Ela pegou a sopa e tomou alguns goles.
"Como você e o papai souberam?"
Tina não poderia ter lhes contado.
"Nós também soubemos pelo médico. Seu pai também está neste hospital, como nós poderiamos não saber?"
A explicação de Catarina foi muito forçada.
"Ariela, brigas entre casais são comuns, Vitorino e aquela Elodie estão ficando há dias. Como a Sra. Machado, deve ser generosa. Que mulher de uma família tradicional não sofreu injustiça? Até eu, que vivo com seu pai, faço vista grossa para certas coisas. Ouça-me, cuide bem de você e depois tente ter outro filho com Vitorino. A família Machado ainda tem senhor Amaro para defendê-la, que a Elodie não pode competir com você."
Ariela entendeu imediatamente.
Foi Vitorino quem enviou Catarina para persuadi-la.
De repente, ela não conseguiu mais engolir a sopa.
"O que mais Vitorino lhe disse para fazer?"
Não havia um pingo de calor nos olhos de Ariela.
Até mesmo o belo e delicado rosto de Tina mostrou um lampejo de raiva.
Elas não podiam acreditar que os pais de Ariela fossem capazes de tal coisa.
A filha deles havia sofrido um aborto espontâneo por causa da amante do marido, e eles estavam do lado do genro, tentando convencer a filha a voltar para ele.
Que tipo de pais faria isso?
"Nada, o que mais ele poderia nos mandar fazer. É o que seu pai e eu também pensamos. Ariela, a família Machado tem um poder imenso na Cidade de Bela, nossa família Sampaio não pode competir. Você deveria se considerar sortuda por Vitorino ainda querer você. Se você se divorciar dele, que homem ousaria querê-la? Perder esse bebê já foi uma perda, ou você ainda pensa em fugir e viver sozinha? Isso não seria o mesmo que procurar a morte?"
Catarina implorou com amargura.
"Mãe, não precisa dizer mais nada. Eu não vou voltar."
Uma pessoa que não conseguiu proteger seu próprio bebêo, como poderia proteger a família Sampaio?
"Ariela, você não pode pensar em mim e no seu pai? Estamos envelhecendo, já passamos dos cinquenta. Sem o apoio da família Machado, o resto de nossas vidas poderia terminar nas ruas. Se você não voltar, estará nos empurrando para a morte..."
Catarina chorava incessantemente.
Ariela não tinha mais forças para discutir com Catarina.
Pedir a ela que voltasse para Vitorino seria realmente empurrá-la para a morte.
"Mãe, deixe-me pensar."
Ariela estava cheia de cicatrizes, tanto em seu corpo quanto em seu coração.
Catarina, vendo seu rosto pálido, não teve coragem de dizer mais nada.
"Seu pai ainda não tem alta, eu preciso cuidar dele. Ariela, você não pode deixar Vitorino, senão nossa família Sampaio vai acabar mesmo, seu irmão e seu pai podem morrer."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...