Zoe sentiu um frio percorrer a espinha.
Logo, Arthur surgiu na entrada e Otto vinha ao lado, segurando sua pasta. Ambos tinham o rosto marcado pelo cansaço de um dia cheio.
Otto ao vê-la, estendeu os braços.
— Minha nora preferida! — disse, rindo.
— Única também, né, sogro? — Zoe respondeu, no tom divertido que só ela tinha, abraçando-o. — Mas eu aceito o título.
Otto sentou no sofá ao lado da esposa, Zoe ocupou a poltrona de frente para eles.
— O que aconteceu, linda? — Arthur perguntou, parando ao lado dela dando um selinho em seguida e fazendo carinho na barriga. — Oi filhão, papai estava com saudades.
Zoe passou as mãos pelos cabelos, respirou fundo e falou de uma vez:
— Eu quero criar a Clarisse como minha filha.
O silêncio foi imediato, pesado. Eloísa arregalou os olhos, e Otto inclinou-se para a frente, como se tivesse certeza de que tinha ouvido errado.
— Como é que é? — a voz de Arthur cortou o ar, seca e firme. — De jeito nenhum, Zoe.
Eloísa levou a mão ao peito, emocionada.
— Filha… isso é sério?
— Muito sério. — Zoe sustentou o olhar da sogra.
Otto ajeitou-se no sofá, a expressão agora mais grave.
— O que fez você mudar de ideia? Eu não quero que tenha problemas no casamento por causa disso.
Zoe cruzou as pernas e apoiou os cotovelos nos braços da poltrona.
— Clarisse não vai ser problema. — disse, com firmeza para Arthur. — Eu fiquei a madrugada inteira de domingo perturbada, pensando nisso. Não conseguia dormir.
Arthur a olhava sem piscar, o maxilar travado. Zoe desviou o olhar para Otto e Eloísa.
— E aí, quando finalmente consegui dormir, tive um sonho que me deixou intrigada.
— Que sonho? — Eloísa perguntou, curiosa.
Zoe então contou sobre a corrida que fizera com o taxista meses atrás e o sonho.
— Esse sonho me fez entender muita coisa. — Zoe sorriu de lado, mas havia emoção em sua voz. — Meus sogros, eu sei que vocês já estão com o enxoval pronto. Mas tudo tem o nome de “Maria Alice”. Então, automaticamente, teriam que comprar tudo de novo… e eu quero fazer isso. Se vocês me permitirem. E se não ficarem chateados.
Eloísa balançou a cabeça, emocionada.
— Chateados? Filha, como nós vamos ficar chateados com isso? Estou muito feliz. Claro que tenho receio de você se arrepender ou de dar brigas entre você e o Arthur…
— Sogra, — Zoe interrompeu com doçura — eu e o Arthur estamos bem. Continuamos com a terapia, tanto de casal quanto individual. Nunca estivemos tão bem. Agora, nós só vamos nos separar se a morte chegar. Fora isso, nada vai mudar.
Arthur a observava, de braços cruzados, mas não interferiu.
— Eu quero cuidar dela. — Zoe prosseguiu. — Eu sonhei duas vezes com ela me chamando de cringe. — Ela riu, no jeito “doidinha” que fazia Eloísa e Otto sorrirem.
Arthur suspirou.
— Zoe, você tem noção da decisão que está tomando? Nem conversamos primeiro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...