Ariela estava muito fraca, e Catarina não parou de sussurrar em seu ouvido.
Tina fumou um cigarro do lado de fora e, olhando para o relógio, percebeu que já havia passado mais de uma hora e a mãe de Ariela ainda não tinha saído.
Ela havia perdido o bebê, e eles não pareciam se importar ou se apressar.
Tudo o que os preocupava era o medo de que ela se divorciasse de Vitorino, fazendo com que a família Sampaio perdesse sua posição na alta sociedade.
Tina jogou o cigarro no chão e o esmagou com força.
Quando ela abriu a porta, viu apenas Ariela olhando para frente com um olhar vazio, o que fez o coração de Tina doer.
"Senhora, Ariela teve um aborto espontâneo e precisa descansar. É melhor a senhora ir para casa agora."
Catarina, vendo que Ariela já havia fechado os olhos, sentiu que não tinha escolha e se levantou.
"Sra. Cardoso, e aquela sopa..."
Ariela parou de beber quando havia sido convencida a voltar para Vitorino.
Catarina, tentando manter as aparências e fingir preocupação com a filha, disse: "Eu vou convencê-la a beber."
Tina não escondeu sua irritação com a mãe de Ariela, naquele momento ela só queria xingar.
Catarina assentiu com a cabeça, um pouco envergonhada.
"Obrigada..."
Assim que Catarina saiu da sala, Tina fechou a porta com força.
"Que mãe ela é..."
Tina murmurou baixinho, vendo o rosto pálido de Ariela, e depois ficou em silêncio.
"Tina, você pode ir para casa. Não precisa ficar aqui comigo."
Ela se afastou e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Ela não queria que sua melhor amiga a visse naquele estado.
Tina estava ocupada, tinha trabalhos todos os dias.
Seu relacionamento com Henrique era complicado e ela estava sofrendo pressões de todos os lados.
Ariela não queria ser um fardo ou um incômodo.
"Como assim, você está sozinha!"
Tina estava preocupada.
Ariela era sua única amiga e a pessoa mais gentil que ela já havia conhecido.
Por que o mundo era tão injusto? Por que ela, sendo tão boa, tinha que sofrer tanto?
Ela poderia ter encontrado um homem que a amasse e vivesse feliz para sempre.
"Meu irmão assumiu um caso que agora é complicado. O cliente mudou seu depoimento no tribunal e acusou meu irmão de forçá-lo a prestar falso testemunho. Vitorino prometeu ajudar, mas agora que quero deixá-lo, ele se recusa a ajudar meu irmão. Você conhece alguém que possa ajudar?"
Tina era sua última esperança.
"Claro que sim. Mesmo que isso custe minha vida, eu a ajudarei."
Tina não sabia se conseguiria encontrar um advogado tão capaz quanto Renato.
Mas ela tinha Henrique como reserva, e ele certamente ajudaria se ela pedisse.
"Obrigada."
Ariela se enfiou debaixo das cobertas.
Tina quis confortá-la, sabendo que ela não queria ser vista em seu momento de fraqueza, e pegou sua mão de volta.
"Descanse bem, estarei de volta amanhã. Ariela, eu sempre serei seu maior apoio."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor ou Dor? Devo persistir?
Não vai ter a continuação...
Diz que está concluído, mas não está...