Segredos do amor romance Capítulo 87

A sala caiu em silêncio. Os que antes zombavam e curtiam um bom show calaram-se. O ar frio pareceu encher o ambiente.

Arthur sentou-se e encarou Elaine com um olhar assustador e implacável. A mulher não ousou dizer mais nada e se encolheu. Quando o homem a encarou, sentiu que estava pronto para matá-la, então escondeu-se atrás de Claudia com medo.

A jovem mal conseguia manter o sorriso no rosto enquanto olhava para a mulher atrás dela. Sem escolha, implorou: “Por favor, não fique bravo com ela, Artie. Elaine é direta, mas não faria mal a ninguém. Peça desculpas para Victoria.”

A mulher não gostou. Preferiria ir para o inferno a pedir desculpas. No entanto, ao lembrar-se do olhar aterrorizante de Arthur, virou-se para Victoria e disse entre os dentes: “Sinto muito.”

“Elaine não queria ofendê-la, Victoria. Pode perdoá-la, por favor?”

A mulher permaneceu sentada sem responder à pergunta.

Arthur, por outro lado, implacável, sorriu e zombou: “Acha que um pedido de desculpas é suficiente? O que ia fazer?”

Elaine ficou espantada e respondeu: “N-Nada.”

“Queria bater nela, não é?”

“Não, eu só...”

“Artie”, Claudia interveio ansiosa. Já pedi, mas por que não está disposto a perdoá-la?

Arthur virou-se para Claudia, suas emoções estavam um pouco agitadas.

Os olhos da mulher estavam vermelhos. Era como se estivesse prestes a chorar.

Ela havia se sacrificado para salvar sua vida uma vez. Após o incidente, jurou que a protegeria para o resto da vida e, como havia lhe pedido, deveria perdoar sua amiga.

No entanto, tudo em que pensava era num certo alguém. Não via mais nada a não ser o olhar determinado e distante de Victoria.

Embora tivesse sido humilhada diante de tantas pessoas, não pareceu sentir-se nem um pouco afetada. Era como se não tivesse nada a ver com ela.

Porém lembrou-se que sempre que se sentia injustiçada quando eram mais novos, se agarrava a sua camisa e olhava para ele aos prantos, esperando que a defendesse.

De repente, lembrou-se do que Victoria havia lhe dito naquela noite. Perguntou-lhe o que pensariam dela se descobrissem que seu casamento era uma farsa.

Além de seus colegas de trabalho, até mesmo pessoas consideradas amigas começaram a desprezá-la ao descobrirem a verdade. A amiga de Claudia quis bater nela.

Se o incidente de hoje nunca tivesse acontecido, Arthur nunca teria entendido como Victoria se sentia quando se explicou naquele dia.

A princípio, pensou que não estava feliz por sempre ser lembrada apenas como sua esposa, apesar de trabalhar duro para provar seu valor.

Só a partir dos eventos desta noite percebeu o que se passava na mente dela por causa do que havia lhe dito.

Agora, era como uma estranha em uma multidão sem quaisquer emoções. Se ainda estivesse infeliz com a realidade que vivia, não teria comparecido à reunião. Como estava lá, mostrou que já não se incomodava mais com o que acontecia ao seu redor.

Ao perceber, Arthur sentiu seus sentimentos ondularem.

Apertou os lábios e rejeitou o apelo de Claudia pela primeira vez: “Não me importo de perdoá-la, mas nunca mais quero vê-la na minha frente.”

Os presentes entenderam que ele a estava mandando ir embora.

Está zangado. Entendeu que se continuasse tentando pedir que perdoasse sua amiga, teria uma impressão ruim dela. Ninguém pode me impedir de conquistar o coração do Arthur. Nem Elaine.

Victoria! Olhou ressentida para a mulher antes de deixar o local envergonhada.

Era essa a razão pela qual zombavam da moça. Pensavam que Arthur não iria se exaltar com sua escolhida por perto.

Para surpresa geral, ela pareceu haver perdido seu lugar especial no coração do homem. Concluíram que muitas coisas poderiam mudar com o passar do tempo.

Depois que Elaine se foi, a mulher ficou séria. Não conseguia mais manter o sorriso no rosto. Levantou-se da cadeira em que estava sentada e disse: “Com licença, preciso usar o banheiro.”

Então saiu. Suas amigas a seguiram em silêncio.

A atmosfera no ambiente ficou estranha.

Alguns não se deixaram afetar, incluindo Bruno. Ele se levantou de repente com o copo de suco na mão e sentou-se ao lado de Victoria. “Aqui.”

Surpresa, Victoria olhou para o copo.

“Você pareceu gostar muito desse suco. Não gosto muito de doces, mas é melhor não desperdiçarmos.”

A mulher ficou brevemente atordoada. Por hábito, quis olhar na direção de Arthur, mas se impediu de fazê-lo.

Como todos sabiam que seu casamento era uma farsa, não precisava se preocupar com os sentimentos dele.

Pegou o copo com calma e sorriu para Bruno. “Obrigada.”

Queria ter pedido outro copo de suco e, se não fosse a palhaçada há pouco, já teria feito isso.

No momento em que pegou o copo, sentiu o olhar de um certo alguém cortar-lhe como uma faca.

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