O coração de Natacha estava na garganta, batendo forte e descompassado.
- Vovô, não pode ser assim. - Implorou, a voz trêmula e olhos suplicantes. - Se Joaquim souber que o filho de Rafaela foi tirado à força, ele me odiará para sempre. Ele nunca me perdoará.
- Ele te trata dessa maneira e você ainda se preocupa com ele? - Paulo retrucou com um rosnado, com um brilho perigoso nos olhos. A raiva em suas palavras era palpável, fazendo o ar ao redor parecer mais pesado. - Eu vou fazer com que ele queira se livrar daquela mulher por conta própria. Agora, vá chamar Joaquim.
Sem saber como dissuadir Paulo, Natacha saiu do quarto, com os ombros pesados de preocupação. Ela encontrou Joaquim e, com o coração apertado, pediu a ele que fosse ao quarto de Paulo.
Eles ficaram lado a lado diante de Paulo, exatamente como no dia do casamento, quando serviram chá ao patriarca da família. Naquela hora, seus corações estavam cheios de esperança e amor, mas agora, a distância emocional entre eles era tão grande quanto um abismo.
Paulo os observou, seus olhos refletindo uma tristeza profunda que parecia envelhecê-lo ainda mais.
- Joaquim, você realmente decidiu abandonar a Natacha? - Perguntou ele, a voz baixa e triste, ecoando no quarto silencioso.
As mãos de Joaquim, caídas ao lado do corpo, se cerraram em punhos, os nós dos dedos brancos de tensão. Ninguém sabia o quanto doía desistir de alguém que se ama profundamente. Ele havia visto Natacha com Gabriel, no próprio aniversário. Sua dignidade foi esmagada e pisoteada por ela. Como poderia ele se humilhar e pedir para ela voltar?
- Sim. - disse ele a Paulo, a voz firme como uma rocha. - Eu decidi. Vou deixá-la livre.
Paulo suspirou, o som ecoando como um lamento antigo pelo quarto, cheio de resignação.
- Então traga a Srta. Rafaela até mim. Já que ela carrega um descendente da família Camargo, não posso ignorar isso.
Joaquim e Natacha ficaram surpresos. Pouco antes, Paulo demonstrava desgosto por Rafaela. Agora, ele parecia genuíno ao dizer:
- Estou velho, prestes a falecer. Se tiver um bisneto, morrerei em paz. Traga ela aqui esta tarde, quero conhecê-la.
Uma dor surda apertou o coração de Natacha, como se uma mão invisível estivesse apertando seu peito. Depois de tantos anos de casamento, ela não conseguiu realizar o sonho do avô. Agora, com seu fim próximo, deveria se sentir aliviada, mas só sentia arrependimento e tristeza.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...