Ao ver Sterling, os olhos de Teresa brilharam com um lampejo de cálculo. Num movimento rápido, ela se atirou nos braços dele e começou a chorar baixinho:
— Sterling, me desculpa. Eu não devia ter pedido o bracelete para você! Se não fosse isso, a Clarice não estaria tão chateada comigo!
— O médico já não disse que você precisa manter a calma? Por que está chorando agora? — Sterling franziu as sobrancelhas, o rosto mostrando uma leve irritação. No entanto, sua voz era suave, quase afetuosa, como se estivesse tentando acalmar a mulher que segurava em seus braços.
— Sterling, é melhor devolvermos o bracelete para quem ele pertence. Eu não mereço usá-lo. — Disse Teresa, pegando a mão de Sterling e colocando o bracelete em sua palma com uma expressão de mágoa e humilhação.
Por dentro, no entanto, ela estava furiosa. Afinal, ela também era mulher de Sterling. Mas, no dia do aniversário dela, aquele velho da família Davis sequer lhe enviou um mísero envelope com dinheiro, enquanto Clarice não só ganhou ações do Grupo Davis como também o bracelete da família, uma joia carregada de simbolismo.
Todos sabiam que o bracelete da família Davis era mais do que uma peça de luxo: era uma insígnia de status. Quem o usasse era reconhecida como a senhora da família Davis, alguém com poder, riqueza e influência. No círculo da alta sociedade de Londa, até mesmo as mulheres da elite se esforçavam para agradar quem o possuísse.
Teresa sempre desejou aquele bracelete. Já havia mencionado isso a Sterling várias vezes antes. Mas o que ela tanto almejava, Clarice ganhou sem o menor esforço. Como poderia não se sentir revoltada?
Ainda que quisesse desesperadamente manter o bracelete, Teresa sabia que, diante de Sterling, precisava parecer desapegada e altruísta.
— Eu te dei o bracelete. Ele é seu agora. Não faz sentido pegar de volta. — Disse Sterling com a voz baixa e firme, recolocando o bracelete no pulso de Teresa.
Ela virou o rosto para Clarice, e um sorriso triunfante curvou seus lábios. Naquele jogo, ela havia vencido. Clarice podia querer o bracelete o quanto quisesse, mas jamais o teria.
Clarice, no entanto, permaneceu impassível. Tirou o celular do bolso e começou a tirar fotos dos dois, sem qualquer hesitação. Um sorriso sarcástico apareceu em seu rosto:
— Da próxima vez que vocês forem para a cama juntos, lembrem-se de me avisar. Vou levar uma câmera profissional para tirar fotos em alta definição. Quem sabe o juiz, com pena de mim, me conceda mais bens no divórcio.
Ela falou com um tom leve, quase divertido, enquanto o sorriso em seu rosto parecia radiante. Mas, por dentro, ninguém imaginava a dor que estava sentindo.
Clarice guardou o celular no bolso, deu um passo à frente e, de repente, abaixou o tom de voz:
— Sterling, amanhã às nove da manhã. No cartório.
Ao ouvir Clarice mencionar o divórcio novamente, Sterling sentiu uma pontada de irritação:
— Foi você quem insistiu em me procurar no início. Agora é você quem quer forçar o divórcio. O que foi? Achou que eu seria fácil de manipular?
Na noite anterior, ele havia pensado muito sobre tudo aquilo. Lembrou-se de como os dois se conheceram, daquela primeira vez, e de todas as memórias que acumularam nos últimos três anos. Percebeu que já estava acostumado à dinâmica entre eles. Se se divorciassem, teria de começar tudo do zero com outra mulher.
E ele odiava complicações. Por isso, não planejava se divorciar. No fim das contas, estar com Clarice era tão bom quanto estar com qualquer outra pessoa. Pelo menos com ela havia compatibilidade na cama.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...