Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 384

Gregório trocou os sapatos e caminhou até ela, abaixando a cabeça para examinar sua expressão. "Chorou?"

Ophélia queria negar; afinal, não considerava o que aconteceu antes como choro, apenas um turbilhão emocional provocado por um pesadelo.

Antes que pudesse responder, Gregório continuou: "Você estava chorando quando me ligou, não estava?"

Apesar de tentar agir naturalmente, ele ainda percebeu uma sutileza diferente em sua voz.

Não era o infortúnio que assusta, mas o consolo, e a inquietação que Ophélia havia conseguido acalmar encontrou uma brecha de voltar a aparecer sob seus olhos.

Ela, que raramente tomava a iniciativa, abraçou-o pela cintura, aconchegando-se em seus braços.

Gregório ficou suroreso: "Estava com saudades de mim assim?"

Ele era mestre em se enaltecer, e Ophélia o beliscou na cintura como resposta.

"Sonhei com meus pais", ela disse.

Era um nó em seu coração, a morte trágica de seus pais, seria difícil desatar pelo resto de sua vida.

"Vou dormir com você."

Gregório a carregou de volta para a cama, onde um gato tricolor estava deitado na cama, vendo-o e abanando preguiçosamente o rabo em sinal de saudação.

"Outro preguiçoso", Gregório o colocou em uma cama de gato luxuosa e confortável, que raramente era usada, e disse ao gato confuso: "Você já é um garotão, durma sozinho."

A luz do abajur do quarto era fraca. Ele fechou a porta, deitou-se e Ophélia o abraçou.

De maneira incomum, ela se aninhou contra ele, sentindo o frescor de seu perfume misturado a um leve cheiro de álcool: "Você não trocou de roupa."

Ela estava prestes a dizer que, por essa vez, poderiam fazer uma exceção e permitir que ele ficasse assim, mas Gregório, com um sorriso maroto, sugeriu: "Então, tiro?"

"Deixa pra lá", disse Ophélia, recuando um pouco, prevenindo-se.

Gregório riu de seu pequeno gesto de precaução, fingindo indignação, brincou: "Durma bem hoje, e não pense algo de mim."

Ophélia: "..."

Gregório olhou para ela, que estava sem palavras, e disse: "Claro, se você realmente não aguentar e quiser, pode amarrar minhas mãos. Afinal, não sou tão casto assim".

Ophélia se vira: "Não preciso de sua companhia".

O olhar de Ophélia vagou e então se fixou novamente nele, notando uma grande área de vermelhidão abaixo de seu colarinho.

"Você está com alergia de novo."

Gregório deu de ombros: "Não é nada, passo uma pomada e melhora."

Ophélia franzia a testa, preocupada, enquanto o examinava: colarinho, lado direito do pescoço, costas...

Ela fazia questão de limpar os pelos do gato da cama todos os dias com um aspirador antiácaro, mas a presença do pequeno felino era inescapável, e a alergia dele, após uma noite ali, parecia mais grave do que antes.

Ophélia trouxe a pomada e aplicou nas manchas vermelhas, saindo sem dizer uma palavra.

Quando Gregório vestiu uma camisa e calça e saiu do quarto, ela estava sentada à mesa de jantar, olhando fixamente para os veios da madeira, em silêncio.

"O que você quer para o café da manhã?" perguntou Gregório.

Ophélia voltou a si e levantou a cabeça.

"Vamos voltar para casa."

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