Segredos do amor romance Capítulo 88

Era evidente quem a estava encarando. Sem se incomodar, levantou o copo e tomou um gole. Tinha o mesmo sabor do que havia tomado antes.

Como estavam próximos, Bruno prestou atenção em seus lábios rosados entrando em contato com o copo. A cor dos lábios contrastava com o vidro transparente. Ele engoliu em seco. Ajustou os óculos e se forçou a desviar o olhar, e perguntou em tom gentil: “Não se importa?”

A pergunta assustou-a.

Com um sorriso, Bruno explicou em voz baixa: “Quero dizer, não se importa com o que dizem a seu respeito?”

As perguntas não eram tão diferentes. Como já não estava mais preocupada, não se importava com o que os outros pensavam. Ao pensar no assunto, um sorriso se formou em seus lábios. “É a verdade de qualquer forma.”

O casamento era uma farsa, por isso era inútil se importar com que os outros falavam.

O olhar de Bruno atrás dos óculos ficou sério. Em vez de se sentir satisfeito, não tinha certeza do que dizer quando se deparou com a postura da mulher. Um momento depois, suspirou e bagunçou os cabelos dela. “Você amadureceu.”

Victoria enrijeceu e olhou-o sem perceber. Qual é o problema dele? Muitos anos se passaram, mas ainda adora bagunçar meu cabelo. Quando eu era uma criança não tinha problema, mas agora sou adulta.

Enquanto pensava, Arthur levantou-se e olhou para o amigo. Ele exigiu: “Venha comigo.”

Bruno deu um sorriso. “Termine seu suco. Talvez Artie tenha algo para me dizer.”

“Tudo bem”, Victoria assentiu.

Quando a dupla se retirou, os que ficaram trocaram olhares. Não conseguiram conter seu desejo de conseguir informações de Victoria.

“Muitos anos se passaram, mas Bruno ainda a trata muito bem.”

Ah, é? O que lembrava era que sempre amou provocá-la e quase chorou de raiva em várias ocasiões. Portanto, apenas apertou os lábios em resposta.

Alguém perguntou: “Seu casamento é uma farsa?”

Estavam muito curiosos. Afinal, o casamento tinha sido algo chocante. Como eram amigos desde que eram crianças, era inconcebível que acabassem se casando.

Então surgiram boatos de que o casamento era uma mentira. Griselda estava muito doente na ocasião e gostava de Victoria. A fim de realizar o último desejo da avó, Arthur casou-se com ela.

Só então perceberam o que tinha acontecido. Sabiam que Arthur era apaixonado por Claudia há muito tempo, então era improvável que se casasse com outra pessoa. Só podia ser um casamento arranjado.

Contudo, após o incidente de hoje, sentiram que o boato poderia não ser verdade, afinal. Não se atreveriam a perguntar a Arthur, só podiam contar com Victoria.

Nicolas zombou sem dar a ela chance para responder. “Onde ouviram os rumores? Por que ficam espalhando coisas sem saber? Têm até a coragem de perguntar. Já pensaram nos sentimentos dela?”

Victoria olhou para Nicolas em choque. Não esperava que ele a defenderia. Também tinha sido ele quem a ajudou a esclarecer o mal-entendido naquela noite.

Não é amigo do Arthur? Deveria ficar do lado da mulher que ele ama. Por que me defenderia?

As pessoas que a tinham questionado ficaram envergonhadas com as palavras de Nicolas e pararam de importuná-la.

Victoria perdeu-se em seus devaneios. Sua intenção talvez não seja me defender. Só não sabe que nosso casamento é um teatro.

Às vezes pensava que, se o amor podia ser facilmente confundido com outros sentimentos, ainda poderia ser considerado amor?

“É por isso que eu disse que deveria dar mais tempo a ele.”

“Para quê?” Victoria ficou intrigada.

“Para que ele perceba quem ama”, explicou Nicolas.

Victoria ficou boquiaberta com a sugestão. “Por que está dizendo isso? Já pensou que ele talvez já saiba disso? Pode ser que tenha confundido o que sente depois de Claudia ter salvado a sua vida, mas muitos anos se passaram. Acha que ainda não saberia? Ou é você quem não o conhece direito?”

Estava cada vez mais agitada. Quando terminou de falar, voltou a si. Colocou os fios de cabelo soltos atrás das orelhas e disse: “Sinto muito. Por favor, não leve para o lado pessoal, é apenas minha opinião.”

Nicolas era uma pessoa branda, então só respondeu com um sorriso e em seguida disse: “Não tem problema. Não me importo, mas ficaria feliz se pudesse ajudá-los.”

Victoria pressionou os lábios. “Não acho que possa nos ajudar de forma alguma. Embora eu possa ter falado demais, é a verdade.”

Nicolas soltou um longo suspiro. “Tudo bem se não fizer diferença, mas ainda vou tentar. Você talvez nem tenha olhado dentro de seu coração.”

“Eu?” Perplexa, Victoria não tinha ideia do que dizer.

“Sim”, Nicolas assentiu. Sua voz era cálida como água de uma nascente. “Talvez deva avaliar com o coração calmo e seriamente.”

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