O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 395

Sabrina mordeu o lábio, tentando conter um soluço.

— Eu espero — Zoe disse, com um peso quase maternal na voz — que você analise as suas escolhas. E que realmente se arrependa. Porque, infelizmente, você só teve perdas. Mas a vida… a vida dá uma segunda chance para quem quer mudar de verdade.

Zoe se inclinou, como se quisesse que aquelas palavras entrassem direto no coração dela.

— Você não vai escapar das consequências, Sabrina. Mas, quando estiver livre… pode refazer sua vida. Do jeito certo.

O choro de Sabrina se intensificou. Ela virou o rosto por um instante, respirando fundo, antes de encarar Zoe novamente.

— Eu estou no fundo do poço, Zoe… — a voz dela tremia, quebrada — e ainda acho que não vou resistir. Mas… se eu tiver uma chance… se sair viva da prisão, eu juro, vou fazer diferente.

As lágrimas caíam sem controle.

— Um dia… — Sabrina respirou fundo, como se reunisse forças para continuar — fala pra minha filha que eu quis ela. Que eu conversava com ela todos os dias aqui dentro… — levou a mão ao ventre — que eu esperei por ela desde o dia que consegui engravidar.

Zoe a observava com atenção, com os olhos fixos, sem piscar.

— Por favor… — Sabrina engoliu em seco — não deixa ela pensar que eu abandonei. Por favor, Zoe… só te peço isso.

Zoe não respondeu de imediato. Ficou ali, parada, absorvendo aquelas palavras.

— Eu sei… — Sabrina continuou, a voz agora mais fraca — que ela vai ser muito feliz com você. E que vai ser muito bem cuidada.

Ela fechou os olhos por um instante, antes de abrir de novo.

— Se o Arthur largou a vida que tinha para casar com você… é porque você é uma boa pessoa.

O silêncio que se seguiu parecia ter um peso próprio. Zoe sentiu o coração bater mais rápido. Então, o som suave de passos se aproximando quebrou aquele momento. Uma técnica de enfermagem entrou. Vestia o uniforme azul e luvas, segurando uma bandeja com frascos.

— Doutora, vim checar o soro. — disse, num tom profissional.

Num gesto rápido, Zoe puxou a máscara de volta ao rosto. Seu olhar encontrou o de Sabrina uma última vez. Não havia mais palavras, apenas um aceno sutil de despedida, quase imperceptível.

Ela deu dois passos até a porta e a abriu. No corredor, dois policiais permaneciam de pé, um de cada lado, fardados e armados.

Um deles lançou um olhar rápido para Zoe, em respeito, mas não disse nada. Ela passou entre os dois, sentindo o peso da situação, e seguiu pelo corredor.

Atrás de si, ouviu a porta fechar e o som seco da tranca sendo girada.

Zoe caminhou pelo corredor com passos firmes, embora o coração ainda batesse acelerado. Virou à direita e entrou numa sala pequena, iluminada por uma luz fria. Era um espaço reservado para médicos, com um banheiro, um armário metálico, uma pia e alguns jalecos pendurados. Fechou a porta atrás de si e apoiou-se por um instante, respirando fundo, tentando organizar os próprios pensamentos.

— Estou a ponto de ter um colapso aqui… — murmurou Mariana, nervosa, se aproximando. — Tira a roupa rapidinho, antes que entre alguém.

Com movimentos apressados, Zoe começou a retirar o avental, as luvas e o gorro cirúrgico. Quando o ar fresco tocou seu rosto, sentiu como se pudesse respirar de verdade novamente.

— Conseguiu? — perguntou Mariana, a voz baixa e o olhar carregado de preocupação.

— Consegui… — respondeu Zoe, ainda tentando recuperar o fôlego. — Obrigada, Mariana. De verdade.

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