Ariela já não conseguia lembrar-se quantas vezes tinha ouvido "Elodie, Srta. Duarte."
Ela queria não pensar nas provocações daquela mulher à sua ferente, afinal, havia um rancor entre elas.
Mas como poderia ela ignorar "Elodie" no celular de Vitorino?
"Sra. Machado, já que você gosta tanto de ostentar esse título inútil, então aproveite bem o presente que te dei. Comparado com o meu pobre irmão, que nunca mais abrirá os olhos, o que te aconteceu hoje ainda é um ato de misericórdia da minha parte."
A mulher jogou um copo aos pés de Ariela, e os cacos de vidro cortaram sua pele.
"Estou saindo, divirtam-se."
A porta fechou-se impiedosamente atrás de Ariela, deixando-a na escuridão, mas isso não impediu que aqueles homens enlouquecidos avançassem.
Ela ouviu o som constante de suas roupas sendo rasgadas e, por instinto, começou a agarrar qualquer coisa que pudesse encontrar no chão para jogar ao redor.
"Sumam, não me toquem. Tirem suas mãos sujas de mim, sumam—"
Sua voz estava carregada de desespero.
Quem era Tiago? Ela não sabia.
Era seu irmão?
Ela simplesmente não conseguia lembrar.
"Ah—"
Alguém gritou miseravelmente ao ser espetado por algo.
Finalmente, um feixe de luz forte irrompeu do teto, iluminando o local.
Ariela agarrou um caco do copo que a mulher tinha quebrado e segurou-o como arma, impedindo que alguém se aproximasse.
As mãos cortadas sangravam, e o cheiro de sangue se espalhou rapidamente, tingindo suas mãos de vermelho.
Ela estava desgrenhada, e suas roupas estavam em trapos.
A arma improvisada em suas mãos só a protegia momentaneamente, mas diante de uma dúzia de homens drogados em um ambiente confinado, eles avançaram como cães de caça.
"Vadia, ainda tenta se defender."
Na penumbra do porão, os gritos de dor eram incessantes.
Quando Vitorino entrou, viu Ariela tremendo, segurando uma faca de cozinha.
Ela mantinha a faca apontada para frente, seus olhos belos e grandes cheios de medo, mas também de uma obstinação indomável.
O corpo dela estava coberto de feridas, e suas mãos ensanguentadas seguravam firmemente a faca, enquanto seu vestido caro estava rasgado, reduzido a meros trapos que mal cobriam seu corpo.
Ela estava irreconhecível, lutando com todas as suas forças para preservar sua dignidade.
Ariela, com o cabelo emaranhado e olhar perdido, esfaqueava quem queria que se aproximasse.
Os homens que tentaram violá-la foram severamente espancados pelos seguranças trazidos por Vitorino, jogados ao chão até cuspirem sangue.
Cada um deles implorava por misericórdia, ajoelhados e chorando.
Os gritos de agonia não cessavam.
Vitorino jamais poderia imaginar que aquela mulher de beleza estonteante seria submetida a tal tormento em apenas dois dias.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...