Ele não pretendia contar a ela sobre seus mal-entendidos e suposições erradas a respeito dela.
Mas ela era esperta: "Isso era pra mim?"
Kaela tinha uma expressão que dizia que ele já tinha segundas intenções há tempos: "Nossa, como você é enigmático, ainda tenta se fazer de reservado na minha frente."
Gilberto não confirmava nem negava, e mesmo em um momento de grande tensão, ele ainda conseguia manter um controle impressionante sobre si mesmo.
Logo, Kaela ficou sem palavras.
Pela janela, a chuva caía torrencialmente, as gotas serpenteando pela vidraça, isolando a tempestade lá fora.
Kaela estava suada, sentindo-se pegajosa, mas não desagradada.
Gilberto foi tomar um banho, e ela deitou na cama para descansar um pouco, pensando em compartilhar seus sentimentos do momento com uma amiga, quando se lembrou de que tinha perdido o celular.
Ela se enrolou no lençol, girando duas vezes, e pôde sentir o cheiro de Gilberto, balançando as pernas para cima e para baixo.
A chuva não cessava, mas seu humor melhorava.
Dois dias depois, a bolsa perdida de Kaela foi devolvida.
Naquela hora, ela estava entediada em casa, com a chuva caindo sem parar há dias, sem nenhum sinal de trégua, e ela detestava sair em dias chuvosos, então ficava de cabeça para baixo no sofá, divagando.
A porta fez barulho, Gilberto chegou e parou diante dela, olhando-a de cima por dois segundos: "O que você está fazendo?"
Kaela disse: "Cultivando cogumelos."
Gilberto levantou a mão direita, segurando uma bolsa feminina branca.
Kaela saltou imediatamente, ajoelhando-se rapidamente em direção a ele para pegar a bolsa: "Como você a encontrou? As câmeras não registraram nada."
"Pedir ajuda a um amigo."
Gilberto não disse muito, mas Kaela, acostumada a esse meio desde pequena, sabia que no mundo, favores são o bem mais precioso.
Especialmente alguém do calibre de Gilberto.
A bolsa não era cara, nem continha algo de muito valor lá dentro, só um celular. Fazer tanto alarde por tão pouco, acumulando favores, definitivamente não valia a pena.
Kaela ficou um pouco comovida: "Você não precisava se incomodar tanto."
"Não é incomodo." Gilberto se lembrava de como ela ficou chateada quando perdeu o celular.
O ladrão era um criminoso habitual, que ainda não tinha conseguido vender o butim quando ele recuperou tudo: "Verifica se está faltando algo."
"O resto não importa." Kaela pegou o celular para checar, "Tenho muitas fotos aqui que não estão salvas em outro lugar, seria uma pena perdê-las."
Porque se apaixonar por Gilberto era algo fácil de acontecer.
Sua amiga percebeu que ela de repente ficou abatida e ficou confusa: "Por que essa cara?"
Muitos sentimentos conflitantes colidiam dentro de Kaela, que começou a morder as unhas inconscientemente.
Por causa desse hábito de infância, ela nunca deixava suas unhas crescerem muito, nem fazia manicure, e tinha dificuldade de parar, mas assim que percebeu o que estava fazendo, ela imediatamente parou.
"Eu acho que... eu realmente estou meio apaixonada por ele."
"Mas isso não é bom?" Sua amiga não entendia, "Você casar com alguém que você ama, que maravilha! Você preferiria detestá-lo, ficar irritada toda vez que vê o rosto dele, e ainda ter que aguentar beijá-lo e dormir com ele para ter filhos?"
"Olha, a única coisa que seu pai fez direito foi isso, sacrificou o seu direito de escolha, mas ele encontrou um marido incrível para você. Origem, aparência, caráter, tudo nota dez, e você ainda gosta dele, esse casamento arranjado foi um bom negócio!"
A afirmação confiante e o encorajamento de sua amiga contagiam Kaela, fazendo a nuvem de tristeza que pesava sobre sua cabeça se dissipar um pouco.
Mesmo que esse casamento tenha sido forçado, sem espaço para escolha, ela acabou se apaixonando por Gilberto. De certa forma, acabou sendo uma sorte, não é?
Casou-se sem saber com quem, mas acabou encontrando o homem certo?
O humor de Kaela melhora, e ela não poupa elogios à sua amiga: "Mestra dos sentimentos, especialista em psicologia, como eu sou sortuda por ter uma amiga tão incrível quanto você."
Sua amiga se sente lisonjeada: "Que isso, imagina, é só um detalhe."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....