Por favor, Seja Minha? romance Capítulo 619

Já fazia muito tempo desde que ela aparecera em público. Elisa sabia que agora não havia motivo para receios; poucas pessoas a reconheceriam, e, mesmo que isso acontecesse, provavelmente apenas pediriam uma foto ou um autógrafo educadamente.

— Elisa, pedi seu cappuccino favorito. — Yan estendeu a xícara, mas hesitou ao ver o rosto dela.

— Não, obrigada. Não tenho bebido muito café ultimamente. Trouxe minha própria água fervida. — Elisa levantou sua garrafa térmica e sacudiu-a levemente.

O sorriso de Yan era desconfortável, quase forçado. O relacionamento entre eles havia se tornado estranho, e agora, ao se encontrarem novamente, pareciam completos desconhecidos.

— O que você tem feito ultimamente? Quase não vejo notícias suas online. — Yan perguntou, tentando preencher o silêncio.

— Sou apenas uma estudante, afinal. Ainda não me formei. Quero focar nos estudos. — Elisa respondeu, desviando o olhar. Era uma desculpa conveniente.

— Está certa. Os estudos vêm em primeiro lugar. — Yan assentiu, mas seus olhos diziam algo mais.

Elisa observou Yan por um momento. Fazia mais de um ano desde a última vez que o vira. Ele parecia mais maduro, mais estável, mas também carregava algo que ela não conseguia decifrar.

— Yan, por que você quis me encontrar hoje? — perguntou ela, intrigada.

— Ouvi algumas notícias sobre Flora recentemente. — A resposta de Yan fez o rosto de Elisa empalidecer instantaneamente. Ao ouvir o nome "Flora", sua expressão endureceu de ódio.

— Ela está na Venezuela. — Yan continuou.

— Você também sabe? Ela entrou em contato com você? — Elisa perguntou, nervosa.

— Sim, entrou. — A voz de Elisa tremia de raiva.

— O que ela pediu? Disse alguma coisa? Essa mulher é uma lunática! Você deve ignorá-la! — Yan estava visivelmente preocupado.

Elisa sentiu a sinceridade em suas palavras.

— Eu sei. Ela matou minha mãe. Se eu tivesse qualquer compaixão por ela, seria insuportável. — Elisa apertou os punhos.

— Recebi informações de que Flora foi à Venezuela para tentar impedir Robert de pesquisar drogas terapêuticas. Mas ela falhou. Não acho que consiga escapar tão facilmente. — Yan explicou.

— Ela tem alguma influência lá? — Elisa perguntou, séria.

— Não sei. O que sei é que ela não terá como explicar seu fracasso ao Duque Bliss. Isso não vai acabar bem para ela. — Yan balançou a cabeça.

Elisa desejava vingança. Ela queria ser a responsável pelo fim de Flora, mas sabia que sua capacidade de realizar isso era limitada.

— Yan, posso te perguntar algo? — Elisa mudou de tom.

— Claro. O que é? — Yan inclinou a cabeça.

— É sobre o tratamento de Robert. Ele se recuperou completamente?

Yan hesitou antes de responder.

— Elisa, vejo que você ainda se importa com Robert. — disse ele, um pouco amargurado.

Yan mostrou a ela um relatório em seu celular.

— Escaneei completamente o cérebro de Robert. As áreas nervosas mais danificadas ainda estão inalteradas, mesmo após tanto tempo de tratamento. Isso pode explicar os sintomas que ele apresentava durante o coma.

— E o que isso significa? — Elisa perguntou, ainda mais preocupada.

Yan explicou seus experimentos com ratos, detalhando como os danos neurológicos replicados haviam levado a sintomas graves, como coma ou perda de movimentos.

— Yan, não compare ratos a humanos! Robert parece estar bem agora. Não posso aceitar isso. — Elisa balançou a cabeça, recusando-se a acreditar.

— Pode ser que nada disso aconteça com ele. Mas achei que você deveria saber. — Yan disse, honestamente.

Elisa ficou em silêncio, processando o que ouvira.

— Robert sabe disso? E a Dra. Bai? — ela finalmente perguntou.

— Ainda não contei a eles. — Yan respondeu.

— Pode me enviar esses dados? — Elisa pediu.

— Claro. — Yan concordou.

Assim que recebeu as informações, Elisa levantou-se sem se despedir, com a mente cheia de pensamentos sombrios.

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