Na tarde, a Ophélia foi chamada pelo Sr. Allende para consultar um paciente de Solange Werneck.
O paciente estava tratando uma uveíte há seis meses, mas, em vez de melhorar, a situação piorava.
Quando examinou os relatórios de exame, Ophélia percebeu que os resultados do teste de citocinas do fluido intraocular mostravam uma proporção de interleucina 10 para interleucina 6 acima de 1.
"Eu suspeito que não seja uveíte, mas sim um linfoma intraocular primário."
Os sintomas do linfoma intraocular são muito parecidos aos da uveíte, o que facilmente leva a diagnósticos errados, conhecidos como síndrome de mascaramento, mas na verdade são causados por um tumor.
Solange rapidamente ficou na defensiva: "Olha aqui, você não pode sair falando essas coisas, você está tentando dizer que eu errei na análise?"
"Você não é muito importante assim. Eu apenas sigo o relatório," disse Ophélia, cujo humor estava tão sombrio quanto o clima lá fora, falando de forma direta, "Se realmente for um linfoma primário, o tratamento do paciente já foi atrasado por seis meses."
"Você!" Solange estava prestes a explodir, mas o Sr. Allende conteve ela com um olhar, perguntando a Ophélia: "Então, o que você recomenda?"
Diante da urgência da situação do paciente, Ophélia não escondeu suas opiniões: "Eu recomendo a remoção do corpo vítreo do olho esquerdo para um exame histopatológico, para confirmar se é um tumor."
Sr. Allende assentiu, instruindo Solange a organizar a cirurgia: "Estou livre na sexta-feira à tarde, marque a cirurgia para as 15h. E você, tenta aprender mais com a Dra. Zamith, entre os jovens médicos da sua geração, ela é a mais competente."
Solange saiu bufando.
Rute olhou para a Ophélia: "Nós já estamos quase no fim do mês, e logo mais é época de férias, por que você parece tão abatida?"
A Ophélia olhou para fora da janela, onde a chuva continuava a cair: "Talvez eu não possa ir."
"Por quê? A chuva deve parar em alguns dias, isso não vai atrapalhar vocês de saírem. Além disso, vocês não iriam para a Islândia? Eu vi, o tempo lá está bem agradável."
Enquanto Rute murmurava, Ophélia disse: "Brigamos."
"Ah!" A expressão de Rute era mais aborrecida que a dela, "Não pode ser, eu estava contando com vocês dois para acreditar no amor. Uma pequena briga é saudável, dois dias e vocês se acertam, e ficarão bem rapidamente, tá?"
Ophélia sorriu levemente, mas não disse mais nada.
Ela não podia simplesmente convencer o Gregório, mesmo se seus pais tivessem sido vitimados pela família dele, que ela poderia estar com ele sem ressentimentos.
Mas ela também não queria perder Gregório.
À noite, sozinha na cama, ela sentia o quarto muito vazio e não conseguia dormir, levantava para andar pela casa, várias vezes pensou em trazer o gato para dentro para lhe fazer companhia, mas desistia.
E se o Gregório voltasse?
Talvez ela ainda sentisse muita falta dele. Às três da manhã, vagando pela casa como uma alma solitária, ela enviou:
【Quando você volta para casa?】
Ao sair para o trabalho pela manhã e ver aquela mensagem, sentiu um certo arrependimento, mas já era tarde demais para desfazê-lo.
Passou toda a manhã atendendo pacientes na clínica, tão ocupada que mal tinha tempo para se preocupar com outras coisas. Quando o dia estava terminando, um dos residentes perguntou se ela gostaria de ir jantar com eles, e ela pegou o celular para dar uma olhada.
Esperançosa, abriu o aplicativo, mas não havia nenhuma notificação na conversa que mais lhe interessava.
Tarsila Fagundes estava muito entediada hoje que passou o tempo trocando memes e piadas com Clorinda Serrano em um grupo de mensagens, acumulando mais de uma centena de mensagens não lidas.
O dedo de Ophélia, no entanto, hesitou sobre aquela conversa importante, fixando-se na mensagem que ela enviara na noite anterior, em um momento de pouca clareza.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....