Foi então que Verônica surgiu deslumbrante.
— Thor, querido! — ela exclamou, envolvendo-o em um abraço exagerado.
Thor correspondeu com um toque mecânico, frio.
Verônica virou-se então para Celina com sorriso nos lábios.
— Celina, você está linda!
Celina apenas inclinou a cabeça, sem esconder o desprezo que sentia.
Verônica ajeitou a bolsa no ombro e disse com uma voz doce:
— Ah, está na hora da entrevista, vim te buscar!
Antes de sair, como se tivesse se lembrado de algo muito importante, Verônica riu e estendeu a mão para Thor, segurando algo entre os dedos.
— Já ia esquecendo, Thor... — disse, entregando-lhe uma caneta elegante. — Você esqueceu isso comigo hoje à tarde.
O sangue fugiu do rosto de Celina.
Seu estômago se revirou.
Era como se um punhal tivesse perfurado seu peito.
A lembrança do batom vermelho na camisa de Thor invadiu sua mente com uma força brutal.
Verônica.
Era Verônica.
O mundo pareceu girar ao redor dela.
Thor pegou a caneta automaticamente, mas percebeu a mudança imediata no semblante de Celina.
— Está tudo bem? — ele perguntou, baixando o tom de voz, preocupado.
Celina forçou um sorriso, sentindo as lágrimas ameaçarem transbordar.
— Está tudo ótimo. — disse, com a voz rouca e frágil.
Thor franziu a testa, desconfiado, mas Verônica já os guiava pelo salão até o local reservado para a entrevista.
E enquanto caminhava ao lado dele, Celina sentia seu coração despedaçar em silêncio.
O espaço reservado para a entrevista era uma sala elegantemente decorada, com poltronas luxuosas e holofotes estrategicamente posicionados. Uma pequena equipe de filmagem ajustava câmeras e microfones, enquanto Verônica, com seu sorriso, orientava tudo com maestria.
Thor entrou com Celina ao seu lado. Ela sentia as pernas fracas, o peito apertado. Cada passo dado, era uma luta contra a vontade de sair correndo dali. Antes de acomodá-la num canto da sala, ele se inclinou e depositou um beijo terno em sua testa, um gesto cheio de carinho silencioso. Celina sorriu de leve, e ele seguiu para o centro da sala, onde Verônica já o aguardava com a equipe de filmagem e iluminação prontos.
Celina permaneceu onde ele a deixou, discreta, observando cada movimento, cada palavra dita. Ela não participaria da entrevista — era apenas uma espectadora.
Verônica, sempre elegante e estrategista, segurava o microfone com um sorriso profissional, mas seus olhos brilhavam com expectativa.
A entrevista começou focada no futuro da indústria naval e de tecnologia, áreas nas quais Thor era um dos nomes mais respeitados do mundo.
Ele respondeu às perguntas técnicas com a firmeza e a inteligência que o tornavam admirado e temido no mercado, cativando ainda mais a audiência.
Verônica soltou uma risadinha leve, descontraída.
— Relaxa, Thor. — Ela tocou de leve no braço dele num gesto amigável. — Tudo em prol da audiência. Você sabe como essas coisas funcionam.
Ela então se aproximou mais um pouco, adotando um tom mais sincero:
— Eu não conheço a Celina profundamente, mas... — seus olhos buscaram discretamente o canto onde Celina permanecia, tão forte e ao mesmo tempo tão vulnerável — ...eu enxergo uma tristeza no olhar dela.
Verônica voltou a encarar Thor, agora com uma expressão quase fraternal.
— Resolve isso logo, Thor. Antes que seja tarde demais. Não deixa essa mulher escapar.
Thor permaneceu em silêncio, absorvendo aquelas palavras com o peso que mereciam.
Verônica, ainda sorrindo de forma genuína, tocou novamente seu braço e finalizou:
— Desejo felicidades pra você. E obrigada pela entrevista.
Com leveza, ela se dirigiu até onde Celina estava. A jornalista parou diante dela, oferecendo um sorriso caloroso.
— Celina, foi um prazer te rever. — Sua voz soou sincera. — Desejo a vocês toda a felicidade do mundo.
Celina, um pouco surpresa pelo gesto inesperado, retribuiu o sorriso com gentileza, embora seus olhos ainda carregassem uma sombra de emoção contida.
— Obrigada, Verônica — respondeu ela, com a voz um pouco rouca pela tensão.
Verônica então se afastou, deixando Thor e Celina sozinhos naquele espaço que, de repente, parecia carregado de palavras não ditas e emoções à flor da pele.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...