O preço do recomeço romance Capítulo 214

César entendeu o que o neto quis dizer.

Todas as conversas anteriores sobre divórcio não foram levadas a sério, mas desta vez sim.

“Já pensou com cuidado?”, perguntou César.

“Já”, respondeu Stephan.

Cecília saiu da cozinha com um prato de frutas nas mãos. A mulher agiu como se nada tivesse acontecido. “Você voltou! Coma alguma fruta, Stephan. As uvas estão suculentas.”

Stephan, olhou-a sentindo-se desamparado e subiu as escadas sem responder.

“Stephan...”, chamou-o de novo.

Ele nem sequer olhou para ela.

“Por quem acha que fiz isso, afinal? Foi por ele! Mesmo que as coisas não tenham corrido tão bem, minhas intenções eram boas!”, lamentou ela com os olhos avermelhados.

César permaneceu firme e foi para o escritório. Não quis ouvir os discursos da esposa.

Cecília sentiu que não havia razão para dar seu show quando não havia ninguém para assistir. Irritada, sentou-se no sofá e começou a comer as uvas.

Logo, Stephan desceu com sua bagagem.

Assustada, ela saltou do sofá. Seus olhos estavam vermelhos quando ela interrogou: “Por que desceu esta mala? Vai viajar?”

“Comprei uma casa”, declarou ele, levando a mala para fora. “Não voltarei aqui, exceto em ocasiões especiais.”

A velha agarrou sua mão. “Stephan, pense direito. Por que acha que fiz tudo isso? Para que possa ter uma família. Se for casado, mas não tiver filhos, as pessoas começarão a fofocar sobre você. Vão dizer que é impotente! Isso seria um horror, você é o presidente de uma empresa! Como podemos permitir que as pessoas digam coisas desse tipo sobre você?”

“Então, só porque as pessoas não deveriam fofocar sobre essas bobagens com que você se preocupa, fez aquilo com Anastasia e a avó dela?”, retrucou Stephan.

“Como assim, fiz o quê? Você já não deu o suficiente para ela ao longo destes anos? Gastou milhões naquela casa, para ela, sem nem hesitar—”

“Não quero saber!”, ele a interrompeu com raiva, o que a deixou inquieta. Ele continuou: “E daí que comprei uma casa? Isso é motivo para ir até lá e humilhá-la? Ela é minha mulher, por que não a trata melhor?” Sua frustração era evidente e ele lutava para conter a raiva.

Stephan lutou para controlar suas emoções, mas as palavras de sua avó fizeram-no perder o autocontrole. Os olhos da velha se encheram de lágrimas.

“Você sempre diz que é por minha causa. Já que é por minha causa, por que não ouve quando digo que não quero ter filhos? Bem, conseguiu o que queria. Anastasia e eu vamos nos divorciar, mas não vou me casar com mais ninguém. Nem sequer pense nisso, nunca mais vou me casar!” Ele afastou a mão da avó e saiu correndo.

César ficou em silêncio na porta e observou as lágrimas de Cecília caírem.

Cristiano seguiu em silêncio.

“Tem certeza que Anastasia é a filha perdida dos Pearson?”, perguntou Stephan.

Cristiano respondeu depressa: “Ainda não foi confirmado. A Sra. Graham não quer fazer o teste de DNA e, por ora, os Pearson não querem forçá-la.”

“Já a consideram parte da família”, zombou Stephan.

Por que se aproximariam dela agora que já é uma mulher adulta e tem uma carreira consolidada? Onde estiveram todos estes anos?

“Encontre outra pessoa para ocupar sua função. Por enquanto, fique no hospital e fique de olho em Anastasia e na avó dela. Pagaremos as despesas médicas”, instruiu Stephan enquanto inspecionava o interior da casa.

“Sim, Sr. Graham”, disse Cristiano.

“Continuem o trabalho.” Stephan caminhou em direção à varanda.

Diante do mau humor de seu chefe, Cristiano se despediu sem fazer alarde.

Stephan passou um tempo na varanda, então pegou o celular e discou o número de Juliana.