— Dorme logo. A Clarice sabe tomar as próprias decisões, você não precisa se preocupar com isso. — Sterling falou enquanto ajeitava o cobertor de Teresa. — Já está tarde, vou para o sofá tirar um cochilo.
O tom frio e indiferente do homem não denunciava nada, e Teresa, sem conseguir interpretar suas intenções, decidiu não insistir.
— Tá bom. Vai descansar. Eu também vou dormir. — Disse, fechando os olhos.
Sterling ficou parado ao lado da cama por alguns instantes, depois se virou e saiu do quarto silenciosamente.
Assim que a porta se fechou, Teresa abriu os olhos e murmurou para si mesma:
— Clarice, espera só. Eu vou tirar o Sterling de você, custe o que custar!
Do lado de fora do quarto, Sterling já estava ao telefone com Isaac.
…
Quando Clarice abriu os olhos, percebeu que estava deitada em uma cama de hospital. O cheiro forte de desinfetante a fez franzir a testa. Mais uma vez no hospital.
— Clarinha, você acordou! Está sentindo alguma coisa? — A voz de Jaqueline veio do corredor, e logo ela entrou no quarto com uma sacola de pães na mão. Parecia ter saído para comprar o café da manhã.
Clarice olhou para ela, ainda meio confusa.
— O que aconteceu comigo? — Perguntou, tentando puxar na memória os acontecimentos. Só conseguia se lembrar das palavras de Teresa. Depois disso, tudo era um borrão.
— O machucado na sua testa molhou e inflamou. Além disso, você tomou chuva e teve febre alta, acabou desmaiando. — Jaqueline explicou enquanto colocava a sacola sobre o criado-mudo e abria a mesinha dobrável para o café da manhã. — Não tive escolha a não ser chamar a emergência e trazer você para o hospital. Ainda bem que não foi nada mais sério. Se algo tivesse acontecido com você, eu juro que pegava uma faca e acabava com aquele desgraçado do Sterling!
O tom de Jaqueline era tão sério que Clarice acreditou que ela realmente seria capaz de algo assim.
Ao notar o olhar de Clarice, Jaqueline respirou fundo e pediu desculpas:
— Esquece isso, vamos comer alguma coisa. — Jaqueline disse, tirando o café da manhã da sacola e colocando tudo na mesinha.
As duas começaram a comer em silêncio.
Quando terminaram, Jaqueline começou a arrumar as coisas, mas o toque de um celular quebrou a tranquilidade.
Clarice olhou para o aparelho sobre o criado-mudo. Não era o dela.
— Seu celular está tocando. Atende logo. — Jaqueline disse, distraída.
Clarice pegou o celular, confusa.
— Seu celular quebrou ontem à noite. Esse é o que eu comprei para você. Esqueceu? — Jaqueline explicou, percebendo a expressão de dúvida no rosto de Clarice.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...