem foco, estava fixo na figura imponente e esguia de Vitorino, como um coelho assustado.
"Ariela, vou te levar para casa."
A voz familiar cortou os ouvidos de Ariela, ela pareceu tocada, mas seus movimentos ficaram mais tensos, olhando para Vitorino com um olhar cheio de defesa.
"Não se aproxime."
Vitorino estendeu a mão como quem acalmaria uma criança.
"Não tenha medo, eu vim te salvar. Vem, me dê a faca."
Ariela balançou a cabeça, com lágrimas escorrendo, sua voz estava embargada.
"Eu não quero ser a Sra. Machado, não conheço Tiago, me deixe ir, por favor."
Suas palavras foram como espinhos, fincando-se no coração de Vitorino.
"Tudo bem, se não quer, não será. Dê-me a faca."
Ariela ficou paralisada por um momento ao ouvir suas palavras, e Vitorino rapidamente se aproximou, segurou seu pulso, aplicou uma leve pressão, e a faca caiu nas mãos de Vitorino.
"Você está ferida."
Ele havia se concentrado demais em lidar com aqueles desgraçados e não havia notado antes.
Levantou-a cuidadosamente e a colocou em seu carro.
Felizmente, ele sempre mantinha um kit de primeiros socorros no veículo, pegou iodo, desinfetante, algodão, atadura, e cuidadosamente tratou e enfaixou seu ferimento.
Sua experiência militar fez com que lidar com esse tipo de ferimento fosse fácil.
Ariela, confortada por sua paciência, recuperou a consciência aos poucos.
Ao ver que era Vitorino à sua frente, seus olhos imediatamente se encheram de lágrimas.
"O que foi?"
Vitorino viu-a se encolher novamente em seus braços, a temperatura do corpo aumentando cada vez mais, seus olhos passando de claros para confusos.
"Estou com muito calor, me sinto mal. Eles me fizeram tomar algum tipo de droga..."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...