Um Vício Irresistível romance Capítulo 20

Clarice cambaleou, e Jaqueline imediatamente a segurou pelo braço.

— Clarinha, você está bem?

Clarice forçou um sorriso para tranquilizá-la e se virou para o médico:

— Doutor, eu vou tentar resolver a questão do remédio. Agora vou ver minha avó. Com licença.

Sem esperar pela resposta, ela puxou Jaqueline e saiu do consultório.

O médico observou as duas se afastarem e soltou um suspiro pesado. Sabia que, no fundo, Clarice entendia que gastar dinheiro com os medicamentos apenas prolongaria o inevitável. Mesmo assim, ela insistia, como se carregasse o peso do mundo nas costas.

O que ele não sabia era que para Clarice não se tratava apenas da vida de sua avó. Ela queria desesperadamente preservar algo que considerava ainda mais valioso: um lar. Se sua avó partisse, ela não teria mais ninguém. Ficaria sozinha no mundo.

No quarto da UTI, a avó de Clarice ainda estava inconsciente, conectada a diversos aparelhos. Seu corpo, antes cheio de vida, agora estava reduzido a pele e osso.

Clarice parou ao lado da cama, os olhos se enchendo de lágrimas.

Jaqueline, percebendo o estado da amiga, a abraçou de leve e disse suavemente:

— Clarinha, conversa um pouco com sua avó. Eu vou esperar lá fora.

Clarice assentiu, sem desviar o olhar da avó. Sentou-se na cadeira ao lado da cama e segurou a mão dela com delicadeza. Sua voz saiu baixa e trêmula:

— Vó, você precisa ser forte e ficar comigo. Se você me deixar, como eu vou ficar? Sozinha assim... Eu não vou aguentar.

Enquanto falava, as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

Nesse momento, uma enfermeira entrou no quarto para trocar o soro, seguida por Alícia, a cuidadora contratada para cuidar de sua avó. Alícia trazia uma bacia de água nas mãos e, ao ver Clarice, cumprimentou-a com um sorriso gentil:

— Sra. Clarice.

— Alícia, obrigada por tudo. — Clarice agradeceu, tirando um envelope com dinheiro da bolsa e colocando no bolso do avental da cuidadora. — Eu quase não tenho tempo para vir aqui, minha avó depende muito de você.

Alícia deixou a bacia sobre a mesa e rapidamente tirou o envelope, tentando devolvê-lo:

— Sra. Clarice, por favor, não precisa. Meu salário já é muito bom, e é um prazer cuidar da sua avó.

A sinceridade de Alícia era evidente, e Clarice ficou comovida.

— Pegue o dinheiro, Alícia. É só para garantir que minha avó tenha o melhor cuidado. Eu preciso ir agora. Se ela acordar, por favor, me avise. — Disse Clarice, insistindo em deixar o envelope com a cuidadora.

Pouco depois, Clarice saiu do quarto da avó e caminhava pelo corredor quando ouviu duas enfermeiras conversando animadamente.

— O Sr. Sterling é tão lindo! Só de olhar para ele, minhas pernas ficam bambas!

— Lindo ele é, mas não é para você, né? Ele já pediu a Sra. Teresa em casamento.

— E com aquele bracelete de família, hein? Que homem romântico!

— A Sra. Teresa está na suíte VIP aqui do lado. Todo mundo neste andar morre de inveja de tanto amor que eles esbanjam.

— São mesmo um casal perfeito. Dá até vontade de chorar de inveja!

Clarice ouviu tudo, e um gosto amargo subiu pela sua garganta.

Não era coincidência que Teresa estivesse no mesmo hospital, no mesmo andar, e ainda em uma suíte VIP. Sterling nunca fazia nada por acaso.

Com os punhos cerrados, ela acelerou o passo em direção ao elevador.

— Jaque tem razão. Eu estou grávida. Preciso manter a calma. — Murmurou ela para si mesma, tentando controlar o turbilhão de emoções que a consumia.

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