Se fosse inverno, ele poderia ter vivido um pouco mais. Era uma pena que no último inverno ela não tivesse feito nenhum boneco de neve.
No momento em que ela se virou, um pensamento inesperado surgiu na mente de Ophélia:
Eu queria um boneco de neve...
Será que ela havia dito isso a alguém?
Mas ela não conseguia se lembrar de nada.
...
À medida que o tempo melhorava, Ophélia gradualmente voltava ao ritmo em que estava antes de Gregório ir para o exterior.
Entretanto, seu estado de espírito estava muito melhor agora do que naquela época.
A rainha Pacheco, depois de concluir seu trabalho na Cidade Nascente, partiu, mas Ophélia manteve contato com ela durante todo o tempo.
Quando ela vinha à Cidade Nascente para algum evento ou apenas de passagem, sempre fazia questão de convidar Ophélia para uma refeição.
Gregório realmente não apareceu mais, às vezes Ophélia visitava a avó na Família Pascoal ou a levava para passear, e nunca o encontrou.
Tudo estava se encaminhando na direção que ela desejava.
Isso era muito bom.
Ela dizia isso para si mesma mais de uma vez.
Ophélia não se preocupava mais com o divórcio, o Sr. Gregório não faria o que não quisesse, ninguém poderia forçá-lo.
O tempo apaga tudo, seja amor ou ódio, é tudo a mesma coisa.
Quando sua insistência derretesse como aquele boneco de neve, o divórcio seria o resultado natural.
No dia em que recebeu a ligação da imobiliária, Ophélia estava ocupada, e o corretor de imóveis de luxo falou com entusiasmo por um longo tempo até que ela finalmente entendeu.
"Sra. Ophélia, a mansão no Bosque dos Ipês Nº 9, que você listou conosco para vender, atraiu o interesse de um cliente."
Ophélia, que estava digitando um prontuário, parou.
Ophélia pensou no rosto do Sr. Allende: "Obrigada pelo aviso, mas isso não é um problema para mim."
"E você me ligou por quê, quer saber das nossas novidades?" - brincou Tarsila Fagundes: "Hoje nós não nos beijamos."
A exaustão de Ophélia desapareceu com aquela risada.
"Estou pensando em vender a casa no Bosque dos Ipês, tem muita coisa lá que precisa ser descartada, não tenho onde guardar tudo. Dê uma olhada, se gostar de alguma coisa, pode levar".
Ela nunca teve um grande desejo por bolsas de grife, afinal, usar uma Hermès no hospital chama muita atenção e não aumenta o índice de sucesso de suas cirurgias.
Tarsila Fagundes gostava de pedir coisas emprestadas a ela, mas o fazia com parcimônia, tendo sua própria teoria sobre isso:
"Eu chamava isso de desenvolvimento sustentável, pegava apenas um de cada vez, afinal, tinha tantos que um a menos o velho Zé Grilo nem perceberia. Se eu pegasse demais de uma vez só, ele não é cego, com certeza ia notar. E se por acaso ele parasse de vender, eu ficaria sem poder pegar, certo? E vai que ele até chamasse a polícia pra me prender."
Mas agora as coisas mudaram.
Tudo naquela casa agora pertencia a Ophélia.
Tarsila Fagundes deu um pulo, como se tivesse recebido um estímulo em seus últimos momentos de vida: "A que horas você sai do trabalho? Estou alugando um caminhão!"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....