Amélia moveu os dedos, percebendo que todo o seu corpo estava dolorido e fraco.
O que havia acontecido com ela?
Os eventos de ontem começaram a voltar lentamente à sua memória.
Primeiro, ela foi encontrar-se com Helena, mas acabou sendo traída. Helena tinha planejado que dois bêbados a agredissem!
Será que ela ainda estava naquele quarto anterior?
Não, ela já não estava mais lá.
O cheiro ao seu redor era familiar e reconfortante.
Amélia lembrou-se lentamente que depois ouviu a voz do tio chamando-a e foi abraçada por ele, deixando aquele lugar onde quase viveu um pesadelo.
Depois, ela ouviu o tio sussurrando em seu ouvido para que relaxasse.
Ela tentou relaxar, mas ainda doía muito.
As pernas de Amélia pareciam não lhe pertencer, e seu corpo todo doía, como se tivesse sido esmagado por algo pesado.
Embora não pudesse ver nada, o sentimento em seu corpo estava gravado profundamente em sua mente.
Naquele momento, ela se sentiu como um pequeno barco, sendo levantado alto pelas ondas uma após a outra, antes de cair pesadamente.
Ela flutuava à deriva no oceano, apenas se agarrando a um tronco de árvore à sua frente para encontrar um ponto de apoio.
Mas, quanto mais forte ela se agarrava, maiores as ondas ficavam.
O coração de Amélia batia aceleradamente, suas bochechas queimando de calor.
"Você acordou?"
Veio um som de batida na porta, junto com a voz grave do tio.
"Sim, tio, pode entrar."
Assim que falou, Amélia percebeu o quão rouca estava sua voz, como se tivesse sido usada excessivamente.
Sávio entrou carregando uma refeição, ajudou-a a sentar-se e deu-lhe um copo de água morna para suavizar a garganta.
Ela havia chorado muito na noite anterior, então era natural que sua garganta doesse naquela manhã.
Amélia bebeu dois grandes copos de água de uma vez.
Não tinha como evitar, ela estava realmente muito sedenta.
Sávio tirou o copo de água de suas mãos, "Não beba demais, você ainda precisa comer e depois tomar o remédio."
Amélia lutou para segurar as lágrimas e assentiu obedientemente.
"tio, eu posso comer sozinha."
"Seu corpo não está doendo?"
Amélia corou.
Sua cintura e pernas estavam tão doloridas quanto macarrão, como ela poderia ter força?
Mesmo o simples ato de sentar tinha sido com a ajuda do tio.
Amélia não recusou mais, permitindo que o tio a alimentasse com mingau de frutos do mar colher por colher.
Após a refeição, ela sentiu o cheiro amargo do remédio e franziu a testa.
"tio, o remédio de ontem já fez efeito, não preciso tomar essa sopa de ervas, preciso?"
A jovem puxou a manga dele, implorando com olhos cheios de esperança.
Sávio olhou para o rosto pálido dela e para aqueles olhos brilhantes, sentindo por um momento uma fraqueza.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...