Você é meu, Ômega romance Capítulo 259

— P-Por favor, n-não se a-aproxime de m-mim.

As sobrancelhas franzidas de Everett cessaram um pouco. Ele olhou para as costas dela por um momento. Seus lábios se abriram para dizer algo, mas nada saiu de sua boca.

Ele virou-se e saiu do quarto sem dizer nada. Delilah ouviu o som da porta se fechando e virou-se para o quarto vazio. Ela deslizou para baixo contra a parede e puxou os joelhos perto do peito.

Delilah se sentiu traída. Todo esse tempo ele estava zombando dela. Seus amigos também zombavam dela. Eles transformaram sua vida em uma piada.

Ela confiou e ficou com ele. Fez o seu melhor para impressioná-lo. Ela pensou que ele havia se tornado sua família. Ela cuidou dele e pensou que a besta era outra pessoa. Delilah quase teve um ataque cardíaco na noite em que Everett não estava em casa e ouviu rosnados altos. Naquela noite, ela percebeu o que sentia por ele. Ela pensou que a besta o mataria, mas no que estava pensando? A besta era ele mesmo.

Aquele rosto! Aqueles olhos!

Tudo veio à mente dela novamente, ela sentiu um frio no coração.

Para sua surpresa, ela não sentiu o mesmo medo que sempre sentiu pela besta, embora tudo fosse perigoso. Ela sentiu uma dor aguda no coração, quando imaginou como ele pensava sobre ela.

— Ele está me considerando uma tola? Ele poderia ter me dito que era a besta. Eu não precisava ficar aqui se ele me mostrasse o caminho da vila. No entanto, ele não me disse e eu tive que me tornar sua escrava para me livrar da besta. Que tolice!

Delilah se repreendeu e pensou em como ele matou o homem na noite anterior. Ela sentiu vontade de vomitar, quando se lembrou de como ele se aproximou dela com o coração de seu companheiro na boca. Delilah colocou as palmas sobre a boca e balançou a cabeça.

— O que farei agora? Estou em uma armadilha! — Ela sussurrou para si mesma.

Delilah lembrou das palavras da mulher, quando estava prestes a entrar na floresta vinda da vila. Ela lhe disse para ficar longe da besta. Mal sabia ela que a besta da qual sempre teve medo, estava vivendo com ela.

Ela até deixou ele tocar seu corpo em seu cio. Ela esfregou os braços enquanto pensava na noite. Everett não a deixou tocá-lo e até a vendou. Foi por causa de suas características bestiais?

Como ela poderia ser tão ingênua? Delilah pensou que ele conhecia a besta. Mas todos claramente indicaram que havia apenas uma criatura vivendo na floresta e essa era a besta.

Por que o lobo dele era tão gigante como um monstro? Muito maior do que outros lobos.

Qual era o seu posto?

Ele não parecia com outros postos, como Alfa ou Beta. Então que criatura ele era?

Queimando com um monte de perguntas, ela passou seu dia no quarto sozinha. Delilah sabia que estava sozinha em toda a casa também. Ele com certeza teria saído.

Quando a noite chegou, ela se levantou e foi se refrescar. Seus olhos estavam inchados e seu coração estava partido.

Delilah desceu as escadas lentamente e olhou ao redor. Ele disse que ela ficou inconsciente por uma semana. Agora ela estava com fome. Ela foi para a cozinha e quase deu um suspiro quando viu que todas as coisas estavam iguais.

— Ele não comeu nada? — Ela murmurou enquanto olhava para os ingredientes nos mesmos lugares onde os deixou naquela noite.

Ela se repreendeu quando pensou nele. Depois de tudo, como ela poderia pensar nele?

— Você não está apaixonada por ele, Delilah. Tudo é apenas uma ilusão. Ele está te prendendo em seus feitiços com certeza. Você não pode se apaixonar por uma besta. — Ela disse para si mesma.

Ela cozinhou um prato e jantou. Ela olhava para a porta de vez em quando para ver se ele já havia voltado. Foi bom que Everett não voltou naquela noite. Delilah dormiu no sofá e acordou no dia seguinte.

Ela saiu sem cozinhar nada para Everett. Ela estava zangada com ele e consigo mesma. Ela saiu de casa e caminhou pela floresta.

Ela seguiu o caminho da vila. Ela já não tinha medo de que a besta viesse e a seguisse. Porque ela estava com a besta o tempo todo. Ela não queria ponderar sobre isso de novo e de novo. Ela entrou no lado da vila e foi para o hospital.

Ela foi direto para o consultório do médico principal.

— Delilah?

Lily a chamou, mas ela não ouviu e entrou no consultório de Conor sem bater na porta. Conor estava olhando para um arquivo quando a porta abriu sem bater.

— Delilah?

Ele se levantou da cadeira. Delilah franzia a testa para ele.

— Todo esse tempo, vocês estavam rindo de mim, não estavam?

Conor foi até a porta e estava prestes a fechá-la, quando Lily entrou em seu campo de visão.

— Senhor.

Lily cumprimentou e olhou para dentro de seu consultório. Ela conseguia ver as costas de Delilah.

— Senhorita Winters.

— Ela está bem? Ela veio depois de uma semana.

— Sim. Ela está bem. Por favor, nos desculpe. — Ele respondeu e fechou a porta sem pensar no que Lily pensaria sobre a ação.

Conor trancou a porta e olhou para Delilah.

Conor ficou atordoado com suas palavras.

— Não ouse dizer isso a ele. — Ele a advertiu.

— Por que? Por que não posso dizer? Nem sequer quero dizer nada de qualquer forma. Não quero ir. Estou dizendo isso a você, porque é amigo dele e vai informá-lo sobre isso.

Conor abanou a cabeça.

— Porque está se comportando assim de repente?

— Por que não posso? Sabe, durante toda a minha vida só tive medo de uma criatura e era ele? A minha madrasta sempre me chantageava, que iria me atirar para ele. Ela sempre dizia que ele comia pessoas vivas e não mentia. Vi-o com os meus próprios olhos. Vi como ele se transformou e arrancou o coração de um homem, vi tudo...

Ela parou e um suor frio brotou na sua testa. Sentiu um arrepio percorrer o seu corpo ao pensar naquela noite novamente.

— Não posso ficar com ele. Ele é um monstro. E-ele vai m-matar-me se ficar zangado um dia. — Murmurou num tom baixo.

Lágrimas corriam dos seus olhos. Ela enxugou as lágrimas, mas elas não pararam de cair novamente.

A vida era realmente crucial para ela. Porque é que tinha de estar encurralada na armadilha de alguém durante toda a sua vida? Por que?

Delilah começou a sentir que ele era a sua casa, mas ele não era quem ela pensava. Ele era diferente. Ele era alguém que ela não devia enfrentar.

Conor olhou para ela e não lhe disse para parar de chorar. Deixou-a chorar na sua sala fechada, onde ninguém ouviria a sua conversa.

— Relaxa, Delilah. Tudo está como antes...

— NÃO! NADA ESTÁ COMO ANTES, CONOR. — Ela gritou com ele. — Nada está como antes. — Soluçou. Disse novamente: — Não consigo acreditar no que me está acontecendo. Por que é que entrei na floresta em primeiro lugar?

— Não importa o que aconteça, não podes deixá-lo. — Conor disse. — Ele não te pode deixar ir. Ele tomou-te como sua escrava.

Delilah olhou para Conor com os seus olhos dolorosos.

Escrava. Ela zombou de si mesma quando ouviu isso.

Ela acenou com a cabeça para ele e disse:

— Vou escapar dele. Vou escapar da besta.

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