Quando Ophélia voltou da área de internação, viu o Diretor Braga, que há tempos não aparecia pelo departamento de oftalmologia, parado no escritório, com as mãos atrás das costas.
Rute estava em frente a ele, falando sem parar sobre como o Sr. Allende sempre protegia Solange e como, desta vez, ele fez de tudo para culpar a Ophélia.
Ophélia hesitou por um momento. Rute realmente havia chamado ele para reclamar?
De longe, Rute a viu e acenou freneticamente: "Vem aqui! Hoje, por coincidência, o Diretor Braga veio te procurar, conta para ele o que o Sr. Allende te disse!"
Ophélia se aproximou: "Diretor Braga, o senhor queria me ver?"
Diretor Braga disse: "Já estou sabendo do caso da Solange. As ações do Sr. Allende não representam nosso hospital. Como médicos, devemos ser responsáveis tanto pelos pacientes quanto por nós mesmos. Quem errou deve arcar com as consequências, nunca vamos te fazer injustiça."
Rute, empolgada, sacudiu a mão de Ophélia: "Viu? Eu disse que o Diretor Braga ia te apoiar!"
Ophélia disse: "Diretor Braga, obrigada."
"Quanto à punição de Solange, vou discutir com o diretor geral e garantir um resultado satisfatório para você." Diretor Braga falou, "Além disso, melhor apagar aquele áudio que você tem, não é?"
Rute parou de sacudir.
Diretor Braga, com um tom sério, disse: "A situação está se tornando cada vez mais complicadas, e o hospital precisa minimizar os danos. Ophélia, você é uma pessoa sensata. Não vamos deixar que emoções pessoais prejudiquem a reputação do hospital."
Rute ficou visivelmente desiludida: "Mas, o audio é apenas uma forma de se proteger. Se o Sr. Allende não tentar culpá-la, ela não divulgará a gravação."
"E se cair nas mãos erradas? Como a situação já foi resolvida e eu prometi punir a Solange, não há necessidade de manter a gravação. Apague-a para que todos possamos ficar tranquilos."
No fundo, ainda havia desconfiança. Afinal, eliminar todas as evidências é sempre a opção mais segura.
Rute olhou para Ophélia.
Para ser honesta, Ophélia não estava surpresa.
A integridade e a ética profissional do Diretor Braga não eram questionáveis. Quando ele era chefe do departamento de oftalmologia, era um ótimo exemplo a ser seguido.
Mas, em qualquer setor, quando alguém alcança o topo, os jogos políticos predominam.
Ele estava defendendo os interesses do hospital, o que era compreensível.
"Depois que o hospital anunciar as punições para Solange e Sr. Allende, eu apagarei a gravação." Ophélia não cedeu e deixou sua posição clara.
"O erro médico foi causado pela Solange, mas ela não é a única que merece punição. Se o hospital não agir em relação ao Sr. Allende desta vez, considerarei buscar outras alternativas."
Rute caiu no chão e, antes mesmo que pudesse se levantar, o homem com uma faca já estava na porta.
Seu rosto estava vermelho de raiva, parecendo um fera perdido em sua fúria irracional.
Rute ficou tão assustada que seu rosto empalideceu, sem conseguir encontrar forças para se levantar.
Ignorando a dor lancinante nas costas, Ophélia, num gesto desesperado, agarrou uma cadeira de escritório que estava ao lado e a empurrou com toda força em direção à porta.
O homem foi atingido pela cadeira de rodinhas na perna, fazendo-o recuar alguns passos. Ophélia aproveitou a oportunidade para correr até a porta e fechá-la rapidamente.
No exato momento em que a fechadura clicou, a porta foi violentamente sacudida pelo impacto da faca.
"Desgraçada......", o homem explodiu em palavrões.
Um arrepio percorreu a espinha de Ophélia, que trancou a porta e rapidamente ajudou Rute a se levantar.
Bam… Bam… Bam…
O som da porta sendo atacada continuava, e era evidente que a madeira não aguentaria por muito tempo sob a força insana da faca e do homem enfurecido.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....