Ophélia nunca havia se apaixonado tão cedo, mas agora sentia a culpa secreta de quem marca encontros escondidos com garotos e é pega pelos pais.
Ela pegou o celular e foi para o quarto, fechando a porta, pronta para enfrentar o olhar penetrante de Tarsila Fagundes.
Ophélia explicou: "Ele soube que eu estava doente e veio cuidar de mim ontem".
"Ele esteve aqui ontem?" - Tarsila Fagundes, com a mente afiada naquele momento, perguntou: "Então ele até passou a noite com você!"
Ela começou a se beliscar nervosamente.
"Não pense em bobagens" - Ophélia disse: "Eu estava com tanta febre que mal conseguia me mexer, não aconteceu nada."
Tarsila Fagundes sabia muito bem como os doentes eram vulneráveis; ela mesma havia caído de amores durante uma enfermidade.
Naquela época, ela estava estudando sozinha em Cidade Nascente, foi hospitalizada com gastroenterite, e um garoto lhe deu toda a atenção, fazendo-a se apaixonar perdidamente.
Mas logo descobriu que ele não reservava suas gentilezas apenas para ela, mas também para várias outras.
Seu espírito de amor livre era quase admirável.
Além disso, Ophélia já tinha sentimentos profundos por Gregório.
Tarsila Fagundes sabia que não podia culpar Ophélia, que estava doente e febril, tão frágil que não conseguiu resistir aos encantos daquele astuto Gregório.
Ela culpava a si mesma; deveria ter sido mais firme e ter se cuidado, não ter dado chance a Gregório!
Mas estava tudo bem!
Era um erro compreensível, algo que qualquer mulher poderia cometer.
Depois de momentos de desespero, Tarsila Fagundes se acalmou e foi direto para o Palmeiras Imperiais.
Meia hora depois, bateram na porta da casa de Ophélia.
Tarsila Fagundes gritou do lado de fora: "Amiga, cheguei!"
Ela saiu do quarto, indo em direção à entrada.
Gregório, que estava cozinhando sopa na cozinha, limpou as mãos e veio: "Ela está com germes, não chegue muito perto. Eu abro."
Ao abrir a porta, o sorriso caloroso de Tarsila Fagundes desapareceu ao ver o rosto de Gregório.
Ele estava vestido casualmente, mas exalava uma aura de conforto caseiro.
Ophélia: "..."
Ele poderia ser mais sarcástico?
Tarsila Fagundes sentiu-se tão suja com o que ele disse que, furiosa, lavou as mãos com álcool em gel por meio minuto e depois pegou o álcool líquido e começou a espirrar em si mesma sem parar.
Em seguida, declarou: "A partir de agora, sou eu quem vai cuidar dela, você pode dar o fora."
Gregório esboçou um leve sorriso nos lábios, cheio de ironia: "Você vai cuidar dela? O que vai fazer, convidá-la para jantar abrindo a janela para que ela aproveite o vento nordeste?"
Tarsila Fagundes: "..."
Em sua pressa para chegar lá e impedir que ele levasse Ophélia embora novamente, ela se esqueceu completamente de comprar algo para comer. Droga.
"Menos desprezo, eu também sei cozinhar, ok?".
Ela não se orgulhava de suas habilidades culinárias, mas preparar um macarrão ou refogar um frango com quiabo para encher o estômago nunca foi um problema.
A provocação de Gregório despertou nela o desejo de vencer. Determinada a provar que também era capaz de cuidar de Ophélia, Tarsila Fagundes arregaçou as mangas e foi para a cozinha começar a trabalhar.
No fogão de Gregório, já havia uma panela de barro com um caldo que começava a exalar um aroma delicioso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....