Saí do banheiro no momento em que vi pela janela, o carro de Alessandro deixando a garagem. Respirei fundo, limpando as lágrimas que teimam em escorrer pelo meu rosto.
Odiava toda essa situação, todos esses sentimentos que ainda tinha por ele. Queria poder não me importar com o que faz ou deixa de fazer, mas o coração é besta, não escuta a razão.
Fui até a janela do quarto, vendo que as rosas já tinham sido retiradas dali. Peguei o cartão no bolso e o reli, tentando sentir um pouco de paz no coração.
Caminhei até o closet e peguei o meu livro, que tinha a capa falsa e coloquei o cartão dentro.
Alessandro poderia acabar com as rosas, mas eu não iria permitir que ele destruísse completamente a minha vida.
Esperei até a hora de me arrumar e ir para o clube. Depois de tomar banho, encarei o closet em busca de algo para vestir. Quase não tinha nada aqui para sair, até que meus olhos bateram na peça com pedrarias. O tirei do closet, sentindo um sorriso surgir em meu rosto.
Nunca usei esse vestido, que foi presente de Catherine no meu aniversário do ano passado. O vesti, me olhando no espelho e sentindo uma emoção me atingir. Eu estava me sentindo linda.
O vestido era uma peça deslumbrante para uma noite na balada, com um tom azul-marinho profundo e um ajuste justo ao corpo que realçava minhas curvas com elegância.
Seu decote em V profundo e uma abertura nas costas adicionavam um toque de sensualidade, enquanto pedrarias reluzentes espalhadas por todo o vestido acrescentavam um brilho deslumbrante à sua aparência. Complementado por saltos altos prateados, senti-me uma onda de empolgação me atingir.
Chamei um táxi e segui até o clube, onde me encontraria com Catherine. Assim que desci, a encontrei me esperando na fila. Esperamos até que nossa vez chegou e entramos. A música alta confundiu meus sentidos por uns segundos até que me ajustei a eles.
Fechei os olhos por um momento, senti a música e comecei a balançar meu corpo no ritmo enquanto caminhávamos entre as pessoas, de mãos dadas para não nos perdemos. Paramos no bar e aguardamos até nossa vez.
一 E então, já decidiu se vai ficar com alguém hoje? - Perguntou próximo ao meu ouvido por causa da música.
一 Não sei. O que eu quero mesmo é me divertir com a minha melhor amiga.
Ela sorriu, satisfeita com a minha resposta e nós duas avançamos para fazermos nosso pedido.
Depois de beber um drinque, fomos até a pista de dança e me sentindo levemente alterada pelo álcool, comecei a soltar mais o meu corpo com empolgação.
Um homem se aproximou da minha amiga envolvendo seus braços ao redor da sua cintura e nós duas estávamos a xingá-lo quando erguemos o rosto e vimos Renan.
O rosto de Cathe se iluminou e ela se virou para ele animada.
一 O que está fazendo aqui? - Perguntou alto o suficiente para eu conseguir ouvir.
一 Vim com minha irmã, mas ela sumiu e eu estava prestes a ir embora quando te avistei.
Os dois se olharam sorrindo, era como se um brilho os envolvesse. Renan se virou para mim e sorriu em um cumprimento. Sorri de volta e me aproximei de Catherine.
一 Vou pegar uma bebida para mim.
一 Quer que eu vá junto?
Neguei com a cabeça.
一 Pode se divertir com ele. Aproveita que quem sabe, amanhã você não me conta coisas interessantes que rolaram hoje?
Balancei as sobrancelhas a fazendo rir. Deixei um beijo em sua bochecha e acenei para Renan uma última vez antes de ir em direção ao bar.
Sentei em um dos bancos e pedi mais um drinque. Depois de uns minutos, alguns homens se aproximaram me irritando e me levantei do banco para ir embora, quando outra voz masculina se aproximou.
一 Oi…
一 Já disse que não estou afim hoje! - Disse com raiva e ouvi sua risada, fazendo-me virar com o cenho franzido e dar de cara com Diogo. 一 Diogo?
一 Parece que alguém anda recebendo muitos flertes?
Suspirei, voltando a minha atenção para o bartender e pedindo mais um drinque.
一 Não me lembrava dessa parte…
Diogo se aproximou pedindo a sua bebida e me olhou com seu sorriso cativante.
一 Sendo sincero, você está muito bonita hoje. Realmente chamaria qualquer atenção. - Corei com suas palavras, fazendo seu sorriso crescer mais ainda.
O bartender entregou nossas bebidas e bebi um pouco para tentar relaxar mais.
一 A propósito, eu realmente gostei da sua apresentação no outro dia. Deu para sentir como você realmente ama seu trabalho.
一 Ah, obrigada! Eu realmente amo o que faço, sempre me empolgo quando o Sr. Oliveira vem com novos projetos.
一 De nada! Realmente fiquei impressionado.
一 Obrigada. É sempre bom saber que meu trabalho é apreciado.
一 Com certeza. E como anda o resto? Você está bem? - Perguntou, antes de beber da sua bebida.
Ele então me olhou por um momento, como se pedisse desculpas por aquilo e eu forcei um sorriso acenando.
一 Vamos subir? - Chiara chamou Alessandro, que finalmente desviou seu olhar do meu e acenou confirmando. 一 Você vem, Diogo?
一 Não, na verdade, estou indo embora.
一 Tudo bem, até mais. Tchau, Larissa. - Disse, segurando a mão de Alessandro e o levando para longe.
Os acompanhei com o olhar até sumirem do meu campo de visão.
一 Sinto muito por ter que passar por isso.
Pisquei os olhos e olhei para Diogo, que realmente parecia desconfortável.
一 Não precisa se desculpar. Você não tem culpa de nada.
一 Eu já estou indo, você quer uma carona?
Olhei para a direção onde Alessandro sumiu com Chiara e acenei confirmando. Mais uma vez, Alessandro havia acabado com o meu momento de felicidade.
Segui Diogo até o seu carro e saímos do estacionamento do clube. Ele estava prestes a pegar a rota do Éden Imperial, o condomínio onde eu morava, mas chamei sua atenção.
一 Pode me deixar em qualquer bar que ver? - Diogo me olhou confuso e expressei um sorriso triste. 一 Eu quero tirar essa noite para beber. Nunca fiz isso, mas por um momento, quero esquecer tudo o que me vem acontecendo.
Senti o olhar de pena de Diogo em mim antes dele acenar confirmando. Em poucos minutos, paramos em frente a um bar e descemos, me fazendo parar quando Diogo desceu também.
一 O que está fazendo?
一 Não vou te deixar bebendo sozinha. Vou cuidar de você enquanto isso e depois te deixo em casa.
一 Não precisa fazer isso, eu…
一 Pode cuidar de si mesma? - Perguntou sorrindo e deu um passo à frente. 一 Sã talvez consiga, mas bebada? Não sou louco de te deixar sozinha, Larissa. Vamos?
Encarei suas costas largas, sentindo uma vontade de chorar. Além de Catherine, meu pai e Rafael, eu não recebia cuidado de mais ninguém e saber que tinha mais uma pessoa que se importava comigo, fez meu coração reagir de uma forma diferente.
Diogo se virou me esperando e eu o acompanhei. Entramos no bar, que era requintado, e fomos para uma última mesa, mais afastada dos outros. Pedi minha bebida e comecei a tentar esquecer toda a dor e confusão que me acorrenta a esse casamento falso.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Esse tbm. Será que nunca vou ler grátis...