Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 49

Franzi a testa e desbloqueei a tela.

"Oi, Larissa! Aqui é a Isla! Peguei seu número com o Guilherme. Tá tudo bem com você? Fiquei esperando você na festa, mas você não apareceu... 😢"

Fiquei encarando a mensagem por uns segundos, tentando organizar as ideias. A festa. O aniversário da Isla. Eu tinha completamente esquecido.

Suspirei, me sentindo péssima.

"Oi, Isla! Me desculpa mesmo. Aconteceram umas coisas... minha cabeça ficou uma bagunça. Sinto muito de verdade."

A resposta dela veio quase instantânea, como se estivesse com o celular na mão.

"Ah, fica tranquila! Espero que esteja tudo bem. A gente entendeu. ❤️"

Sorri fraco, já me sentindo um pouco menos culpada.

Logo em seguida ela mandou outra mensagem.

"Olha, o pessoal combinou de se encontrar de novo esse fim de semana num bar aqui perto! Vai quase todo mundo da nossa turma do terceiro ano. Você não quer aparecer?"

Mordi o lábio, hesitante.

Era tentador... ver o pessoal de novo, tentar distrair a cabeça. Mas meu pai ainda estava no hospital e, embora ele estivesse melhor, eu só poderia pensar em sair se tivesse certeza absoluta de que ele estava bem.

Respirei fundo e digitei…

"Vou fazer de tudo pra ir. Só preciso confirmar umas coisas antes. Mas vou tentar, prometo!"

Ela respondeu com um emoji enorme de sorriso.

"Obaaa!!! Vou torcer pra você conseguir! Faz falta, viu?"

Sorri sozinha, sentindo um calorzinho bom no peito. Depois de tanta tensão, receber carinho assim parecia quase um alívio.

Cheguei em casa completamente esgotada, sentindo cada músculo do meu corpo reclamar.

Margarida apareceu assim que fechei a porta, como sempre atenciosa.

— O que vai querer para o jantar, querida? — ela perguntou com aquele jeitinho calmo dela.

Pensei por um momento, sem muita disposição pra nada.

— Uma sopa tá ótimo, Margarida. Nada muito pesado.

Ela assentiu, já virando para a cozinha, mas então se voltou pra mim.

— O senhor Alessandro vai jantar também?

Suspirei.

— Não sei... — respondi, dando de ombros. — Deixa uma sopa pra ele também, caso apareça.

Subi pro meu quarto, sentindo cada degrau pesar.

Tomei um banho quente, tentando relaxar um pouco. Depois, peguei o creme e comecei a passar na barriga, fazendo movimentos suaves. Um sorriso leve escapou sem que eu percebesse.

Tem um bebê aqui.

Um serzinho crescendo dentro de mim.

Então a porta do meu quarto foi aberta. Levei um susto e tirei as mãos da barriga rapidamente. Virei, encontrando Alessandro parado me encarando.

— Você não sabe bater na porta, não? — disparei, com o coração acelerando.

Ele simplesmente entrou como se nada tivesse acontecido e se sentou na beirada da minha cama.

Fiquei ali, de pé, ainda processando o que estava acontecendo.

— O que você quer, Alessandro? — perguntei, cruzando os braços.

Ele passou a mão pelo cabelo, parecendo meio tenso.

— Eu precisava falar com você.

— Sobre o quê?

— Precisarei viajar. Provavelmente vou passar uns quatro dias fora.

Assenti, tentando não demonstrar muita reação.

— Tá bom.

Era estranho ele estar vindo até aqui pra me avisar disso. Ele nunca me deu satisfação de onde ia ou o que fazia.

O observei se levantar e caminhar até onde eu estava, parando na minha frente, tão perto que pude sentir o calor do corpo dele.

Engoli seco.

— Depois dessa viagem... as coisas vão mudar — ele disse, com a voz baixa, intensa.

Arqueei uma sobrancelha, tentando manter a compostura mesmo com o coração batendo descontrolado dentro do peito.

— Do que você tá falando?

Foi então que ele levantou a mão e segurou meu rosto com delicadeza — um contraste tão grande com o jeito bruto que eu estava acostumada a ver nele que eu até perdi o ar por um segundo.

Tentei me afastar, mas meu corpo simplesmente... congelou.

Ele se aproximou ainda mais olhando nos meus olhos.

— Quando eu voltar... tudo vai ser resolvido.

Antes que eu pudesse reagir, Alessandro deixou um beijo demorado na minha bochecha e saiu do quarto sem dizer mais nada.

Dei um beijinho na testa de Mia antes de devolvê-la para Isla e sentei ao lado delas, me juntando à conversa animada do grupo.

Por um instante, consegui esquecer dos problemas, das incertezas, e de Alessandro.

Estávamos rindo de uma história absurda que Pedro estava contando — algo sobre ele ter se vestido de galinha num trote da faculdade — quando, de repente, algo no canto do meu olho chamou minha atenção.

Virei a cabeça devagar e vi Chiara entrando no bar. Ela estava com uma mulher ao lado, elegante, com jeito de quem estava acostumada a andar em lugares assim.

Chiara parecia distraída, conversando animadamente com ela, e nem me viu. Passou direto, indo em direção a uma mesa mais afastada, no canto do bar.

Sentou-se de costas para mim. Respirei fundo, tentando ignorar. Não queria estragar minha noite pensando nela. Estava ali para me divertir, para me desligar.

Voltei minha atenção para o pessoal, mas, mesmo sem querer, meus olhos de vez em quando desviavam para a mesa onde Chiara estava.

Foi quando vi um homem se aproximando. Ele sentou na mesa, bem próximo delas, e parecia tenso.

Trocavam algumas palavras, todos meio sérios. Chiara ainda sorria, tentando manter a compostura, mas o homem... não.

Dava pra perceber de longe que ele não estava satisfeito. Depois de alguns minutos, vi o clima azedar de vez.

O homem se levantou de repente, fazendo a cadeira ranger alto, chamando atenção de quem estava mais próximo.

Ele apontou o dedo na cara de Chiara, falando alto o suficiente pra metade do bar ouvir:

— Você tem que resolver isso logo, Chiara! Ou vai complicar — ele rosnou, com os olhos faiscando de raiva.

Todo mundo parou por alguns segundos, meio sem saber como reagir. Até a música pareceu ficar mais baixa.

Chiara, visivelmente desconcertada, olhou ao redor e murmurou algo pra mulher que estava com ela. Não consegui ouvir o que foi. Depois se levantou rapidamente e foi atrás do homem, que já saía do bar pisando duro.

Fiquei ali, encarando a porta por onde eles sumiram, mordendo o lábio.

O que será que Chiara estava aprontando agora? Que tipo de encrenca ela podia estar metida?

Sacudi a cabeça, tentando afastar a curiosidade. Mas era difícil ignorar a sensação ruim que ficou no ar depois daquela cena.

Respirei fundo, voltando minha atenção pros meus amigos, forçando um sorriso. Eu estava ali para aproveitar. Não pra me meter nos problemas dos outros.

***

Cheguei em casa me sentindo cansada, mas ao mesmo tempo estranhamente animada. A noite com meus amigos tinha sido divertida, apesar do susto com Chiara.

Empurrei a porta e, de cara, senti um cheiro delicioso vindo da cozinha.

Franzi a testa. Margarida já devia ter ido embora... então, quem...?

— Larissa — ouvi a voz dele, firme e, dessa vez, suave.

Alessandro apareceu na entrada da sala, com uma bandeja nas mãos. Nela, duas taças, um vinho aberto e alguns petiscos arrumados com capricho.

Pisquei, sem acreditar no que estava vendo.

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