Ainda antes de Ophélia falar, Rosa já estava impaciente: "Chegamos primeiro! A regra do 'quem chega antes, é atendido primeiro' não vale mais?"
Ela jogou seu trunfo: "E quanto ao seu filho, ele ainda importa para você?"
O gerente Diniz, claramente sob pressão, não esperava essa interferência. Ele ainda estava pensando em pechinchar, mas naquele momento ele se apressou em dizer ao corretor: "Ainda não terminamos aqui. O preço inicial é bom, não é como se eu não pudesse pagar".
"Só um momento" - disse Jacinto, dando alguns passos para o lado e colocando o telefone no ouvido, falando em voz baixa como se estivesse consultando a opinião de alguém do outro lado da linha.
Ele voltou rapidamente, ainda se dirigindo a Ophélia.
"Não importa quanto o gerente Diniz ofereça, nós vamos acrescentar mais dez por cento à oferta dele."
Essa era uma negociação imobiliária, não um leilão, quem faz uma oferta como essa?
Ophélia sentiu uma premonição.
Tanto Rosa quanto o gerente Diniz mudaram de cor, quem seria este maluco esbanjador? Comprar uma casa sem pechinchar e ainda por cima aumentar a oferta, isso é loucura.
Com um sorriso, Jacinto os observava: "Se vocês ainda estiverem dispostos a aumentar a oferta, por favor, decidam-se rapidamente. Nosso Sr. Pascoal tem uma reunião para ir."
O rosto do gerente Diniz mudou levemente: "Que Sr. Pascoal?"
"O mesmo Sr. Pascoal que você conhece" - disse Jacinto, com um olhar que transmitia um profundo significado: "A propósito, o Sr. Pascoal me pediu para lhe dizer que ele soube que a Sra. Diniz não está se sentindo bem e está descansando no Nordeste. Ele está indo para lá em breve e, se quiser, pode visitá-la para ver como ela está, caso tenha alguma mensagem para ela."
Cinco minutos antes, o todo-poderoso gerente Diniz de repente começou a tossir violentamente, sua presença imponente se dissipou e ele olhou para Ophélia, gaguejando ao falar:
"Ah, esqueci de perguntar, qual é mesmo a Sra. Pascoal?"
Antes que Ophélia pudesse responder, Jacinto, como se tivesse acabado de se lembrar, disse: "Oh, esqueci de mencionar, esta é a esposa do Sr. Pascoal."
Gregório era realmente capaz e, sob sua gestão, o Grupo Diniz havia se valorizado exponencialmente após sua estreia na bolsa de valores Fortaleza Finanças S.A., o que aumentou sua fortuna. Em um jantar, ele acabou levando Rosa para casa, um pouco por insistência dela.
Era para ser apenas um caso passageiro, mas quem diria que ela se sairia tão bem, engravidando de um filho para ele.
Justamente quando sua esposa estava doente e possivelmente não viveria até o próximo Carnaval, ele começou a ter ideias.
Mas ter um plano e enfrentar a realidade são coisas diferentes; se isso chegasse aos ouvidos de sua esposa, ele poderia perder metade de sua fortuna.
Não podia se dar ao luxo de ofender Gregório, tampouco de fazer uma oferta maior que a dele.
Para ele, um apartamento no Bosque dos Ipês era seu limite; para a família Pascoal, era apenas "uma propriedade bem decente".
Às pressas, o gerente Diniz arrastou a relutante Rosa para fora.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....