Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 253

O Bentley preto, como uma fera elegante e urgente, acelerou noite adentro.

O agito dos neons formava linhas coloridas brilhantes do outro lado da janela, isolando o som cortante do vento e do motor. Dentro do carro, o único som era o coração de Gregório, batendo forte em seu peito.

Chegando ao hospital, ele mal se deu ao trabalho de estacionar o carro direito e saiu às pressas.

No saguão, com oito elevadores ainda por chegar, ele não pôde esperar nem um segundo, virou-se para a escada de emergência e subiu rapidamente.

No nono andar, o jovem oftalmologista olhou para ele com surpresa.

Gregório, ofegante, perguntou: "A Ophélia está aí?"

"A Dra. Zamith me substituiu, ela está de folga hoje..."

Rute mal havia terminado de falar e Gregório já estava se virando para sair.

As ruas estavam congestionadas à noite, com uma longa fila de faróis de carros, e os motoristas compartilhavam uma impaciência palpável.

Gregório dirigia rápido, mas não mais rápido do que seu coração parecia prestes a explodir. Ele manobrava o volante com precisão, desviando-se ágil entre os carros.

Ele passou por ruas congestionadas, por entre as luzes desbotadas da cidade.

Se pudesse, desejaria ter uma máquina do tempo, viajar mais rápido que a luz, voltar ao passado.

Naquele aniversário, ele não pegaria o voo de volta para Nova York.

Ele iria encontrá-la, abraçá-la, dizer-lhe que ela era a garota mais adorável do mundo e que ele a amava mais do que tudo.

Talvez um pouco mais cedo.

Não ir para o País A.

Não dizer aquelas palavras impulsivas e irremediáveis.

Não duvidar do amor dela por ele.

Não deixar o bolo de aniversário nas mãos de seu irmão mais velho.

Não tirar sarro do vestidinho de melancia dela.

Ou voltar ao início.

Não deixar que seus pais fossem sequestrados, não deixar que ela fosse uma criança vítima de bullying.

Ele não queria se incomodar mais com a porta do carro, dificultar a vida desse casal pobre, o que ele ganharia com isso?

Ele estava desesperado para encontrar alguém, deixou seu cartão com o homem e saiu apressado.

O gemido da mulher chegou até ele, ela estava suando frio, semi-deitada nos braços do marido, uma mão dolorosamente apertando o estômago.

"Estou sangrando!" - O homem, em pânico e culpado, começou a chorar: "É tudo culpa minha! Minha culpa... Querida, só mais um pouco, a polícia estará aqui em breve..."

"Querido, meu estômago está doendo muito..."

O grito da mulher, como uma erva daninha, deteve os passos de Gregório e ele quis ir embora.

A urgência que quase explodia em seu peito se misturava a uma sensação nauseante, fazendo suas têmporas pulsarem violentamente e as veias nas costas de suas mãos se destacarem.

Ele olhou para a escuridão distante da noite.

Ainda faltavam três quilômetros para as Palmeiras Imperiais, tão perto.

"Liga pro SAMU. Eu já vou ligar pro SAMU."

O homem apressadamente começou a procurar o celular, enquanto a mulher, chorando, dizia: "Amor, não dá mais tempo, eu realmente vou dar à luz agora..."

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