O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 64

Foi então que Verônica surgiu deslumbrante.

— Thor, querido! — ela exclamou, envolvendo-o em um abraço exagerado.

Thor correspondeu com um toque mecânico, frio.

Verônica virou-se então para Celina com sorriso nos lábios.

— Celina, você está linda!

Celina apenas inclinou a cabeça, sem esconder o desprezo que sentia.

Verônica ajeitou a bolsa no ombro e disse com uma voz doce:

— Ah, está na hora da entrevista, vim te buscar!

Antes de sair, como se tivesse se lembrado de algo muito importante, Verônica riu e estendeu a mão para Thor, segurando algo entre os dedos.

— Já ia esquecendo, Thor... — disse, entregando-lhe uma caneta elegante. — Você esqueceu isso comigo hoje à tarde.

O sangue fugiu do rosto de Celina.

Seu estômago se revirou.

Era como se um punhal tivesse perfurado seu peito.

A lembrança do batom vermelho na camisa de Thor invadiu sua mente com uma força brutal.

Verônica.

Era Verônica.

O mundo pareceu girar ao redor dela.

Thor pegou a caneta automaticamente, mas percebeu a mudança imediata no semblante de Celina.

— Está tudo bem? — ele perguntou, baixando o tom de voz, preocupado.

Celina forçou um sorriso, sentindo as lágrimas ameaçarem transbordar.

— Está tudo ótimo. — disse, com a voz rouca e frágil.

Thor franziu a testa, desconfiado, mas Verônica já os guiava pelo salão até o local reservado para a entrevista.

E enquanto caminhava ao lado dele, Celina sentia seu coração despedaçar em silêncio.

O espaço reservado para a entrevista era uma sala elegantemente decorada, com poltronas luxuosas e holofotes estrategicamente posicionados. Uma pequena equipe de filmagem ajustava câmeras e microfones, enquanto Verônica, com seu sorriso, orientava tudo com maestria.

Thor entrou com Celina ao seu lado. Ela sentia as pernas fracas, o peito apertado. Cada passo dado, era uma luta contra a vontade de sair correndo dali. Antes de acomodá-la num canto da sala, ele se inclinou e depositou um beijo terno em sua testa, um gesto cheio de carinho silencioso. Celina sorriu de leve, e ele seguiu para o centro da sala, onde Verônica já o aguardava com a equipe de filmagem e iluminação prontos.

Celina permaneceu onde ele a deixou, discreta, observando cada movimento, cada palavra dita. Ela não participaria da entrevista — era apenas uma espectadora.

Verônica, sempre elegante e estrategista, segurava o microfone com um sorriso profissional, mas seus olhos brilhavam com expectativa.

A entrevista começou focada no futuro da indústria naval e de tecnologia, áreas nas quais Thor era um dos nomes mais respeitados do mundo.

Ele respondeu às perguntas técnicas com a firmeza e a inteligência que o tornavam admirado e temido no mercado, cativando ainda mais a audiência.

Verônica soltou uma risadinha leve, descontraída.

— Relaxa, Thor. — Ela tocou de leve no braço dele num gesto amigável. — Tudo em prol da audiência. Você sabe como essas coisas funcionam.

Ela então se aproximou mais um pouco, adotando um tom mais sincero:

— Eu não conheço a Celina profundamente, mas... — seus olhos buscaram discretamente o canto onde Celina permanecia, tão forte e ao mesmo tempo tão vulnerável — ...eu enxergo uma tristeza no olhar dela.

Verônica voltou a encarar Thor, agora com uma expressão quase fraternal.

— Resolve isso logo, Thor. Antes que seja tarde demais. Não deixa essa mulher escapar.

Thor permaneceu em silêncio, absorvendo aquelas palavras com o peso que mereciam.

Verônica, ainda sorrindo de forma genuína, tocou novamente seu braço e finalizou:

— Desejo felicidades pra você. E obrigada pela entrevista.

Com leveza, ela se dirigiu até onde Celina estava. A jornalista parou diante dela, oferecendo um sorriso caloroso.

— Celina, foi um prazer te rever. — Sua voz soou sincera. — Desejo a vocês toda a felicidade do mundo.

Celina, um pouco surpresa pelo gesto inesperado, retribuiu o sorriso com gentileza, embora seus olhos ainda carregassem uma sombra de emoção contida.

— Obrigada, Verônica — respondeu ela, com a voz um pouco rouca pela tensão.

Verônica então se afastou, deixando Thor e Celina sozinhos naquele espaço que, de repente, parecia carregado de palavras não ditas e emoções à flor da pele.

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